AS ANDANÇAS DA PERFORMÁTICA IEDA OLIVEIRA

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Por Reynivaldo Brito

A artista Ieda Oliveira com um dos seus 
sete  gatos e ao fundo objetos e pinturas
de sua autoria.

A artista visual Ieda Oliveira se diferencia da grande maioria dos seus colegas porque no seu jeito de ser no dia a dia ela vive normalmente com os dedos das mãos cheios de anéis coloridos, os cabelos pintados em mais de uma cor, além de brincos e outros adereços que formam este personagem que parece sair de um conto infantil com sua  alegria contagiante e  conversa fácil. 

Estamos diante de uma atriz nata que poderia estar trabalhando num circo mambembe, desses que se armam nos poucos espaços vazios que ainda restam nas cidadezinhas do interior ou mesmo sendo integrante do elenco de uma grande companhia teatral. Ela gosta e vive os personagens que assume quando está trabalhando em suas instalações e performances onde busca acima de tudo o despertar para a arte, a confiança no outro e também uma interação com as pessoas das feiras livres, das periferias das cidades grandes, os passantes, os pagadores de promessas   as quais normalmente não têm contato com a arte e nunca foram a uma exposição ou museu. A artista  os envolve fazendo papéis de coadjuvantes e suas performances se transformam numa diversão, e assunto principal nas conversas do dia daquele local.  Muitos que viram e participaram de uma performance da artista nunca mais esquecerão, principalmente as crianças que são sempre as primeiras a se aproximar de Ieda Oliveira quando ela portando seu megafone os convoca para o ato. Nas suas

Alguns dos quinze cavalinhos de aço corten
criados por Ieda Oliveira .
Pinturas sobre espuma que usou
como suporte para se expressar
.

 performances sempre se apresenta com um traje diferenciado, pois costuma vestir fantasias previamente escolhidas de acordo com o que vai realizar. O que notei nos vídeos e na conversa com Ieda Oliveira é que inicialmente as pessoas ficam desconfiadas e chegam até a pensar “essa mulher é uma vigarista”, outros que se trata de uma” brincadeira de mal gosto” e assim por diante. Mas, quando a performance vai se desenrolando a confiança entre os presentes e a artista vai se estabelecendo aos poucos e depois tudo congrega em momentos de alegria e confraternização.

Participou do Projeto Urbano promovido pela Fundação Gregório de Mattos quando apresentou sua instalação definitiva na Praça da Inglaterra, na Cidade Baixa, em Salvador, lugar que em épocas passadas era ocupada por fotógrafos lambe-lambe, camelôs e outros profissionais. São quinze cavalinhos  que chamou de Haras para M.B.O. ( Manoel Bitencourt Oliveira) que são as iniciais do pai também artista. Esta ideia surgiu desde 1991 em suas andanças pela Chapada Diamantina.

Em 1998 participou da Bienal Internacional do Recôncavo em São Felix, Bahia, quando apresentou a instalação Brincadeiras composto de vinte cadeiras de ferro, dessas que ainda são usadas principalmente no interior onde o assento é feito de fitas ou macarrão de plástico, além de quatro portas que pintou do apartamento onde morava. 

Ela pintou nas portas mulheres dos prostíbulos da Rua 28 de Setembro. As portas não foram selecionadas, mas as cadeiras receberam o Grande Prêmio da Bienal do Recôncavo e ela foi agraciada com uma viagem para à Alemanha onde ficou uma temporada em Berlim e outras cidades. Quando trouxe de volta as portas e posteriormente foi mudar do apartamento alugado onde vivia o proprietário Álvaro Viana mostrando desprendimento autorizou levar as portas. “Leve minha filha aí estão suas obras”, e Ieda fez questão de registrar este gesto.

                                               ALGUMAS  PERFORMANCES

Vemos Ieda Oliveira com o megafone
orientando os particiantes do sorteio.

Na performance Andando e Dormindo – A sorte é cega Ieda Oliveira esteve apresentando num circuito em cinco cidades Ubaíra, São Gabriel, Mutuípe, Monte Santo e em Salvador. Tratava-se de uma rifa chamada Raid das Moças, muito comum nos anos 70 e 80 e ainda presente em comunidades do interior quando alguém quer vender algo para fazer um dinheirinho então parte para a rifa. Compra uma cartela do Raid das Moças com nomes de mulheres e sai “vendendo” as assinaturas em número de cinquenta. Ieda Oliveira plota o Raid das Moças em tamanho grande e compra um animal ou um objeto, a exemplo um bode, uma bicicleta e as pessoas vão assinando sem pagar nada. O sorteado leva para casa o seu prêmio. Por ser gratuito aí se estabelece a desconfiança, e sempre tem algum mais taxativo que insiste e verbera sua desconfiança. A artista vai confirmando o prêmio, e no final quando enche a cartela de assinaturas faz o sorteio e o felizardo pula de alegria com o animal ou o objeto nos braços. Essa performance foi agraciada com o Prêmio Setorial de Artes Visuais do Governo da Bahia, promovido em parceria com o Instituto Cultural Brasil Alemanha – ICBA no ano de 2014.

