Por Reynivaldo Brito
Fui ao encontro de uma arquiteta inquieta e criativa que enxerga o que está acontecendo ao seu redor e também bem longe daqui. Trata-se de Ana Castro que já fez sete exposições individuais e participou outras coletivas mostrando que é preciso cuidar do Planeta e principalmente de nosso entorno onde vivemos e devemos preservar a natureza e toda sua exuberância para a nossa sobrevivência. Seu trabalho podemos dizer que é visceral, forte e único. Ela deixa de lado a sua visão cartesiana de arquiteta das linhas e espaços medidos e planejados para se jogar diante de telas brancas e grandes sem nada planejar. As ideias vão fluindo como notas de uma música que ouvimos pela primeira vez sem saber o que vem pela frente. Viajada e experiente tendo morado em várias cidades ela tem uma visão aberta para as novidades que se apresentam e como uma ave noturna prefere dar seus voos quando o sol vai se pondo até a hora que aguentar ou for necessário.
Seu estúdio guarda obras que já deveriam ter sido expostas para dividir conosco a beleza e a grandiosidade das suas composições, das suas cores vibrantes e de suas ideias para que possamos nos deleitar e aprender com as viagens pelas paisagens do Universo Sideral, da Chapada Diamantina, e dos mares daqui e de outros lugares distantes do nosso Planeta Azul. Ela sempre quando nos apresenta toda esta gama da natureza que nos cerca chama a nossa atenção que é urgente cuidar e diz que um simples copo de plástico que deixamos cair na rua ou nas praias vai terminar poluindo nossos rios, lagos ou o mar. Pesquisou as ilhas de plásticos que já se formaram nos oceanos e uma delas localizada no Pacifico Norte entre a Califórnia e o Havai tem 1, 6 milhão de Km quadrados de extensão, mais de dez metros de fundura e pesa 80 mil toneladas. Existem cinco ilhas de plásticos sendo duas no Atlântico Sul e Norte, duas no Pacífico Sul e Norte e uma no Oceano Índico e são dispersados microplásticos nas águas dos oceanos que se desprendem das embalagens de plásticos que se acumulam levados pelas correntes marinhas. Isto é muito prejudicial à saúde dos animais marinhos e também dos humanos.
Desde os anos noventa que trabalha com artes gráficas e digitais e até os convites de suas exposições são feitos por Ana Castro. Chegou até a trabalhar numa agência de publicidade. “Não virei artista de uma hora para outra porque desde criança que desenho, e sempre fiz algo de pintura sem qualquer preocupação profissional. Porém em 2000 decidi pintar e passei a me dedicar e não mais parei. Já se vão quase vinte e quatro anos.” É autodidata e foi fazendo esta transição de arquiteta para artista visual paulatinamente. “Ela diz que são coisas diferentes porque quando trabalha como arquiteta tem que ficar ali focada, cartesiana, muita coisa técnica e ficar ali concentrada. A arte me trouxe mais liberdade. O que pinto é o que sinto naquele momento. Não tenho um processo especial para pintar. Sou autoral”, completa Ana Castro. É como uma fotografia que eterniza aquele instante que não volta mais. Não tem aquele processo de pensar muito sobre. “Venho sentindo aquela vontade de fazer uma pintura daquele jeito e aí sento e faço.”
As coisas vão fluindo naturalmente para ela como as águas de um regato descendo num vale e de repente tem uma depressão e as águas se lançam do alto até fluírem novamente, suavemente até encontrar um rio ou mar onde deságuam. Ela disse que é hiperativa e autoral, fica querendo fazer as coisas sozinhas. Mas que tem horas de mansidão,de calmaria. Começou a pintar e desenvolver a sua linguagem com nanquim que usava na arquitetura. Não gosta de pintar em telas pequenas, porque segundo me disse lhe causa uma certa ansiedade. Já com as telas maiores se joga, se sente mais livre e viaja na sua pintura entre as cores vibrantes que se entrecruzam e criam paisagens rurais ou marítimas e até do Universo. Gosta de esticar a tela na parede e começar a pintar.
