Por Zédejesusbarreto
Clássico se ganha, é decidido em detalhes. Assim foi os 2 x 1 do Vitória sobre o Bahia, mantendo a invencibilidade do Leão no Barradão em jogos da Série A, aliviando a tensão, dando um pouco de alento ao torcedor que chegou junto e festejou pra valer. Mas os três pontos ainda não foram suficientes para o time sair da zona da degola. Está agora a três pontos do Santos, o primeiro fora da zona. O Bahia continua em sexto lugar, colado no Botafogo.
Foi um jogo com dois tempos distintos. Uma primeira etapa (1 x 1) mais jogada no meio campo, com muito suor e poucas emoções. Uma segunda etapa mais dinâmica, corrida, ofensiva, um lá e cá parelho. Na garra, na briga, na sorte o Vitória se deu melhor, achando um gol numa falha bizarra da zaga tricolor; fechou-se atrás e segurou a vantagem até o final. O Bahia teve chance de empatar, o Leão teve chance de ampliar, o jogo foi corrido e brigado até o final. O Leão foi mais feliz, precisava demais de um triunfo, o torcedor rubro-negro respirou mais aliviado. Há chances de uma retomada, acredita.
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No Barradão
– Noite alta de quinta primaveril, casa cheia, arquibancadas rubro-negras (torcida única), ‘derby’ baiano, bom relvado, muita rivalidade, sempre aquele clima de decisão, sem favoritismos, a despeito da situação diferenciada das equipes na competição. O Vitória sob pressão, na zona do desespero, precisando pontuar a todo custo. O Bahia em 6º lugar, disputando posições no alto da tabela.
– O Tricolor há sete jogos não perde para o rival. O Leão nunca perdeu o clássico em casa valendo pelo Brasileirão Série A. A pressão da torcida conta muito. Mas nada disso conta num Ba Vi quando a bola rola. Cada jogo tem sua história e o equilíbrio emocional é fundamental, às vezes decisivo.
– Valendo pela 28ª rodada, o treinador Jair Ventura vivenciando seu primeiro clássico, apenas um desfalque por punição de cartões, do zagueiro e capitão Halter. No Tricolor, vários desfalques, o principal deles é do meia armador, cérebro, líder e capitão Everton Ribeiro, em recuperação clínica após cirurgia da tireoide.
– O Vitória com seu uniforme um, em vermelho&preto. O Tricolor inteiro de branco. Detalhe: os dois goleiros, Lucas Arcanjo e Ronaldo começaram juntos, na base do Vitória, são muito amigos e se enfrentam num clássico pela primeira vez.
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Com bola rolando…
– Primeira chegada foi dos donos da casa, aos 2min, com um chute enviesado e forte de Cáceres; Ronaldo bem colocado rebateu. O torcedor empolgado, o Leão começou com apetite, ofensivo. Corrido. Aos 11’, Jean Lucas tentou de longe, deu Arcanjo. O Bahia evoluindo com troca de passes, o Vitória marcando forte e explorando velocidade pelos lados, passes longos. Estilos distintos.
– Aos 22’, cruzamento da esquerda, bola no braço de SantiÁrias, na área do Tricolor, Daronco marcou pênalti para o Rubro-negro, sob protestos dos tricolores. Aos 26min.
– Gol! 1 x 0 Vitória. Kayzer bateu forte, pelo alto, sem defesa, abrindo o placar.
O Vitória tinha mais presença ofensiva, até o gol. Dai, como é da estratégia rubro-negra, o time se plantou, fechou-se mais e começou a travar o ritmo, picotando com faltas, ensebando e dando chutões para o contragolpe em velocidade de Kayzer e Erick.
Até os 40’, não teve mais jogo, o Vitória recuado. Então…
– Gol! 1 x 1, Tiago, completando de cara uma ótima jogada de Acevedo, que costurou a defesa do Leão pelo meio; na sobra, o garoto não desperdiçou. Aos 41min.
Primeiro tempo mais brigado que bem jogado. Até fazer o gol, de pênalti, o Leão tinha mais volume, ameaçava mais. O Bahia tocava mas não finalizava. Daí, o Vitória recuou, passou a travar o andamento com faltas, o Bahia reagiu e empatou. Mais justo. O Vitória que conhecemos (11 faltas, três cartões amarelos). Um Bahia bem diferente sem Everton, William José, Caio Alexandre, Juba… Poucos lances de área, muita disputa pelo meio de campo. Nada definido, partida em aberto.
Segundo ato – Jair Ventura lançou o meio-campista Dudu no lugar de Ronald, que já tinha cartão amarelo. Mais força física, mais pegada. Aos 3’, Nestor bateu falta tentando surpreender Lucas Arcanjo, o goleiro prevaleceu, tranquilo. O Vitória respondeu, a partida recomeçou mais aberta, franca.