A artista escreveu: “O que tenho notado nos últimos circuitos que fiz é uma grande euforia do público para participar na formação da obra. Mesmo desconfiados, sentem-se atraídos pela novidade acontecendo no local, isso se fortalece quando percebem que em minhas intervenções estou ofertando coisas de graça, como alimentos, roupas, eletrodomésticos, animais, dentre outras, sem ninguém precisar desembolsar um centavo”.Em 2022 fez a instalação Farinha do Mesmo Saco na Galeria ACBEU quando portando uma cuia de queijo para guardar o dinheiro da venda de dezenas de saquinhos de farinha timbrados com o nome da exposição ia oferecendo ao público em troca de um valor simbólico. Disse que ficou satisfeita com a interação com os visitantes da instalação e que daí em diante passou a ter uma maior interação com o público em seus novos trabalhos.

A performance O Jogo da Preá é inspirada nas brincadeiras que aconteciam nas quermesses das festas do padroeiro das cidades do interior. Era composto de várias casinhas de madeira numeradas e colocadas em círculo para evitar que a preá ou preá fugisse. Numa casinha especial ficava a preá ou o preá e as pessoas ganhavam os números correspondente a cada casa. Quando todos números eram vendidos a preá ou o preá  era solto e na casinha que entrasse quem tinha aquele número era o sorteado. O prêmio quase sempre era um objeto e até mesmo um animal que o pessoal da comunidade doava à igreja para ajudar na sua manutenção. Vemos ai em Taiwan, na China, Ieda Oliveira  com a caixinha onde está a preá explicando às criancinhas através um interprete os detalhes do jogo.

Foto 1. Ieda puxando o jumento pelas ruas 
de Lençóis. Foto 2. Distribuindo lençóis.
Foto 3. Deitada na praça coberta por um
dos lençóis que  distribuiu na comunidade.

No início de 2015 participou da mostra Latino-americana de Performances Urbanas – MOLA, em Lençóis, na Chapada Diamantina, na Bahia com a performance Vendo Lençóis. Visitou a comunidade do Alto das Estrelas que fica fora do circuito turístico da cidade explicando a sua performance. Arranjou um jumento e percorreu as ruas da cidade mercando   e distribuindo lençóis anunciando com uma placa de papelão “Vendo Lençóis”. Depois deitou no chão na praça e ficou à espera das pessoas com os lençóis que distribuiu para cobri-la. Enfrentou um calor danado porque o sol estava forte e esquentou as pedras do piso. Uma das participantes d. Lili chegou até a dançar portando seu lençol até cobri-la. Certamente essas pessoas guardam até hoje este registro diferenciado.

Em 2015 a artista Ieda Oliveira surge com nova performance a Pedra Falsa na cidade de Monte Santo, sertão da Bahia, onde anualmente no dia primeiro de novembro, Dia de Todos os Santos, acontece uma romaria quando centenas de pessoas sobem a Serra de Picuaraçá para pagar suas promessas levando pedras que são depois deixadas pelo caminho. As pedras lançadas devem se encaixar junto a outras que estão amontoadas pelo trajeto. Se por acaso a pedra lançada não se encaixar e rolar ladeira abaixo é sinal ruim, e talvez seja a última viagem do penitente.  A cidade de Monte Santo dista 352 Km de Salvador e foi palco das pregações de Antônio Conselheiro. Ieda fez uma “pedra” com espuma dessas usadas em colchões, pintou de preto e subiu a serra com a Falsa Pedra na cabeça enquanto seus amigos Fábio Salmerón filmavam e Jonathas Medeiros fotografava sua subida trajando um longo vestido vermelho. A subida foi difícil porque a trilha é sinuosa, cheia de pedras e o vento que soprava era forte. Mas, com sua obstinação a artista deixou lá sua pedra falsa que levava na cabeça na cepelinha onde estão guardadas as lembranças dos pagadores de promessas. Ela tinha uma forte relação afetiva e artística com o seu pai o Mané da Loja que chegou a participar de duas versões da Bienal Naifs do Brasil, em Piracicaba, em São Paulo, fez duas individuais em Ubaíra, interior da Bahia, participou de três bienais do Recôncavo em São Félix, Bahia, dentre outras.

