Bahia goleia Bragantino e renova as esperanças do torcedor

Um placar surpreendente, 4 x 0, e uma atuação convincente pela postura ofensiva, pela pegada, a velocidade, a objetividade. Que seja um bom sinal de que a sorte mudou, página virada, novos projetos, olhos na primeira página da tabela de classificação. Mas ainda há muito caminho pela frente, até porque, mesmo agora com 21 pontos ganhos, o Tricolor continua em 16º lugar, apenas dois pontos acima do Santos (que venceu o Grêmio na Vila) – o primeiro dentro da zona do sufoco.

 Mas o torcedor quer e tem mesmo é que comemorar, pois foi o melhor jogo e o placar mais elástico do time até aqui na competição. Bora Bahêa! Pois. Cada partida deve ser encarada, a partir de agora, como uma final.   

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Na Fonte Nova

– Rodada 20, abertura do returno, tarde domingueira limpa cheirando a primavera, o Tricolor em campo, diante de sua devotada torcida, com a missão de um recomeço, uma virada de página urgente, para sair da zona de baixo, do sufoco, por uma nova etapa. Assi m foi. O RBBragantino, em campo como quinto colocado na tabela de classificação. Casa quase cheia. Relvado nos trinques.

 – Na beira do campo, um duelo de treinadores ‘amigos’, conterrâneos, os portugueses Renato Paiva e Pedro Caixinha. Uma leitura de jogo lusitana, pois-pois…

 – Uniformes: O Bahia com sua camisa tri-colorida em faixas verticais, calções azuis; o Bragantino de branco com detalhes e calções vermelhos.

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Com bola rolando …

 Começou pegado, com um minuto de peleja, três faltas, todas do Braga, procurando obstruir as manobras dos donos da casa. Corredeira. O Bahia com as iniciativas.

 – Gol! 1 x 0 Bahia, Rezende, aos 10 minutos.  Depois de um escanteio alçado da esquerda, na disputa pelo alto a bola sobrou na frente da pequena área e Rezende, mesmo com a ceguinha direita, bateu meio sem jeito mas acertou o canto, abrindo o placar.

 Aos 14’, primeira grande defesa de Marcos Felipe, espalmando no ângulo uma falta bem cobrada por Bruninho. Aos 18’, Cauly levantou para a entrada de Thaciano fechando da direita, o chute passou por cima, chance desperdiçada, de cara. Aos 20’, chutaço de Borba, de frente, Marcos Felipe rebateu no reflexo. Jogo brigado, intenso e muito parelho. Lá e lá.

 Marcos Felipe quase complicou, aos 27’, numa saída de bola equivocada, Borbas pegou a sobra mas o goleiro salvou, corrigiu o erro. Ufa. A defensiva tricolor se complicava, então, nas saídas de bola, os paulistas apertando a marcação, provocando os erros, forçando, buscando o empate. O Tricolor perigando nos contragolpes.

 – Gol! 2 x 0 Bahia! Vitor Hugo, de cabeça, após cobrança precisa de escanteio da direita, por Cauly. Aos 38 minutos. O primeiro gol do zagueiro com a beca tricolor.

 Aos 40’, Mingotti arrancou em velocidade do meio campo e fez, mas a bandeira assinalou impedimento. E foi.  Uma boa primeira etapa, aberta, o Tricolor um pouco superior, mais objetivo, aceso; e fez dois gols, o que mais importa.

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  O treinador Caixinha substituiu três no intervalo, o Braga foi pra cima, linhas avançadas. Continuou brigado e franco.

 – Gol! 3 x 0 Bahia, aos 15 min. Ademir puxou o contragolpe em velocidade pela direita e cruzou do fundo, Mingotti chegou de frente e finalizou.  

 Jacaré em campo, aos 16 minutos, no lugar de Mingotti, que correu muito, fez seu melhor jogo com a beca tricolor. Mateus e Alerrandro no Bragantino, ao tudo ou nada. Logo depois, Acevedo e Everaldo em campo. Aos 23’, Thaciano entrou de cara e acertou a trave. Aos 29’, após bobeiras seguidas da defensiva baiana, Mateus perdeu boa chance de diminuir, chutou de cara por cima.  O ritmo caiu com o cansaço e as substituições de lado a lado.

  Paiva decidiu então por fôlego novo em campo, pondo Matheus Bahia e Yago em campo, reforço na marcação, com a intenção de administrar a vantagem, garantir os pontos, sem passar sufoco.

