Achados e perdas no balaio da bola

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Por Zédejesusbarreto
Um fim de semana sem futebol. Os jogos de Vitória (sábado) e Bahia (domingo) programados pela Série A do Campeonato Brasileiro foram suspensos pela CBF, por conta das enchentes catastróficas no Rio Grande do Sul. Não me perguntem o que tem a ver. Com duas rodadas suspensas, as sétima e oitava, em princípio a competição será retomada no dia 1º de junho, com a rodada 9 – Vitória x Internacional (16h no Barradão), e Criciúma x Bahia (11h, em Santa Catarina). Vá entender o efeito positivo para o guerreiro povo gaúcho dessa dita paralização. Até porque todas as demais competições seguem normalmente.

Mas, a despeito desssas baboseiras, na semana que entra tem pelejas para nossa dupla Ba Vi.

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    Começo de novo ciclo

   Assim, de treinador novo, o Vitória volta a jogar na quarta-feira (dia 22) à noite, no Barradão, contra o Botafogo/RJ, valendo pela Copa do Brasil. No primeiro confronto, no Rio de Janeiro, o time carioca fez 1 x 0 e joga, portanto, pelo empate para seguir adiante na competição. Em caso de triunfo rubro-negro por um gol de diferença a decisão se dará em cobranças de tiros livres da marca do pênalti. O Leão tem de golear.

  O treinador Tiago Carpini, que substituiu o vitorioso Leo Condé, chegou com sua equipe técnica falando em um novo ciclo, com nova mentalidade e outro jeito de jogar. Tudo bem, Série A é outro babado, mas uma mudança drástica de esquema e estilo do jogo de uma equipe demanda tempo, entrosamento, jogadores adequados, treinamento. Carpini foi um meio-campista razoável, teve uma passagem rápida e sem êxito no Bahia (2009/10), tem apenas 39 anos e está em começo de carreira como treinador; sua passagem recente pelo São Paulo também não marcou. É uma aposta do Rubro-negro, a torcida meio cabreira, mas tomara que dê certo, porque o Vitória, até agora, sexta rodada, não venceu uma sequer no seu retorno à Série A.

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  Tricolor vai pra chuva

   O Bahia, de boa na Série A, é o vice-líder, vira a chave, troca o chip e viaja pra o frio e a chuva de Santa Catarina (vizinho do RS), onde enfrenta, na noite de quinta-feira, às 19h, o Criciúma, campeão estadual, no estádio Heriberto Hulse, valendo vaga na etapa seguinte da Copa do Brasil. Na Fonte Nova, a despeito do domínio territorial, o Tricolor não fez mais que 1 x 0 ferrado, daí joga por um empate. Se perder por diferença de um gol a decisão vai pros pênaltis o que não seria uma boa, já que o goleiro catarinense é um exímio catador de penalidades (já pegou 7 nessa temporada).

  O time de Ceni tem de jogar com cautela e ousadia. Não pode levar gols nem deve recuar, jogar atrás; é preciso incomodar na frente, buscar o gol, se impor. Time que quer ser grande, protagonista, precisa jogar bem também fora de casa. Sem problemas de lesões, até agora, Ceni deve manter a equipe que vem ganhando bem os jogos.

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  A Fonte das mulheres 

  Na manhã de sexta-feira a FIFA decidiu e a CBF anunciou em Bangkok, na Tailândia, que a Copa do Mundo de Futebol Feminino/2027 será no Brasil. É a 10ª edição da competição e a primeira a ser realizada na América do Sul.  No Brasil, foram escolhidas 10 sedes/estados, inclusive a Bahia/Fonte Nova, que abrigará seis jogos – cinco da fase de grupos, classificatória, e outro das quarta-de-final. Não se sabe ainda quais seleções se estabelecerão ou jogarão aqui. De qualquer forma é uma boa notícia, foco na cidade, investimentos, empregos, bons espetáculos, esperamos.

  Ainda sobre o futebol feminino, outra boa pedida: no próximo dia 4, noite de uma terça-feira, a Seleção Brasileira que está se preparando para os Jogos Olímpicos de Paris, em julho, fará um amistoso contra a Jamaica, na Fonte Nova. Bom aperitivo, ingressos já à venda. Até o tapete/relvado da Fonte mereceu cuidados e reforma, retoques, tratamento para o evento, sob recomendação da CBF.

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  O ‘Mais Querido’ de volta?

  Boa notícia para o futebol baiano seja: o gestor Guilherme Bellintani, ex-presidente exitoso do E C Bahia, assumiu a presidência e comando do moribundo Ypiranga, o velho Ipiranguinha, o amarelo&preto que já foi o ‘mais querido’, o time do povo da Bahia, de torcedores mais que ilustres como Irmã Dulce, Jorge Amado e nosso querido Nininho (Antonio Matos, jornalista e parceiro de letras e babas).  Pura tradição.

  Lembro-me de, ainda criança e na juventude, ter ido à velha Fonte Nova pra ver jogar o belo amarelo&preto de Antonio Mário, Pequeno, Ze Otto, Mascote, Israel, André, Bassu, Waldir… onde surgiu o grande Marito, campeão brasileiro pelo Bahia. Joguei babas na Vila Canário, o Ypiranga seria, foi (poderá ser ainda?) meu segundo time baiano, tenho um pedacinho de coração ipiranguense (pulsa mais pelo Bahia, desde que me entendo como gente). Levo fé na gestão de Bellintani, que faça ressurgir o velho Ypiranga, de volta ao Campeonato Baiano como terceira força da Capital

  Gostaria de ver ainda um Baianão forte com a dupla Ba Vi, mais Ypiranga, Galícia, Botafogo, Leônico…

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 Semana triste  

 Como se não bastassem os relatos e imagens das enchentes apocalípticas no Sul do País, de fazerem a mente gemer, tivemos notícias tristes, de perdas inolvidáveis no âmbito da mídia esportiva brasileira:

– Morreram, num mesmo dia 16, quinta-feira, o jornalista, editor, apresentador/TV Antero Grecco, da ESPN, aos 69 anos, um mestre; também o repórter, radialista (Globo, Tupy), jornalista, ex-técnico do Flamengo (1995) Washington Rodrigues, o querido ‘Apolinho’, aos 87 anos; e mais o extraordinário locutor, narrador, apresentador, repórter, ator e até ex árbitro de futebol Silvio Luis, único, criador de fraseados e bordões bem humorados, aos 89 anos.

 – Ainda no mesmo dia nos deixou o grande músico Missinho, compositor, instrumentista, um dos criadores da banda Chiclete com Banana, aos 65 anos.

… Ufa!

 Vida que segue.