                                                                  QUEM É

Ieda Oliveira em sua casa-ateliê.

A artista Ieda Oliveira nasceu em Santo Antônio de Jesus, em nove de setembro de 1969 e passou sua infância  em Varzedo, então distrito. Hoje Varzedo se emancipou e tem cerca de nove mil habitantes. É filha de Manoel Bitencourt Oliveira, já falecido, e Eunice de Jesus Oliveira, a d. Nice, que acompanha de perto as atividades artísticas da filha. Seu pai conhecido como Mané da Loja, era comerciante e sua loja vendia desde cachaça com folha até antiguidades que ele costumava comprar nas fazendas da região. Estudou até o quarto ano primário no Grupo Escolar Estevão Moreira Sampaio. Lembra de sua professora Lourdes Amorim, conhecida por Lurdinha de Barrigudo, por causa de seu esposo que tinha uma barriga proeminente. Certo dia um advogado da cidade de Rui Barbosa chamado de dr. Robério que gostava de comprar e garimpar antiguidades visitou seu pai e vendo sua filha por ali o incentivou a colocar no colégio de freiras em Santo Antônio de Jesus. Era o Colégio Santo Antônio e que tinha internamento de meninas. Seu pai resolveu ir para Santo Antônio conversar com a Madre Purificação e no início do ano 1980, ela tinha nove anos quando foi internada. Antes providenciaram o enxoval, compraram uma mala nova e assim tomaram a velha Kombi do conterrâneo Djalma que fazia o transporte entre Varzedo e Santo Antônio de Jesus e seguiram até o colégio. Ieda Oliveira era filha única. A sua mãe sentiu muito a sua falta, mas era preciso continuar os estudos. Foi matriculada no quinto ano do primário e mesmo interna foi reprovada

em algumas disciplinas e o pai não deixou fazer a recuperação obrigando-a a repetir o ano. Voltou para casa e trouxe com ela um gato que ganhou no internato. Eram mais de oitenta meninas de várias cidades. Disse que rolava muita confusão e já estava no primeiro ano do magistério e as freiras aconselharam a tirar do internato. Assim só pode continuar os estudos no Colégio Santo Antônio como aluna externa. Então passou a ir e voltar de Varzedo até Santo Antônio de Jesus num velho ônibus que apelidaram de Trem porque balançava muito e “batia mais que coração de ladrão”, além de as roupas ficarem empoeiradas. A distância é de apenas dezessete quilômetros, porém a estrada era esburacada e de terra. Era poeira no verão e lama no inverno.  Estudou no colégio até o terceiro ano do magistério. A única opção era a Casa de Rosário que ensinava datilografia. Ela não conseguiu se formar em datilografia. Matriculou-se no Colégio Stilo para fazer o curso de vestibular, mas como o ensino de Física, Química e Matemática era muito puxado Ieda Oliveira desistiu. Isto foi entre os anos 1988 e 1989. Ela não queria ficar em Varzedo e de quando em vez arrumava a sacola e fugia para Coaraci para a casa de uma tia deixando a mãe e o pai preocupados até que a tia avisasse da sua chegada inesperada. Neste ínterim ela tomou conhecimento que o prefeito de Santo Antônio de Jesus dr. Renato Machado tinha fundado uma Residência para os Estudantes em Salvador, na Rua Direita da Piedade. Foi assim que através um primo chamado de Delson, que era metido na política conseguiu informação que o dr. Renato Machado ia para Varzedo tal dia. Seu pai o procurou e solicitou duas vagas para ela e a amiga Roseli Andrade. O prefeito mandou que procurasse a vice Creuza Queirós encarregada da Residência estudantil. Vieram estudar Ieda fez um curso no Sartre, depois no Águia, se matriculou na Católica, passou em Licenciatura Artes Plásticas, fez também o vestibular na Escola de Belas Artes da UFBA e foi aprovada onde cursou o bacharelado em Artes Plásticas e Roseli Andrade, em Biblioteconomia. Saiu em 1988 após receber uma carta da universidade que deveria se formar senão seria jubilada. Em 2007 fez o Mestrado e depois o Doutorado.

Quatro desenhos da artista que
reuni nesta imagem.