– Gol! 4 x 0 Bahia, aos 39 min. Ótima jogada de fundo pela direita, cruzamento perfeito de Gilberto, Cauly pegou de primeira, na frente da pequena área, acertando o canto.

 Goleada pintando, a jornada mais positiva do time até aqui na competição. O Bragantino na roda, a torcida em festa nas arquibancadas e nas ruas.    

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   Destaques para Gilberto, o miolo de área seguro, Marcos Felipe, Thaciano e Rezende pela luta, Mingotti enfim, Ademir corredeira e sobretudo Cauly, hoje e agora o diferencial técnico da equipe. Bom trabalho coletivo, aplausos para o ‘gajo’ Renato Paiva, justiça se faça.    

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Ficha técnica

– O Bahia escalado pelo ‘mister’ Renato Paiva: Marcos Felipe, Gilberto, Kanu, Vitor Hugo e Camilo Cândido (Mateus Bahia); Rezende (Acevedo), Thaciano, Cauly; Ademir (Everaldo), Mingotti (Jacaré) e Ratão (Yago).

– O Red Bull Bragantino/SP do ‘gajo’ Pedro Caixinha: Cleiton, Aderlan (Hurtado), Ortiz, Luan Patrick e Luan Cândido; Matheus Fernandes, Jadson e Gustavinho; Bruninho (Vitinho), Sorriso e Thiago Borbas. (Lucas, Alerrandro e Mateus)

– Arbitragem do desconhecido e verde Artur Rabelo, do Espírito Santo, com VAR. Uma boa surpresa.

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Pela 21ª rodada, o Bahia encara o líder absoluto e folgado Botafogo, no estádio Nilton Santos, onde está invicto, no domingo, dia 27, às 16h.

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 Outros jogos da rodada:

 – Botafogo 0 x 0 São Paulo; Cruzeiro 1 x 1 Corínthians; Vasco 1 x 0 Atlético MG;

    Internacional 0 x 1 Fortaleza, Cuiabá 0 x 2 Palmeiras.

    Santos 2 x 1 Grêmio, Coritiba 2 x 3 Flamengo

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Arriba España !    

 Um domingo de festas em toda a Espanha com a conquista do título inédito de Campeãs Mundiais pelas espanholas, em Sydney, na Austrália.

  Na final, com gol da ala esquerda Olga Carmona, aos 30 minutos de primeiro tempo, a Espanha venceu a Inglaterra, 1 x 0, com um futebol bonito, habilidoso, coletivo, de troca de passes e bola no chão. O placar até poderia ter sido mais elástico, não fosse a boa atuação da goleira inglesa Mary Earsp que defendeu até pênalti, no segundo tempo (cobrado pela meia e capitã Hermoso). Taça e medalhas de ouro para as espanholas, prata para as inglesas.

  A partida, com estádio cheio, foi marcada por protestos nas arquibancadas e até uma invasão de campo contra a estúpida guerra na Ucrânia.  Em terceiro lugar, com o bronze, as suecas, que no sábado bateram por 2 x 0 as anfitriãs australianas. Sucesso absoluto de público e audiência essa Copa do Mundo Feminina/FIFA na Oceania.

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 Seleção brasileira

 Está dando um tititi a primeira convocação do treinador ‘interino’ Diniz (da seleção e do Fluminense/RJ) para os dois primeiros jogos eliminatórios para a Copa do Mundo de 2026 (EUA, Canadá e México), contra a Bolívia,  em Belém do Pará e contra o Peru, em Lima, início de setembro.

 O motivo maior foi a convocação de Neymar, agora nas arábias, em contrato mais que bilionário. O problema é que o astro/celebridade não joga pra valer há uns seis meses por conta de uma cirurgia no tornozelo e, mais recente, uma distensão muscular. Nem conseguiu treinar ainda no novo clube, o AL Hilal, treinado por Jorge de Jesus, aquele que treinou o Flamengo. O ‘gajo’ bradou contra a convocação de Neymar. E nós, cá, perplexos. O que há ($$$) por trás da convocação de um atleta lesionado, sem condições?

 Por outro lado, o treinador deixou de fora o meia Paquetá, hoje na Inglaterra, por suspeição de que esteja envolvido com apostas, ‘amaciando’ jogos pra ganhar mais alguns trocados. É mole?  E mais, o treinador convocou o ponta direita Anthony, hoje também no futebol inglês, enrolado com denúncias de violência contra a mulher.

 Francamente! Diniz não começa muito bem. Baixo astral.

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Foto: EC Bahia – Felipe Oliveira