A televisão e o rádio: pontos de virada na campanha eleitoral?

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Por Victor Pinto
A campanha eleitoral de 2024, igual aos dois últimos pleitos, até o momento, tem sido marcada por uma intensa movimentação nas redes sociais, cujos candidatos e partidos tentam conquistar a atenção de um público cada vez mais conectado. 

Em nível estadual, existe até um dado considerável de pessoas na web. Conforme o IBGE, em 2022, a Bahia registrou o segundo maior crescimento de internautas do Brasil, com 84,5% da população de 10 anos ou mais de idade conectada à internet. Mas isso não quer dizer que esse acesso se traduz, principalmente nas áreas mais periféricas e remotas, em um consumo assertivo do conteúdo político e eleitoral. 

Apesar do crescimento das plataformas digitais, os dados de Salvador, por exemplo, conforme a última pesquisa Quaest, revelam que 45% da população ainda se informa sobre política principalmente pela televisão, seguida das redes sociais, que somam 29%. Esse panorama destaca o poder da TV na disseminação de informações políticas, tornando o horário eleitoral gratuito e as inserções nos blocos comerciais divisores de águas no calendário.

A expectativa em torno do fluxo da campanha se intensifica. Em cidades grandes como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, há uma nítida mudança de ritmo quando a rádio e a tv entraram em cena neste fim de semana. Também em Juazeiro, Itabuna, Barreiras e Porto Seguro. 

Até o momento, a campanha em Salvador tem se mostrado morna, com pouca empolgação ou debates acalorados. A entrada do horário eleitoral começou a mudar esse cenário, trazendo à tona as provocações e confrontos.

A campanha de Bruno Reis (UB) já colocou no ar inserções questionando os posicionamentos políticos de Geraldo Júnior (MDB) e o emedebista já atacou o prefeito com o jargão “a prefs cortou” ao criticar os cortes de linhas de ônibus. Em Vitória da Conquista, Sheila Lemos (MDB) já partiu para ataque contra Waldenor (PT) e o petista também foi para cima da rival emedebista. 

O marketing de campanha encontra na rádio e na televisão um terreno fértil para se desenvolver e atingir um público mais amplo. Há quem subestime o impacto da propaganda neles, acreditando que os tempos mudaram e que as redes sociais dominam a comunicação política. 

No entanto, essa visão ignora o fato de que esses dois veículos ainda têm uma penetração significativa na vida cotidiana das pessoas, sejam em suas casas, nos carros ou nos locais de trabalho. Ignorar a importância dos veículos tradicionais pode ser um erro fatal para qualquer candidatura. Acompanhar de perto essa nova fase da campanha será fundamental para entender os próximos desdobramentos eleitorais e prever possíveis mudanças no cenário político.

Observações: os candidatos soteropolitanos mais bem posicionados nas pesquisas possuem espaços nos meios de comunicação de massa. O mesmo vale para as outras candidaturas mais bem posicionadas nas cidades baianas citadas neste artigo. Um cenário interessante de acompanhar como case nacional no assunto será a cidade de São Paulo, com Pablo Marçal no nanico PRTB furando a bolha tradicional. Vai surtir efeito que consiga a vitória? A conferir. 

Jornalista. @victordojornal