Casou em 2001 e foi morar em Petrópolis onde passou três anos. Continuou fazendo online uns trabalhos de arquitetura que tinha começado, mas lá não conseguiu continuar sua carreira de arquiteta. Ela acha que na cidade serrana carioca a sociedade é muito fechada e o novo morador não consegue um entrosamento com a facilidade com o que acontece aqui. Fez um estúdio na casa que tinha alugado em Petrópolis e passou a pintar. Ocorreu que perdeu uma irmã jovem num acidente de carro e resolveu voltar para dar atenção ao seu pai, que já tinha também perdido a esposa, sua mãe, em outro acidente de carro. Logo depois em 2004 resolveu expor as obras que tinha pintado em Petrópolis e assim o fez no período de 4 de novembro a 4 de dezembro, no Restaurante Miscelânia Chic, localizado na Rua Ilhéus, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador-Ba. Foi ela que fez o convite,
escolheu as fotos para ilustrar e deu o nome a mostra de Soltando os Bichos, quase uma catarse querendo passar uma borracha em algumas coisas desagradáveis que aconteceram. E conseguiu. Ela descreveu a sua mostra como “um passeio pelo imaginário, às vezes lúdico, às vezes dramático, explorando insistente e instintivamente formas, movimentos e cores. Percebendo a natureza de uma maneira simbiótica, transformando plantas e bichos, peixes em flores, num sentido metafórico, do abstrato ao figurativo. Dando vazão ao puro prazer de pintar, Bichos que existem no subconsciente, assim procuro definir a minha pintura”. A exposição foi um sucesso vendeu um bom número de telas e isto a encorajou a continuar pintando e pensar em mostrar outras obras. Foi quando o galerista e homem do comércio o Nino Nogueira chamou para expor em 2006, na rua da Paciência, 259, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. A exposição aconteceu de 23 de maio a 23 de junho de 2006 e deu o nome de Mixórdia e encontramos no dicionário Michaelis que mixórdia é um substantivo feminino que significa “mistura de coisas variadas; maçarocada, mexerufada, mistifório, salsada, tiborna. 2 Situação confusa ou atrapalhada; balbúrdia, complicação, embrulhada.” Ana Castro explica no convite da exposição que ao definir o título buscou coerência com o que apresentou ao público, ou seja, “uma mistura de vários temas, símbolos e signos diversos, sem muito compromisso com a unidade do conjunto”. Ela imaginou como se fosse uma exposição coletiva de vários artistas pintando cada um ao seu estilo e segundo ela isto pode ser entendido como um reflexo da própria personalidade “onde coexistem várias Anas o tempo todo…”.
Embora nada tenha sido planejado vemos que ela vem mantendo uma sequência de expor de dois em dois anos. Chegamos a 2008 e ela retorna com a exposição Nem Tão Verde Assim, também a convite de Nino Nogueira já em sua galeria/casa de decoração na Rua Timbó,198, no bairro Caminho das Árvores, em Salvador. O convite traz um poema de seu irmão André Castro chamado de Amazônia Burning. Sabemos que Burning significa ardente, queimando. Esta veia poética que também a Ana Castro tem, vem de longe dos seus antepassados porque são parentes do grande poeta baiano Antônio de Castro Alves. O poema: “Ouve o canto metálico estridente/Das mórbidas serras afiadas/E dos seus assombrosos dentes/Cravados em vidas ceifadas. / Vê as veredas abertas repletas / De tocos, multidão de amputados /Das lindas frondosas florestas/Vê seus corpos mutilados. /Sente o cheiro do óleo diesel /Do maldito motor sujo? E o gás venenoso invisível/Cede ao pulso do venal jugo. / Desfruta do luxo morto/Que envaidece a nobre dama/E cobre o burguês conforto/Espoja-se nessa lasciva cama. /Festeja ao redor da fogueira/Da velha árvore ao broto criança/Navega no mar da poeira/ Sepulta qualquer esperança. / Corta precisa, motoserra, a veia/Deita machado, à esmo, incerto/ Que jorre sangue, que sangre a seiva/ Abram-se os veios deste deserto.”
