Bahia com um atleta a mais entrega virada ao Fluminense no Maracanã

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Por Zédejesusbarreto
Bahia desceu para os vestiários, no intervalo, vencendo (1 x 0) e com um atleta a mais em campo, em vantagem. No retorno, em sete minutos, após falhas individuais infantis e até grosseiras da defensiva baiana, o Fluminense, na garra, virou o jogo, fez os 2 x 1 e garantiu o placar até o final. Ou seja, entregamos, de bobeira, três pontos que pareciam ganhos. Dessas derrotas que doem.

  No futebol é assim: cochilou, o cachimbo cai.

  O Bahia fica com seus 12 pontos, rondando a zona de baixo, e o Fluminense, com o triunfo, sobe para a terceira posição, na parte de cima. O Botafogo, líder, encara o Palmeiras, vice, na rodada (domingo).

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 No Rio de Janeiro

 – Dia de São João, o batista, das fogueiras.

   Começo de noite de sábado, céu limpo de inverno, o Maracanã colorido com público bem razoável, gramado novo, 12ª rodada.

 – O Tricolor carioca em boa fase sob o comando de Fernando Diniz, campeão carioca, uma equipe de toque de bola (estilo Guardiola), com almejos no alto da tabela (tem 18 pontos ganhos, 6º lugar), a equipe inteira em campo; o Tricolor baiano na briga para se afastar do grupo de baixo na classificação (em 14º com 12 pontos), com muitos desfalques na equipe (goleiro, zaga, meio campo, ataque) mas de bom astral depois do triunfo contra o Palmeiras na Fonte Nova.

 – Uniformes: o Bahia de camisetas brancas com duas listrinhas horizontais na altura do peito, fitinhas do Bonfim, em vermelho e azul – uma homenagem na camisa ao mestre Evaristo de Macedo, 90 anos; O Fluminense com seu padrão tricolorido, camisetas com listras verticais (verde escuro, vermelho-grená e branco) …

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Com bola rolando …

– Com um minuto, primeira lambança de Danilo Fernandes numa saída de bola e quase o Flu abriu o placar. O time carioca ‘dono’ da bola, a trocar passes, trançando. Aos 4’, Keno cruzou como quis da esquerda e Arias entrou rápido, de cara, testando, nas pernas do goleiro Danilo. Aos 9’, blitz carioca, a defesa rebate mal, Marcelo pega o rebote e enche o pé, ótima defesa de Danilo Fernandes, no reflexo.  Só dava Flu, envolvente, o Bahia pouco incomodava.

–  Aos 15’, Pirani tentou da esquerda, cobriu o travessão, assustou. Um time jogava e outro corria atrás da bola, parecia um treino de luxo.  Só aos 20’ o Bahia pela primeira vez chegou: uma avançada de Thaciano pela esquerda, achou Cicinho entrando livre pela direita, o lateral matou no peito, de frente e bateu forte, por cima. Quase!

 – Aos 24’, nova trama carioca, Pirani arrematou de frente, livre na área, defesaça de Danilo Fernandes. Aos 26’, bomba de Keno da intermediária, espalmada de Danilo, trabalhando muito e bem. Mas futebol é um jogo triçoeiro…

– Gol! 1 x 0 Bahia, aos 28 minutos. Os cariocas adiantados, contragolpe rápido dos baianos, Kayky da esquerda achou Mingotti penetrando por trás da zaga carioca, escorando de primeira, abrindo o placar. Primeiro tento dele com a camisa tricolor.

– Aos 34 minutos… após uma entrada duríssima e desnecessária de Nino em Mingotti, na intermediária, com a chamada do VAR, o zagueiro carioca foi expulso. E o goleiro Danilo Fernandez, só, deixou o campo, sentiu o músculo da coxa, vinha fazendo uma ótima partida, exigido (saiu em prantos). Claus no gol, comprometeu.

 – Com mais espaços, por conta de expulsão de Nino, o Bahia começou a trocar mais passes; aos 43’, Cauly arriscou da entrada da área, por cima.

  Uma primeira etapa atípica. O Flu dominava, abriu-se, levou um gol de contragolpe e teve um zagueiro expulso. Dai em diante, outro jogo. Uma boa vantagem para o Bahia, à frente no placar e com um atleta a mais em campo. Mas… nada definido.

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 Segunda etapa

 –  Mesmo com um a menos, o Fluminense voltou em cima, tentando empurrar o Bahia pra trás, trabalhando a bola, acreditando, amassando.

– Gol! 1 x 1 Fluminense, aos 4 minutos. A defesa do Bahia abusou de errar, dando chutões, Cicinho deu um balão pra trás, de  canhota, e o goleiro Claus, lerdo e trapalhão, saiu atrasado, Lelê subiu limpo e testou fácil. Que bobeira!

  O Bahia, leso, atordoado, levava sufoco, sem ver a bola. Aos 6’, olhe o VAR! O time baiano parecia anestesiado em campo. O Flu à toda.  

