Seleção decepciona e só empata com Tunísia

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Por Zédejesusbarreto

Com uma atuaçãoinfame, decepcionante e preocupante, a seleção brasileira do treinador Ancelotti não passou de um opaco empate (1 x 0), em Lille, com a seleção da Tunísia (norte da África). Estrelas apagadas, jogadores omissos, pênalti perdido, falhas defensivas, meio-campo sem produção, um time apático, enfim. Tecnicamente fraco, tanto coletiva como individualmente. A Tunísia, com pegada forte e fome de bola, foi melhor, bem plantada, mais organizada, até merecia um resultado melhor.

   Uma última apresentação no ano de 2025, véspera da Copa nos EUA, que deixa o torcedor com a pulga atrás da orelha. É preciso rever e reavaliar muita coisa, ou… estaremos muito longe de um hexa, tão desejado.

  Acorda Ancelotti !  

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Em Lille / França

– Fim de tarde de terça-feira no Brasil, noite fria (5graus, tempo chuvoso) no interior da França, último amistoso preparatório do ano da Seleção Brasileira treinada pelo italiano Ancelotti, ainda em busca de jogadores e de uma equipe para a Copa 2026. O adversário, a Tunísia, do norte da África – que não é time de ponta sequer no continente. Relvado tapete, arquibancadas com bom público, mas não lotadas, torcida norte-africana barulhando.

– Uniformes: O Brasil com sua beca tradicional, amarelinha, calções azuis e meiões brancos; a seleção da Tunísia de vermelho total.  

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Com bola rolando…

– Os africanos começaram fogosos, marcando alto e forte, na correria, encarando. Os brazucas com alguma dificuldade de impor seu ritmo, o toque de bola, no começo. A primeira chegada foi com Rodrygo, aos 10min, a zaga salvou, o goleiro já vencido. Aos 11’, Estevão cobrou falta, frontal, o goleiro Dahman salvou no rodapé. Nada fácil, jogo duro.

– Gol! 1 x 0 Tunísia, Mastouri, centroavante, aos 23min. Uma bobeira de Wesley pelo meio de campo, o contragolpe rápido, a defesa brasileira desarrumada, o atacante africano recebeu em profundidade pelo meio (nas costas de Marquinhos/Militão), e de cara não desperdiçou, fuzilou Bento.

  Merecido, a Tunísia mais bem arrumada, objetiva. Os brasileiros não conseguiam achar seu jogo, bem pressionados, perdendo no corpo, as divididas, e na velocidade. Aos 37’, Rodrygo bateu falta frontal, buscando o canto, o goleiro Dahman espalmou. Aos 38’, outra tentativa de Rodrygo, a bola desviou no caminho, escanteio.

Aos 41’, após cobrança de escanteio pela direita, o zagueiro africano meteu o braço na bola, o arbitro foi chamado pelo VAR e deu o pênalti.

  – Gol! 1 x 1, Estevão, aos 43’. Bateu forte, pelo alto, sem defesa, empatando.  Ainda bem.

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 A seleção brasileira estranhou a pegada forte da Tunísia, alguns jogadores apagados, como Vini Jr, Matheus Cunha, Bruno…  Os mais ativos foram Rodrygo e Estevão. Nossos laterais fracos: Wesley trapalhão e Caio inibido. O miolo de zaga… uma temeridade. Uma primeira etapa muito abaixo do que se esperava da seleção brasileira.

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Segundo ato – Ancelotti lançou Danilo e Artur Roque, saíram Wesley e Matheus Cunha. E os ‘canarinhos’ foram pra cima, com outra postura no recomeço, mais ousada. Pressão brasileira. Os africanos fechadinhos, marcando, pegando, aplicados, correndo muito… Aos 8’, a defesa brasileira escancarada, espiando, o camisa 8 saiu da defesa, encarou e disparou já na frente da área brasileira, com perigo.

– Antes dos 15’, saiu Militão, lesionado, entrou Fabrício Bruno. Na Tunísia, mais fôlego, sangue novo, três trocas, queriam vencer. Fabinho e Paquetá entraram nos lugares de Casemiro e Bruno Guimarães, que não jogaram bem.  E a partida fica murrinha, sem graça, mais brigado pelo meio, morno.

– Aos 25’, Paquetá tenta de longe, sem perigo. Aos 30’, depois de um ‘bate-rebate’ na área da Tunísia, Vitor Roque brigou pela bola e foi puxado, derrubado, o árbitro marcou pênalti.  Daí…  

   Cheio de presepada, Paquetá bateu a penalidade por cima, desperdiçando a chance do desempate (imaginem algo assim numa Copa do Mundo…). Saiu Rodrygo, aos 33’, entrou Luiz Henrique. Aos 49’, em jogada individual, Estevão (o melhor dos brasileiros) acertou o poste do goleiro Dahman. E foi só.

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Destaques (?) – Talvez tenham se salvado Estevão, o mais insinuante, e Rodrygo pelo esforço, movimentação. O resto…  lamentáveis as atuações de Vini Jr, Wesley, Caio, Paquetá, Marquinhos, Danilo…  Francamente!  Preocupante. Insisto, não temos goleiro, laterais, um camisa 10. E nos falta ainda um padrão de jogo.

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– A seleção do Brasil escalada por Carlo Ancelotti: Bento, Wesley, Marquinhos, Militão e Caio Henrique; Casemiro e Bruno Guimarães; Estevão, Rodrygo, Matheus Cunha e Vini Jr. (Danilo, Fabricio Bruno, Fabinho, Paquetá, Artur Roque, Luiz Henrique)

– Arbitragem francesa.

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– Seleção, agora, só no ano que vem. Estão previstos dois amistosos em gramados norte-americanos, contra duas potentes seleções da Europa: França e Croácia.

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 O Brasileirão

   Com a passagem da tal ‘data FIFA’, a retomada do Campeonato Brasileiro, já na sua reta final.

– Nesta quarta, dia 19, Palmeiras x Vitória, às 19h30, em São Paulo (jogo antecipado, por conta dos compromissos do time paulista, valendo pela rodada 37).

– Na quinta, dia 20 (feriadão), às 18h, Bahia x Fortaleza, na Fonte Nova, pela rodada 34.

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 Saudades

     O ex-craque Tostão, hoje comentarista esportivo, dos bons, escreveu em junho de 1997:

          “Eu pensava que saudade fosse falta, mas hoje sei que não é verdade.

            Esta saudade tão gostosa ninguém a tira mais de mim”

                                                                                                         (Drummond)

     “Quando estou trabalhando como comentarista, colunista, vendo os jogadores treinando e jogando, sinto muitas saudades:  Do time mágico do Cruzeiro bailando em campo; a eficiência do Piazza, o passe do Zé Carlos, a inteligência do Evaldo e o talento de Dirceu Lopes.

Saudades da camisa verde e amarela. Dos passes e a inteligência de Gérson, os dribles e chutes de Rivelino, a explosão e habilidade do Jairzinho; do Rei Pelé, que me ensinou, em campo, sem ele dizer, que talento é a arte de tornar simples o que é complexo, e não o contrário.

Eu sinto saudades de muitos amigos, outros velhos craques, e confesso que também sinto saudades de mim”.  (Tostão)

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