Desde jovem e nas férias gostava de ficar na loja ajudando o pai principalmente quando ele precisava ir para a roça ver o plantio ou mesmo acompanhar o dia a dia do trabalhador que lá morava. Também disse ter uma relação forte com a terra e que gostava de acompanhar o plantio de milho, feijão, mandioca, amendoim e outras culturas e de assistir o processo das colheitas. Mas, a arte sempre foi mais forte e hoje é uma artista reconhecida principalmente pela arte conceitual que abraçou. Como já falei a própria loja de seu pai virou assunto de uma performance Vendo a Venda que apresentou no Museu de Arte Moderna da Bahia, em 2009. Ela montou as prateleiras, encheu de produtos e passou a distribuir produtos aos visitantes. Durante a instalação produziu alimentos que constavam de farofa de sardinha, abafa-banca, geladinho, café, arroz com sardinha, além de bebidas inclusive infusões de cachaça com diversas folhas, e no final toda a mercadoria foi doada aos moradores da Gamboa vizinhos do museu. Esta é a maneira que escolheu Ieda Oliveira para se expressar através de instalações, performances que tem o seu fundamento nas ideias e nos conceitos em detrimento dos suportes têm uma característica da efemeridade ficando seus registros apenas em vídeos, fotos e escritos. Este movimento surgiu nos anos 1960 e chegou forte até o final dos anos 70. O artista pode se expressar com suas performances, instalações, vídeos, textos, fotografias e até mesmo através a música. Nos livros de arte você vai encontrar que este termo foi usado pela primeira vez em 1961 através um texto de Henry Flynt sobre o Grupo Fluxus. Também dizem que o precursor foi o Marcel Duchamp com seus ryde-mades, a exemplo de um vaso sanitário que denominou de A Fonte apresentou num museu, e assim fez com outros objetos do cotidiano elevando-os à categoria de obra de arte.  Na verdade, não existem limites estabelecidos para a arte conceitual e de quando em vez surgem artistas se expressando dentro de seus ditames que deixou para trás o formalismo cartesiano. Por isto que nem sempre a arte conceitual é bem recebida e palatável, especialmente por aquelas  pessoas que não entendem muito de arte ou mesmo preferem uma pintura ou uma escultura clássica.

Performance Com a Cabeça nas Nuvens,
em 2015  na cidade de Mutuipe-Ba.

                                                PRIMEIRO VENDIDO

Lembrou Ieda Oliveira que ainda era estudante e juntamente com seus colegas Oscar Brasileiro e o Adriano Castro, que hoje tem um canal do You Tube chamado de Red bill, conseguiram expor juntamente com os cem artistas que participavam da mostra Pinte o Pelô em 2007 na Galeria do Sebrae. Eles expuseram na mostra graças a Alexandre que era filho do dono da Galeria Arcada das Artes, que existia no Pelourinho,  organizador da mostra juntamente com Maria Adair e colocou algumas pinturas que fez inspirada nos prostíbulos da Rua 28 de Setembro. Foi quando apareceu uma alemã e comprou seu trabalho e quando foi receber o dinheiro da venda ficou sabendo que se chamava de Milka Tisna, de Munique, a qual depois passou a comprar novos trabalhos e fez até exposições na Alemanha de suas obras. Ela é médica psiquiatra e quando vinha trazia materiais de pintura, revistas, catálogos e o dinheiro da venda das obras que tinha levado e foram vendidas. Assim ela levava novas obras, inclusive deu a Ieda Oliveira o seu primeiro computador. Considera que a alemã foi muito importante em sua trajetória.

Em 2015 fez uma performance na Rua Araújo Pinho, no bairro do Canela, em Salvador, quando deitou numa mesa e colocou no tóarax um bolo em formato de coração e convidava as pessoas que passavam a cortar um pedaço e depois saiam comendo. Ela chamou de Forma de Bolo. No princípio as pessoas ficavam receosas até que a primeira tomou coragem e cortou o seu pedaço. Aí vieram outras até o término do último pedaço. Essas são algumas das instalações e performances que a Ieda Oliveira já fez durante a sua trajetória artística. Mesmo assim não abandonou a sua pintura e inclusive me mostrou em sua casa várias pinturas por ela realizadas.

Neste interim fez um concurso para ensinar na Escola de Belas Artes da UFBA e passou em primeiro lugar com 9,5 de média. Porém, quando já estava providenciando os exames de saúde e papéis para apresentar e tomar posse foi informada quase às vésperas  que uma moça de Minas Gerais,  passou em último lugar com a nota sete ,mas  ela é considerada negra cotista e foi escolhida por sorteio. Entrou na Justiça e está aguardando o desfecho . A Ieda Oliveira já tem experiência de magistério porque durante seis anos ensinou como professora substituta. Era uma única vaga e ela entende que não se pode fracionar uma vaga para atender a politica woke dos 20% de cotas. Atualmente está ensinando Educação Artística no Instituto Normal Isaias Alves

                                                           ATIVIDADES

Ieda e seu pai desfilando
enrolados em papéis
alumínio e de filme.