 – Gol! 2 x 1 Fluminenses, Martinelli, aos 7 minutos. Os cariocas entram tabelando, Martinelli ficou de cara, desviou fácil do goleirão que saiu atarantado. O árbitro marcou impedimento, o VAR mostrou que o meia tinha condições de jogo/ Vitor Hugo cochilou, não se adiantou na linha, dando condições de jogo ao meia carioca. 

  A virada, em menos de 10 minutos, os baianos só espiando o Flu jogar. Não dava pra acreditar.

 Era preciso acordar! Só depois dos 20’ o Bahia voltou a jogar, mesmo que só na vontade, o Flu já amaciando, administrando, na manha, sem pressa. O Bahia todo em cima, numa pressão inócua. Aos 32’, num contragolpe, Keno entrou livre, bateu firme, Claus deu rebote, Pirani tentou completar, bola no travessão.  No cai-cai ganha tempo, o time carioca todo fechadinho atrás, segurando a vantagem no placar.  

   – Aos 38’, em boa tabela com Daniel, Chavez entrou de cara, livre, mas chutou no corpo do goleiro Fábio, desperdiçando a chance do empate. Aos 41’, bomba de Cauly da entrada da área, a bola desviou em Mingotti e passou rente, Fábio espiando, torcendo (tinha endereço).

A arbitragem acrescentou 7 minutos. O Bahia assediando, tentando… Aos 47’, Mingotti arrematou a curta distância, de cara, para uma defesa milagrosa de Fábio, na linha,  garantindo. Aos 51, bola cruzada na pequena área, Mingotti e Vitor Hugo não alcançaram, Fábio abafou.  E acabou.

  Destaques

      O goleiro Danilo Fernandes voltou bem, vinha fazendo ótimas defesas, saiu aos 35’, sentindo músculo da coxa. Claus entrou mal, falhou no primeiro gol do Flu, não soube abafar no segundo. Cicinho atuou bem, mas errou feio no primeiro gol dos cariocas. Acevedo bem. Vitor Hugo falhou no segundo gol carioca, dando condições ao atacante entrar livre. Kayky e Chavez foram os melhores.

  No Fluminense, o conjunto. Keno, decisivo. Martinelli e Pirani.

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 Ficha Técnica

– O Flu de Diniz/ com o assistente-auxiliar Eduardo Bastos no banco: Fábio, Samuel Xavier, Nino (expulso), David Braz e Marcelo (Felipe); Martinelli, Lima, Pirani (Guga); Arias, Lelê e Keno (Ganso, Cano)

 – O Bahia do mister Renato Paiva: Danilo Fernandes (de volta após meses parado, desde agosto passado) / Claus, Cicinho (André), Kanu, Vitor Hugo e Chavez; Rezende (Daniel), Acevedo, Thaciano e Cauly; Kayky (Arthur Sales) e Mingotti.

 – Arbitragem do DF, com VAR; o apito, Sávio Pereira Sampaio, serena.

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 – Pela 13ª rodada recebe o Grêmio na Fonte Nova, no sábado, dia 1º de julho, às 18h30.

   Depois, mais dois confrontos seguidos e decisivos contra o mesmo Grêmio, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Overdose gremista.

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– Pela Série B, o Vitória, depois de 15 dias só treinando, joga neste domingo, dia 25, às 18 h, em Campinas/SP, Estádio Brinco de Ouro, contra o Guarani. O Leão briga para retomar a liderança da competição, que, no momento, é do Sport Recife.

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 Ainda no sábado, 12ª rodada, série A:

  – Athlético PR 1 x 0 Corínthians; Fortaleza 2 x 1 Atlético Mineiro.

    Às 21h, Cruzeiro x São Paulo.

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 Seleção Brasileira

 Antes da chegada prevista do treinador Ancelotti, inicialmente prevista para junho de paroano, sob o comando inseguro e interino do inexperiente Ramon Menezes encara seis jogos pelas Eliminatórias para a Copa 2026 – contra Bolívia, Peru, Venezuela, Uruguai, Colômbia e Argentina, todos ainda este ano.  Em 2024 tem um amistoso já programado contra a Espanha.

 Um risco incalculável, pois.  Sobretudo por conta das eliminatórias.

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 Futebol mambembe

  No dia a dia do futebol, a CBF (argh!) não consegue com os clubes evitar as ondas e cenas deploráveis de violência e vandalismos (mais recentes na Vila Belmiro, em São Januário…), não consegue evitar que torcedores (as tais torcidas uniformizadas) entrem nos estádios com sinalizadores, que não mais aconteçam agressões racistas contra atletas, que contenham (interessa?) os erros desmandos de arbitragens e VARs, melhorem os gramados, nada.

 E o cai-cai de treinadores continua. Torcida e radialistas derrubam treinadores no Brasil. Não evoluímos.

Foto: EC Bahia/Foto: EC Fluimense