Por Zédejesusbarreto
Com um gol de pênalti e um atleta do Bahia expulso logo no primeiro minuto do segundo tempo, o Flamengo voltou a vencer o Bahia no Maracanã (1 x 0). Parece praga, sempre acontecem coisas estranhas nesse confronto. O Bahia não jogou mal, até criou chance de gol, mesmo com um atleta a menos, mas o time continua perdendo pontos por falhas defensivas individuais absurdas e por falta de atacantes finalizadores, na frente.
Com o resultado, o Tricolor continua na zona de sufoco (a rodada continua e pode perder posições ainda), no desespero, e o Flamengo, mesmo sem encantar, sobre na tabela, chegando a 43 pontos, no quarto lugar.
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No Maracanã
– Derradeiro dia/domingo de setembro, tarde de sol no Rio de Janeiro, 23 graus, arquibancadas rubro-negras com bom público ( amis de 46 mil presentes, tricolores marcando presença), fazendo barulho, e um gramado aparentemente nos trinques mas mastigado pelas chuvas.
– Expectativa no lado carioca depois da perda do título da Copa do Brasil e consequente demissão do treinador argentino Sampaoli (será que vem o Tite?), muito tititi nos bastidores e aquele clima nos ‘urubus’ de crise dentro e fora dos gramados. O time em 7º lugar na competição, ainda almejando os primeiros lugares. O Bahia lá em baixo, na zona de sufoco, precisando vencer desesperadamente para respirar. Qual a estratégia de Ceni para chegar a um bom resultado? Jogo pela 25ª rodada.
– O time da casa com seu uniforme tradicional: a beca em vermelho e preto, listras horizontais, calções brancos. O Bahia de camisetas brancas, calções em azul. Rogério Ceni muito abraçado pelos atletas do time carioca – titulares e reservas -, onde foi treinador; vitorioso, por sinal.
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Com bola rolando …
– Começo em ritmo cadenciado, estudado. O Flamengo trocando passes e o Bahia cercando, marcando. As ações se desenrolando mais no campo defensivo baiano. O primeiro susto aos 7’, após um cochilo de Gilberto e o chute de Bruno Henrique, fora do alvo. O Tricolor logo deu resposta com Ademir e depois Everaldo, forçando o goleiro Rossi a trabalhar bem. Aos poucos, mais intensidade.
– Aos 14’, bola alçada da direita, Vitor Hugo não subiu, Bruno Henrique raspou de cabeça, passou perto assustando Marcos Felipe. Aos 17’, após ratada do meio campo carioca, Gilberto roubou e alçou na cabeça de Ratão, livre na frente da pequena área, mas o cabeceio saiu na direção do goleiro Rossi. O Flamengo, mais qualificado, era melhor, mas o Bahia encarava bem. Aos 22’, tentativa de Everaldo, de longe, um peteleco. Aos 27’, cruzamento rasante de Bruno Henrique, quase Pedro chegou carrinhando.
– Aos 35’, em nova pixotada de Vitor Hugo, quase o Flamengo abriu o placar, não fosse a cobertura arrojada de Kanu, nos pés de Pedro. Aos 44’, Yago calçou Airton Lucas quase em cima da linha da grande área; o árbitro chegou a apitar e apontar pênalti, mas o VAR mostrou que o contato aconteceu fora da área. Falta perigosa, na quina da área, Pulgar bateu direto acertando o travessão de Marcos Felipe. Ufa!
Os donos da casa terminaram a primeira etapa comandando as ações, na pressão, o Tricolor suportando, atrás. O empate ficou de bom tamanho para o Bahia, que criou muito pouco na frente.
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Segunda etapa, as mesmas equipes. Logo no 1º minuto, a pixotada absurda de Vitor Hugo e Gérson ia entrando de cara quando Kanu, na cobertura, o puxou pela camisa, na meia lua. O VAR chamou, o árbitro foi ver o vídeo e expulsou Kanu, por avaliar ter sido Kanu o último homem (?). Um desfalque e tanto, até por conta de Kanu vir atuando bem. Ceni, de pronto, colocou Gabriel Xavier em campo, tirou Everaldo. O Bahia com um a menos em campo. Pulgar bateu a falta, raspando o poste.
– Aos 10’, o árbitro marcou um pênalti de Gilberto, que atrasado em Bruno Henrique… Teria o lateral realmente atingido o atacante, ou ? … os jogadores do Bahia insistiram na checagem do lance pelo VAR, mas o árbitro nem tchum, confirmou o pênalti e deu cartão amarelo pra Yago. Quatro, cinco minutos de canganchas.
– Gol! 1 x 0 Flamengo, Pedro, batendo com classe, forte, sem defesa.
Aos 20’, Ceni põe Biel e Juba; saíram Ratão e Ademir. No Flamengo, L. Araújo, Gabigol e Mateuzinho (saíram Pedro, Wesley e Thiago Maia) – substituições ofensivas, de parte a parte, um Flamengo com um atleta a mais em campo.
– O Flamengo passou a administrar a vantagem, amaciando, trocando passes, mantendo a posse de bola, esperando outro erro do adversário para liquidar a fatura. O Bahia fechadinho, agora explorando as bolas longas nas costas da zaga carioca para a correria de Biel, a chance de um possível empate.
– Aos 28’, cruzamento de Everton Ribeiro, da direita, cabeçada de Bruno Henrique, espalmou no alto o goleiro Marcos Felipe. Aos 31’, Biel enfiou para Juba que entrou pela direita, na velocidade, e bateu para defesa de Rossi, espalmando – pena que a bola caiu na perna direita, a cega de Juba. Era a bola do jogo pro Bahia.
– Ceni foi pro tudo ou nada aos 38 min: Acevedo e Jacaré em campo, saem Cândido e Yago (correram muito). A arbitragem acrescentou oito minutos aos 45 normais. Nada aconteceu, mais uma derrota do Tricolor. E sempre por erros defensivos inadmissíveis.
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Destaques
– Kanu era o dono da área até a expulsão, provocada por um erro de Vitor Hugo (esse horrível, lento, vacilão, comprometendo), o guerreiro Rezende, o veloz Ademir, Gabriel Xavier… Não faltou luta mas alguns jogadores estão bem abaixo do que se espera: Vitor Hugo, Gilberto (sem pernas), Thaciano (cansado), Everaldo, nulo.
No Flamengo, Gerson, Everton Ribeiro, Airton Lucas, Bruno Henrique… uma equipe tecnicamente, individualmente mais qualificada.
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Ficha Técnica
– O Flamengo escalado pelo interino Mário Jorge: Rossi, Wesley, Fabrício, Leo Pereira e Airton Lucas; Pulgar, Thiago Maia, Gerson e Everton Ribeiro; Pedro e Bruno Henrique. (Cebolinha, L. Araujo, Mateuzinho, Gabigol, Victor Hugo)
– O Bahia do treinador Rogério Ceni, que no seu terceiro compromisso pouco mexeu na escalação: Marcos Felipe, Gilberto, Kanu (expulso), Vitor Hugo e Camilo Cândido; Rezende, Yago; Thaciano, Ademir, Ratão; Everaldo. (Gabriel Xavier, Jacaré, Juba, Acevedo, Biel)
– Arbitragem do DF, manjadinha: Sávio Pereira Sampaio no Apito, com auxílio do VAR. Muita
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Na rodada 26ª, a próxima, o Bahia encara o Goiás, lá em Goiânia, ambos ali brigando para não cair, no desespero contra o rebaixamento para a Segundona 2024. Sábado próximo.
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Foto: EC Bahia