Por Silvana Coelho
Claro. Acredito em destino como ponto onde se quer chegar. Neste sentido, sabermos nosso destino é fundamental para chegarmos à ele.
Tem gente que vive sem pensar a que destino deseja chegar, ou que destino deseja alcançar. E vai caminhando, observando, experimentando o que encontra, até que em algum momento chega a um lugar, um espaço, um patamar onde tem uma sensação de conforto. E então parece que todo o caminho percorrido fez sentido, porque o seu destino era aquele.
Tem gente que passa avida caminhando incansavelmente, porque acredita que sempre haverá novas coisas interessantes para ver, novos lugares a conhecer e nenhum lugar lhe dá a sensação de chegada ao destino.
Algumas pessoas observam ao seu redor e cedo definem onde querem chegar e traçam estratégias para alcançar os seus destinos. Podem até não observar tanto o caminho, e nem mesmo ter curiosidade se existem outras estradas possíveis para chegar onde querem. Lhes importa chegar.
Há pessoas que acreditam que não lhes cabe escolher o seu destino. Que destino de cada um é predeterminado por uma força extraordinária do Universo, de Deus ou da Natureza. E que só lhes cabe a ilusão de que têm poder de escolha. Mas que são forças superiores que lhe farão alcançar o que lhe foi predestinado, que pode até ser permanecer no mesmo lugar. Para estas pessoas, quando há dificuldade no caminho é porque o lugar para onde o caminho leva, não é o seu destino.
Acreditar no destino como algo predeterminado não está associado à religiosidade, mas sempre a não ter livre arbítrio, o que alivia a responsabilidade por uma escolha e o que ela traz.
Toda escolha envolve muitas desescolhas, por isto é sofrido escolher. Nunca se sabe o que resultará a escolha feita e o que se perdeu com as desescolhas. É difícil escolher.
Uma vez feita a escolha é mais sensato pensar que foi a melhor opção ou a opção possível para o momento em que foi feita. E não se martirizar com as possibilidades não escolhidas. Mas elas existem. E pensamento é bicho ligeiro, que não se controla fácil.
Acreditar no destino como algo predeterminado pode aliviar a responsabilidade, mas pode também diminuir a determinação, o esforço e o encanto de caminhar, pela crença que de uma forma, ou de outra se chegará ao destino.
Mas para se chegar a um destino, seja ele qual for, é preciso força e coragem. Sem isto, até mesmo o destino, como sina predeterminada, pode nunca se cumprir.
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Ortodontista e doutora em gestão