O lançamento do Plano Municipal de Segurança Pública e Defesa Social (PMSPDS) de Salvador, feito ontem, marca uma nova etapa de trabalho conjunto entre a Prefeitura e o Governo do Estado na prevenção da violência e no fortalecimento da defesa social. O governador Jerônimo Rodrigues ressaltou que a iniciativa reforça uma política de integração entre os diferentes níveis de governo e destacou que “não se faz segurança sozinho”, em referência à necessidade de articulação entre União, estados e municípios.
Durante a solenidade, o prefeito Bruno Reis destacou o significado da parceria: “Quero, governador (Jerônimo Rodrigues), primeiro lhe agradecer pela sua presença, por ter aceitado o nosso convite. Política se faz com gestos, e o senhor demonstrou humildade e respeito à cidade ao estar aqui ao nosso lado. Este é um grande gesto para Salvador e para toda a nossa equipe”, afirmou. O prefeito acrescentou que o plano consolida um trabalho que já vinha sendo desenvolvido em cooperação com as polícias Militar e Civil, agora com metas e estrutura legal definidas para fortalecer as ações conjuntas.
Jerônimo reforçou que o projeto municipal se integra a uma política mais ampla de articulação institucional, alinhada às diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e ao esforço nacional por um modelo federativo de segurança — semelhante ao Sistema Único de Saúde, em que União, estados e municípios compartilham responsabilidades, dados e investimentos.
“Não se faz segurança sozinho. Nós temos uma PEC nacional que busca um sistema, tipo o SUS, para juntar Estado, municípios e União, colocar os recursos juntos, a energia junta, a sistematização dos dados e a defesa de fronteiras. O futuro da segurança passa pela integração”, afirmou Jerônimo Rodrigues.
O Governo do Estado participa ativamente da execução desse trabalho integrado, disponibilizando tecnologia, inteligência policial e infraestrutura já instalada na capital. Salvador concentra parte expressiva dos investimentos recentes em segurança: entre 2023 e outubro de 2025, a Bahia aplicou R$ 1,1 bilhão no setor. Foram entregues 6.300 novas viaturas, 20 mil coletes balísticos e 3.787 armas de grosso calibre; implantadas câmeras corporais em unidades operacionais; e consolidado o sistema de reconhecimento facial, responsável por mais de 1.700 prisões na capital e Região Metropolitana. Além disso, 28 unidades da Polícia Civil e Militar foram reformadas ou construídas, totalizando R$ 56 milhões em obras. Outras 19 estão previstas.
Jerônimo ressaltou a importância do compartilhamento de imagens das câmeras da prefeitura com os sistemas estaduais de leitura facial e de placas. “Esse intercâmbio vai permitir identificar veículos roubados, placas frias e pessoas procuradas pela Justiça. Isso vai dar mais objetividade à ação da prefeitura e reforçar a inteligência da segurança pública”, explicou o governador.
Ele também destacou o preparo técnico das forças de segurança baianas, reconhecidas nacionalmente por sua capacidade de planejamento e resposta. As operações Primus e Freedom, ambas realizadas em 2025, são exemplos desse trabalho articulado: juntas, resultaram em 38 prisões na Freedom e sete na Primus, apreensão de armas de grosso calibre, desarticulação de quadrilhas e cumprimento de mandados em diferentes regiões do estado. “Temos uma polícia preparada, com experiência e resultados comprovados. O que fizermos em Salvador pode servir de exemplo para outras cidades”, disse o governador.
A parceria entre as forças estaduais e municipais já tem exemplos concretos, como operações conjuntas que desmontaram barricadas, fiscalizaram eventos irregulares e ampliaram o uso de tecnologia em tempo real. “A Prefeitura e o Estado têm trabalhado juntos e agora qualificamos essa integração. Quero estimular outros municípios a seguirem esse caminho, com planos municipais de segurança que permitam ações mais efetivas e inteligentes”, acrescentou Jerônimo.
O plano, que será encaminhado à Câmara Municipal, prevê a criação do Fundo Municipal de Segurança, o Observatório de Segurança Pública e o Conselho Gestor — instrumentos que, segundo o governador, contarão com apoio técnico e operacional do Estado. “Quando o Estado e as prefeituras caminham juntos, quem ganha é o povo”, concluiu o governador da Bahia.
