Bahia sem gana leva goleada em Fortaleza

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Por Zédejesusbarreto

Um placar que pareceu demais elástico (4 x 1) para o que aconteceu em campo. Mas  foi construído com muita pegada, garra, objetividade, com talento individual e uma boa estratégia de jogo da bem treinada equipe de Vojvoda, o Fortaleza, o Lions cearense. O Bahia, como sempre, teve mais posse de bola trocou passes mas faltou pegada, malícia na disputa do corpo a corpo, e talento ofensivo. Resumindo, o Fortaleza joga pra frente, vertical, o Bahia joga pros lados.  

  Foi uma partida de dois tempos distintos. Mais equilibro na primeira etapa, decidida com dois gols do inspirado Marinho, em jogadas individuais costumeiras mas precisosas, decisivas. Everaldo diminuiu (2 x 1). Na segunda etapa, o Bahia foi pra cima e até parecia mais próximo do empate quando sofreu, numa falha estúpida em saída de bola defensiva, um gol de pênalti. Quebrou a guia. Então, abriu-se inteiro e levou o quarto, de contragolpe, a zaga desmantelada, o velho Pikachu desequilibrando. Com o resultado, o Fortaleza assumiu a vice-liderança da competição, o Bahia permanece pelo meio da tabela (em 6º, 7º lugar) mas a rodada segue.

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Alguns toques: o Bahia precisa aprender a disputar o jogo no corpo-a-corpo, os cearenses ganharam as divididas, sempre, impondo-se fisicamente. Alguns pipocam nas divididas. O técnico Vojvoda foi mais esperto e mais feliz ou competente nas substituições, tem o elenco mais rodado, na mão, com jogadores que entram e acrescentam, decidem, vão pra cima. As substituições de Ceni pouco acrescentaram, os que entraram foram engolidos no confronto direto. Ou seja, o elenc do Fortaleza é melhor. No mais, o gramado fofo e escorregadio favorece os donos da casa, óbvio. Lições. Sem esmorecer, a briga continua.   

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Classificação

– Botafogo é líder (56 pontos), Fortaleza (52) Palmeiras (50), Flamengo (45), São Paulo (44), Bahia (42), Cruzeiro (41), Internacional (38), Vasco (35), Atlético MG (33), Juventude (32), RBBragantino (31), Athlético PR (30), Grêmio, Vitória, Criciúma (28) e, já na Z-4, Corínthians (28), Fluminense (27), Cuiabá (22), Atlético GO (18)

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Na Arena castelão

– Noite limpa de sábado, pré-primavera, em Fortaleza. Aquele relvado mastigado, aos tufos, escorregadio, a bola mais lenta, arquibancadas com público abaixo do normal mas empolgadas; o Lions cearense em campo como o terceiro colocado, brigando no alto da tabela; o Tricolor baiano em 6º lugar, querendo vaga na Libertadores. Valendo pela 27ªrodada.

 – Clássico nordestino, duelo de tricolores. O Fortaleza com sua camisa tri-colorida em faixas horizontais, calções azuis; o Bahia de branco, com detalhes em vermelho e azul.  

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Com bola rolando …

– Começo bem franco, ofensivo, aberto, linhas de marcação adiantadas, bola no chão. Aos 8’, Marinho entrou fechando da direita, costurando, e bateu de bico; Marcos Felipe triscou a escanteio. Aos 12’, após arrancada de Lucero, a sobra ficou com Marinho, livre na meia lua, errou o chute. O Bahia trabalhava mais a bola, o Fortaleza mais agudo, objetivo, buscando mais o gol. Parte da torcida cearense pegando no pé de Caio Alexandre, ex-Fortaleza.

– Aos 24’, Everaldo teve boa chance de invadir e finalizar mas enrolou-se com a bola. Aos 26’, boa trama, chuteco de Jean Lucas nas mãos de João Ricardo.

– Gol! 1 x 0 Fortaleza, Marinho, aos 28 minutos. Na sua jogada característica, fechando da direita para o meio, disparando de canhota das proximidades da meia lua, chutaço acertando o ângulo. Golaço.

 – Gol! 1 x 1, Bahia, aos 31’. Demorou pouco a festa cearense. Cauly recuperou uma bola pela esquerda, nas proximidades da área inimiga, achou Everaldo livre e o chute de Eve foi na costura da rede. Golaço também. Empate. Bom duelo.