“Como definir uma coisa que não cabe definição? Impressões do cotidiano, natureza viva,
velocidade, luminosos, suavidade da seda, sobreposição de cores, abuso de pincel… Estampa. Minha pintura é entendida pelo olhar. Não consigo explicar com palavras o sentimento e energia transferidos às telas. É visceral, forte e intenso. Uma entrega, uma catarse”, escreveu Ana Castro na sua nova exposição que deu o nome de Estampa, que fez na sua própria casa no Caminho das Árvores. Retirou tudo da sala principal e pendurou suas imensas telas e abriu para receber seus convidados de 9 de novembro 11 de dezembro de 2010. Ela fez esta exposição depois de retornar uma viagem ao Japão, quando teve a oportunidade de conhecer várias cidades e um pouco da cultura do povo japonês. E sua amiga Lígia Aguiar escreveu: “Ao retornar neste ano de uma viagem ao Japão, Ana mudou sem perceber, a sua paleta de cores. Antes, a suavidade imperava em suas diáfanas e delicadas tonalidades. Nas últimas telas a escala tonal revelou-se alta cm fortes pigmentos. Também pudera, ao conviver com o agito da Terra do Sol Nascente, a artista assimilou o ritmo veloz e colorido da sua cultura tradicional, mesclada com a popular modernidade dos mangás, mas conservou a sua integridade. Isso só fez reforçar o conceito inicial da sua proposta”.
Talvez sobre a influência do esposo Clemente Tanajura que é PhD em Meteorologia e estudioso de outros assuntos ligados ao Universo ela mergulhou seu olhar para os corpos celestiais e passou a observar as galáxias, planetas, satélites, estrelas, nebulosas e quasares. Quando fazemos esta observação vemos a pequenez do ser humano diante destes corpos celestiais e de nosso próprio Planeta e a fragilidade da vida. Encantada com as formas e cores pintou uma série de telas com esta temática e denominou de Princípio Uno e decidiu expor na Nino Nogueira Décor, na rua da Paciência, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, isto de 4 de outubro a 20 de outubro de 2012. Num pensamento que o Clemente escreveu com o título de Princípio Uno. Vejamos: Elo de tudo / matéria e antimatéria / éter e espírito/ tempo e espaço/ tudo é diferente / não há nada igual / nunca houve e nunca haverá, /mas tudo é feito da mesma / coisa e tem a mesma origem, /portanto / tudo é igual / TUDO É UM”.
A artista Ana Castro nos encanta novamente ao viajar neste mundo fantástico onde ficamos extasiados quando observamos com cuidado este Universo onde estamos inseridos. Com seu pincel ela passa a nos mostrar as explosões, as cores em profusão, as pequenas partículas , a escuridão, a luminosidade.
Como escreveu seu saudoso irmão André Castro : “Ana Castro surpreende ao viajar pelo fantástico./Embalada por um pincel,/cavalga as tintas sobre aquarelas e golpeia as telas,/ num doido galope pela imensidão./Na sua pintura ela brinca de Deus,/ desenha mapas estelares/como se pontilhasse o céu,/ semeando grãos na escuridão,/ rebrilhando sóis, brotando quasares/ que
solitários vagueiam ao léu./Às vezes ela faz um voo inverso,/ cria histórias fabulosas e pinta estrelas,/ borra nebulosas, constrói seu próprio universo/ e o aprisiona com sua gravidade,/ onde a idade não tem mais idade / e o tempo é só relatividade”.