Ieda Oliveira é artista visual, professora e pesquisadora. É doutora (2017), mestre (2009) e graduada (1998) em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia – Escola de Bela Artes. Possui vasta experiência nas artes visuais e conta com prêmios no currículo. Participou, enquanto artista, de importantes eventos artísticos nacionais e internacionais, como a 26a Bienal Internacional de São Paulo, quando apresentou a performance O PecaDor onde espalhou duas toneladas de grãos de milho e colocou o confessionário que o padre Gilberto da paróquia de Varzedo-Ba o emprestou. Foi um sucesso e durante a performance três assistentes ficavam com rodos juntando os grãos de milho que se espalhavam quando as pessoas andavam sobre eles. Participou ainda da III Bienal do Mercosul e a II Trienal de Luanda. Fez residência artística na Kunstlerhaus, de Hamburgo, na Alemanha, e no Taipei Artist Village, em Taiwan. Realizou mostras individuais internacionais em Berlim, Munique e Siegburg, na Alemanha, e em Taipei, em Taiwan. Participou de mostras coletivas no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, e na SOSO, Galeria de Arte Contemporânea, em São Paulo. Participou da mostra itinerante Mostra Nordeste de Artes Visuais, do Museu Murilo Lagreca, em Recife (PE), da Pinacoteca do Estado

do Rio Grande do Norte, em Natal (RN), do Centro Cultural do Banco do Nordeste, em Fortaleza (CE), do Museu Assis Chateaubriand, em Campina Grande (PB) e da Galeria CESMAC de Arte Fernando Lopes, em Maceió (AL). Em 2018, ganhou o Prêmio FUNARTE – Periferias e Interiores. Em 2019, participou da mostra À Nordeste, no SESC 24 de Maio, em São Paulo, e da mostra Orquestra para Pássaros, no Goethe Institut da Bahia (BA). Em 2020/2021 participou do Projeto RUA (Roteiro de Arte Urbana) inaugurando uma instalação permanente chamada Haras para M.B.O., na Praça da Inglaterra, uma das mais importantes de Salvador, no bairro do Comércio. Em 2021 também apresenta a obra Ninho de Cobra na mostra Desmanche, no Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e participa da exposição Museu de Dona Lina, no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), com a obra Lagarta de Fogo, que faz parte do acervo permanente do museu. Vemos à direita Ieda Oliveira e seu pai M.B.O enrolados ele em papel alumínio e ela em papel filme andando à noite pelas ruas do centro da cidade do Salvador Bahia na performance Homem de Aço e Mulher de Vidro. Em 2023 participou do Art Souterrain Festival – La Fête, Montréal, Québec, (CA), no mesmo ano participou da coletiva, A Gravura na Bahia – A Partir da EBA/UFBA, Galeria Cañizares, Salvador, (BA), e da mostra 2 de Julho, a Independência do Brasil na Bahia, Galeria Cañizares, Salvador, (BA).   Em 2024 participou da mostra

Uma das pinturas da
série inspirada em sacos
de papel usados em
vendas  do interior.

 Casa de Mulheres, Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM) Salvador, (BA). Em Salvador, já expôs diversas vezes no Museu de Arte Moderna da Bahia, Museu da Bahia, Goethe Institut, Galeria ACBEU, dentre outras galerias. Realizou várias performances e intervenções urbanas nas ruas da capital baiana e em cidades do interior da Bahia, além de ter criado a RAIO – Residência Artística Ieda Oliveira. O interesse temático da artista reflete e revela aspectos originais do cotidiano baiano e nordestino com a interface transdisciplinar na contemporaneidade, conectando o local ao global. Para além da experiência artística, atua também na área acadêmica. Já ministrou aulas na UFBA, UCSAL e UNEB/PARFOR. Ministrou cursos através da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) em diversas cidades do interior da Bahia. Ministrou oficinas no Museu de Arte Moderna da Bahia e participou de Comissões de Seleção e Premiação em Salões de Arte, dentre outros. Atualmente, trabalha em um curso técnico profissionalizante oferecido pelo Governo do Estado no Centro Estadual de Educação Profissional Formação e Eventos Isaías Alves (ICEIA) onde é professora de diversas disciplinas vinculadas às artes visuais e ao teatro.