– Aos 7’, aquela bola alongada e Dudu entrou de cara, mas parou na boa saída de Ronaldo, chance clara desperdiçada. Grande defesa do goleiro. A melhor oportunidade do Leão até então. Aos 11’, Ademir ganhou na velocidade, entrou fechando da direita e bateu por baixo, grande defesa de Arcanjo. Lá e cá.
– Um outro panorama na segunda etapa, mais emocionante, as duas equipes buscando o gol. Parelho. Aos 15, Mateuzinho em campo, saiu Cantapiedra.
– Gol! 2 x 1 Vitória, aos 20 min. Cáceres, aproveitando-se de uma falha absurda de Rezende, enganado pelo quique da bola, campo encharcado, O chute ainda desviou no montinho artilheiro, matou o goleiro.
Logo, Ceni lançou Kayky e Iago Borduchi – saiu Sanábria que nada jogou; e Acevedo, exausto. Iago foi para a lateral esquerda, Rezende no meio campo, pelo Bahia.
Aos 23’, quase Dudu ampliou. O Leão empolgado, no ritmo das arquibancadas. Os tricolores sentiram o golpe.
Aos 28 min. Renzo Lopes no Leão, saiu Kayzer. No Bahia. Sairam Rezende e Nestor, em campo Cauly e Michel Araujo. Por volta dos 35’, o Bahia voltou pro jogo. O Vitória recuou, voltou a travar, picotar o jogo, já administrando. Aos 38’, Cauly fez boa jogada, mas bateu travado pela zaga. Aos 41’, David Duarte avançou pelo meio e disparou forte, por cima, assustando a galera.
Pressão tricolor, o Leão fechadinho, atrás. Aos 43’, Camutanga evitou o empate, tirando de cima da linha, após boa jogada de de Ruan Pablo e finalização de Tiago. Arcanjo já estava vencido. Oito minutos de acréscimo, o Bahia em cima. Aos 49’, David Duarte bateu falta frontal, Lucas Arcanjo catou. Aos 51’, Dudu derrubou Cauly na entrada da área, levou o segundo cartão, foi expulso (pra variar). Cauly bateu a falta, por cima. Foi o último lance. Deu vitória.
Uma festa no Barradão e arredores, como se fosse um título. É a rivalidade!
Destaques: – A aplicação do time rubro-negro, a vontade, a força física. Cáceres anulou Sanábria e fez o gol do triunfo. Ramos, Kayzer, a imposição de Baralhas, no pau, na manha… Foram 7 cartões amarelos para os jogadores do Vitória.
Ao Bahia falou poder ofensivo. David Duarte, Jean Lucas, Acevedo, o gol do garoto Tiago. Dois erros fatais, a mão de Árias, a falha de Rezende enganado pelo pique da bola no campo encharcado, deu o gol de bandeja pra Cáceres.
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Ficha Técnica
– O Vitória do treinador Jair Ventura: Lucas Arcanjo, Cáceres, Edu, Camutanga, Ze Marcos e Ramon; Baralhas, Ronald (Dudu), Aitor Cantalapiedra (Mateuzinho); Erick (Osvaldo) e Kayzer (Renzo).
– O Bahia escalado por Rogério Ceni:Ronaldo, SantiÁrias, David Duarte, Gabriel Xavier e Rezende (Michel Araujo) ; Acevedo (Iago), Jean Lucas, Nestor (Cauly); Ademir (Ruan Pablo), Tiago e Sanábria (Kayky).
– No apito, o rodado gaúcho Daronco. Muita conversa, muto tempo com jogo parado. Baralhas abusou de entradas violentas, ele deixou rolar.
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– Na sequência do campeonato, o Bahia recebe o Grêmio, na Fonte Nova, domingo à noite; o Vitória encara o Santos, na Vila Belmiro/SP, na noite de segunda (suspensos, por cartões, não jogam Camutanga, Kayzer, Erick).
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Outros jogos da 28ª rodada:
– Palmeiras 5 x 1 RBBragantino; Botafogo 0 x 3 Flamengo; Mirassol 3 x 1 Internacional;
Santos 3 x 1 Corínthians; AtléticoMG 1 x 1 Cruzeiro; Fortaleza 0 x 2 Vasco da Gama;
Sport 1 x 1 Ceará; Grêmio 2 x 0 São Paulo; Fluminense 1 x 0 Juventude/RS.
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Seleção Brasileira
Depois dos dois amistosos na Ásia – a goleada sobre a Coreia e a derrota para o Japão – o time de Ancelotti disputa mais duas partidas amistosas, nessa fase de preparativos para a Copa do Mundo 2026: Dia 15 de novembro, em Londres, contra o Senegal, e dia 18 em Lille, na França, contra a Tunísia. A última data FIFA do ano, contra equipes africanas. Devemos ter novidades na convocação. A derrota decepcionante em Tóquio, um 3 x 2 de virada, mostrou a necessidade caras novas, sangue novo na equipe. Atletas que atuam nos principais clubes brasileiros devem ser chamados.
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Foto: EC Vitória – Victor Ferreira