“Alegria é pra ficar expansiva, dá risadas. Para pintar preciso está nostálgica, com minhas carências e assim me entrego a minha arte. Aluguei uma casa toda de pedra em Igatu. Coloquei um rack no carro e muitas telas e material de pintura. E levei meu cachorro um husky siberiano”, disse Ana.Começou a andar muito com seu cachorro e passou a observar as flores, as cachoeiras, os arbustos, etc. Mudou completamente sem sentir a sua maneira de pintar. Passou a pintar mais abstrato. Igatu fica na Chapada Diamantina. Foi um mês enriquecedor e assim fez estas obras mais para o estilo abstracionista.
Volta a expor em setembro de 2014 na Nino Nogueira Galeria de Arte, na Rua da Paciência, no bairro do Rio Vermelho, em Salvado-Ba com grandes telas em acrílica inspiradas na natureza daí o nome da exposição Natureza Abstrata. Numa total liberdade ela faz uma catarse com a força de suas pinceladas num tema que lhe é muito gratificante porque tem uma preocupação visceral com a natureza que lhes cerca. Aqui se mostra mais livre para passear pelo branco das telas deixando suas pegadas como se fosse um animal solitário que vai trilhando o seu caminho em busca da sobrevivência. Ana Castro de repente retrata uma árvore frondosa e num passo seguinte encontra umas misteriosas flores vermelhas e em seguida tudo se mistura poeticamente. As obras não têm títulos, deixa ao observador atento nominá-las. Vemos aí a pintura pela pintura na sua verdadeira essência e nossos olhos começam a passear nesta natureza imaginária e virgem , passamos a descobrir coisas , formas e de repente somos interrompidos por espaços escuros. É hora de refletir sobre esta natureza pujante, mas que vem sendo agredida diuturnamente pelo homem com seus instrumentos potentes ou mesmo pelo simples e prejudicial gesto de jogar uma embalagem de plástico onde não deveria.
Na conversa que tivemos e mesmo no catálogo convite Ana diz que foram morar em Santa Cruz, na Califórnia, Estados Unidos, onde seu esposo foi realizar um trabalho durante um ano de abril de 2013 a abril de 2014 e lá alugaram uma casa. Ela forrou as paredes e o chão e fez um dos ambientes o seu estúdio provisório, isto porque as multas nos contratos de aluguel nos Estados Unidos são significativas por qualquer dano que o inquilino possa ter feito ao imóvel. O tempo ainda estava frio e quando veio a primavera foi uma explosão com muitas cores e flores. Aquilo lhe tocou de perto porque lá as estações são muito bem definidas. Portanto, enquanto na exposição anterior viajou pelo Cosmo agora com os pés fincados no chão passou a observar e retratar as belezas da terra. Pintou uma série de obras abstratas onde seu gestual é presença forte e lhe permitiu fluir. Revela que não tem a preocupação em seguir parâmetros, movimentos e tendências, porque é uma fiel defensora da liberdade de expressão do artista. Suas obras nos revelam também que Ana Castro dispõe de uma carga de energia muito significativa e assim ela transforma este potencial energético em belas obras para deleite de nossos olhos. São obras abstratas com fortes pinceladas e quando a gente fixa o olhar com mais atenção parece que as formas abstratas estão num constante processo de movimentação. Uma sensação de que ali tem vida, são as flores, as árvores, arbustos, ou seja, a vegetação em sua mais pura concepção plástica.
Finalmente em 2017 faz sua última exposição no Palacete das Artes, e muitas outras virão. Esta mostra chamou de Amaromar e escreveu:
“meu coração não é de plástico/ sou água, sou sal/ sou mar”. Também fez outra viagem e imersão desta vez na ilha de Boipeba, na localidade de Moreré. Alugou uma casinha simples e ficou por lá um mês em contato permanente com o mar e as pessoas simples que moram por lá. Passou a ficar incomodada com a poluição principalmente das embalagens plásticas que são jogadas no mar ou nas praias. Inquieta passou a recolher o que podia no entorno da casa onde estava. Com a preocupação que tinha com o meio ambiente com este contato direto passou a pintar várias telas inspiradas nesta agressão aos mares. Foi pesquisar e descobriu as ilhas de plásticos imensas que existem poluindo os oceanos e que as maiores em número de cinco tem uma delas tem 1,6 milhões de km2 , dez metros de fundura, pesa 80 mil toneladas e fica entre a Califórnia e o Havai no Oceano Atlântico Norte.