 – Gol! 2 x 1 Fortaleza, aos 37min. Novamente Marinho, partido da direita para o meio, batendo de canhota, por baixo, acertando o canto. Inspirado, como nos velhos tempos.  Marcação frouxa de Juba, cobertura lenta de Cuesta, nos dois lances de gol.

 Uma primeira etapa equilibrada, bem jogada, duas equipes com estilos de jogo diferentes, rivalidade a toda prova, em cada lance e três golaços. Destaque individual para Marinho, fez a diferença em iniciativas individuais (dois gols). O Bahia teve mais a bola, o Lions foi mais competitivo. Detalhe, Kanu faz falta na zaga baiana, mais entrosado, mais rápido e se impõe mais do que Cuesta, há um tempo sem jogar, falta ritmo. O tipo de gramado, pesado, também favorece o time da casa.

 Segundo tempo – Nos vestiários, Ceni trocou dois: pôs Ratão no lugar de Thaciano, que pouco produziu, e Rezende no lugar de Cuesta, reforçando a cobertura de Juba, que sofreu com Marinho. O tricolor baiano com as linhas mais avançadas, buscando o empate, mas sem contundência; os cearenses fechadinhos, marcando forte, no corpo a corpo, e postados para o contragolpe fatal.  

 – Aos 19’, finalização de Everaldo, nas mãos do goleiro (no lance, a bola bateu na mão de um defensor, os baianos pediram pênalti, o árbitro nem tchum). Aos 28’, Ceni pôs três: Ademir, Lucho e De Pena (saem Cauly, Everaldo e Everton). No Fortaleza, Pochettino e Kayser (saíram Hercules e Lucero). O Bahia parecia melhor, mas…  

– Aos 31’, numa bobeira de saída de bola defensiva baiana, quase o Fortaleza ampliou. (O VAR chamou a atenção do árbitro, no lance. Houve pênalti?). Claus foi ver no vídeo e entendeu que foi, marcou a penalidade cometida por Caio Alexandre em Kayser.       

 – Gol! 3 x 1 Fortaleza, Pochettino bateu forte a penalidade, o goleiro Marcos Felipe defendeu mas o mesmo Pochetino pegou o rebote e finalizou, ampliando.   

   – Vojvoda em ação: em campo Pikachu, saiu Marinho. Aos 37min, Claus expulsou Zé Wélisson por uma falta, carrinho desclassificante em Santi Árias. Aos 41’, Vojvoda faz outra troca, pôs Tinga e Pedro Augusto – a essa altura mais para gastar tempo e quebrar o ímpeto do Bahia. Mas…

– Gol! 4 x 1 Fortaleza, aos 43’. Passe longo de Tinga pra Pikachu, defesa baiana desmontada, o passe pra Kayser, goleiro na rua, só escorou. Goleada.  

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Destaques

– No time vencedor, do lúcido Vojvoda: Marinho arrebentou no primeiro tempo; Ze Wélisson correu e brigou como sempre; Pochettino, a segurança do miolo de zaga que não brinca, racha se preciso. A pegada, a competitividade, o jogo vertical da equipe.

 No Bahia, Éverton no primeiro tempo. O gol de Eve…  Não faltou vontade, luta, faltou qualidade, faltou malícia, finalizações.  

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Ficha técnica

– O Fortaleza do técnico Juan Pablo Vojvoda: João Ricardo; Britez, Kuscevic, Cardona e Mancuso; Ze Welisson, Hercules, Martinez e Rossetto; Marinho e Lucero.  

 – O Bahia do técnico Rogério Ceni: Marcos Felipe, Santi Árias, Gabriel Xavier, Cuesta e Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas, Everton Ribeiro e Cauly; Thaciano e Everaldo.

– Árbitro: Raphael Claus (SP) – FIFA

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 – Pela 28ª rodada, o Bahia recebe o Criciúma, na Fonte Nova – domingo, dia 29, às 18h30.

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 Jogos da rodada 27:

 – Vitória 1 x 0 Juventude; Corínthians 3 x 0 Atlético GO; Fluminense 0 x 1 Botafogo;

    No domingo: Atlético MG x RB Bragagantino; Criciúma x Athletico PR;

    Cuiabá x Cruzeiro; São Paulo x Internacional; Grêmio x Flamengo.

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Foto: EC Bahia