Também ficou sabendo que os copos plásticos e garrafas jogadas na praia perto da sua casa que tinha alugado eram deixados na praia por garotos que jogavam diariamente futebol ali perto. Foi até o mercado onde eles adquiriam os refrigerantes Dolly e solicitou da atendente que não desse copos plásticos porque eles estavam poluindo a praia. A moça não atendeu o seu pedido e a poluição continuava, daí ela decidiu recolher as garrafas e copos plásticos. Foi aí que veio a ideia de usar este material em suas obras e assim fez tartarugas, pequenos peixes e até um tubarão com as garrafas e os envolveu com uma liga de alumínio para fazer as formas. Pediu a outras pessoas que juntassem este lixo plástico e recebeu alguns sacos cheios do material. Porém, teve que descartá-los porque alguns estavam com organismos marinhos que apodreceram e ficou um mal cheiro insuportável. Ela escreveu que “nesta exposição me aventuro na construção de esculturas de grande porte feitas de alumínio e do plástico que, inevitavelmente, seriam atirados nos lixões ou no mar.”
A Ana Cristina Paula Leite de Castro nasceu em Salvador no dia vinte e quatro de setembro de 1962. É filha de Hernani Silveira Castro e Ondina Paula Leite de Castro, que foi fundadora do Orfanato Ajuda Social à Criança Desamparada, que ficava no bairro do Rio Vermelho, em Salvador-Bahia, próximo a extinta maternidade Anita Costa, onde chegou a ter 130 crianças assistidas. Ela é arquiteta, artista visual, cenógrafa, designer gráfico, e produtora artística.
EXPOSIÇÔES
Em 2022 participou da coletiva Recorte da Produção Diversa e Contemporânea na Bahia, no Museu Rodin, Palacete das Artes, Salvador-Ba; em 2017 exposição individual Amaromar de pinturas, instalação e esculturas denunciando a poluição dos oceanos. Em 2014 volta a expor individualmente obras baseadas na natureza e deu o nome de Natureza Abstrata, inspirada nas paisagens da Chapada Diamantina, na Nino Nogueira Galeria de Arte, no bairro do Rio Vermelho, e Salvador-Bahia. Em 2013 participou de uma coletiva chamada Pancakes & Booze Art Show, com pinturas em acrílica sobre tela no Mezzanine Galery Jessie St. San Francisco, na Califórnia, Estados Unidos. Em 2012 fez uma individual chamada Princípio
Uno inspirada no Universo na Nino Galeria de Arte. Em 2010 volta a expor em Salvador desta vez em sua residência no Caminho das Árvores quando transformou a sala principal numa galeria de arte, com uma individual chamada Estampa com obras inspiradas numa viagem que fez ao Japão. Em 2009 participou de uma coletiva chamada Exposição 2.234 com objeto-madeira e de alumínio, aço carbono no Casarão, no Largo de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador-Ba. Em 2008 volta a expor individualmente na Nino Nogueira Arte Décor, no Caminho das Árvores, com a mostra Nem Tão Verde Assim resultado de sua estadia na Chapada Diamantina. Em 2006 faz a exposição Mixórdia, na Nino Galeria de Arte, no Rio Vermelho, Salvador-Ba, onde mistura figurativo com abstrato que ela chamou de uma mistura desordenada. Em 2005 participa de uma coletiva durante a Semana do Meio Ambiente na Faculdade da UNEB, em Salvador-Ba e finalmente em 2004 expôs individualmente na Miscelânea Chic-Bar, Café e Arte, no Rio Vermelho, Salvador-Ba, quando fez um passeio pelo imaginário. Tem realizado trabalhos de cenografia como assistente e também em voo solo.