Por Zédejesusbarreto
Frustração total. O Bahia vencia, tinha o jogo nas mãos/nos pés, jogava melhor e, mais uma vez, com erros de desatenção de sua defesa levou dois gols de ‘bola parada’ – uma falta e um escanteio – e uma virada (2 x 1) já nos acréscimos, deixando desolados os 45 mil torcedores apaixonados presentes. Não foi uma estreia feliz de Rogério Ceni na Fonte Nova, tampouco de Juba, que entrou na metade do segundo tempo.
Treinador? Nada! Má sorte ou incompetência? Uma derrota absurda, mais uma, com o mesmo script, por conta de desatenção e vacilos defensivos em lances pontuais; e a falta de um centroavante finalizador. Um resultado horrível, inexplicável e que repõe o Bahia na boca da zona d degola, quando os três pontos pareciam garantidos. Haja choro.
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Na Fonte Nova
– Noite chuvisquenta de setembro, segunda-feira, arquibancadas cheias (mais de 40 mil presentes), torcedor tricolor motivado com o triunfo (4 x 2) contra o Coritiba e muito esperançoso com a chegada do treinador Rogério Ceni – seu primeiro jogo diante da torcida. Um triunfo deixaria o Tricolor mais acima da zona de degola (15º, com 25 pontos) e com os olhos já numa possível vaga na Sul-americana. O Santos no desespero (21 pontos, 17º), precisando sair da Z-4, em crise, há algumas rodadas sem vencer, com treinador interino… Um jogo de seis pontos.
– O Bahia de camisetas brancas (com listrinhas horizontais no peito, em vermelho e azul); o Santos com camisas em listras verticais p & b, calções pretos.
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Com bola rolando …
– Aos 19 segundos, um chute de bico do veloz avante M. Leonardo na trave de M. Felipe, o bandeira viu impedimento do santista, mas… foi um susto no torcedor. Aos 2’, pressão total dos paulistas explorando a velocidade; aos 3’, Marcos Felipe fez uma defesaça, evitando primeiro gol. O Peixe abafando, surpreendendo, sufocando no começo, marcando forte e impondo correria pra cima dos donos da casa, ofensivo. O Bahia tentando trabalhar com a bola no chão, cadenciando.
– Até os 15’ só o Santos jogou, dono do meio-campo, ganhando as divididas e os rebotes, a faca nos dentes. Aos 17’, a primeira chegada do Bahia, na trama; Camilo Cândido bateu firme de fora da área, seco e rasteira, para defesa difícil de João Paulo, espalmando. Aos 23’, tentativa de Gilberto, de longe, passou perto. O Bahia já entrava no jogo, conseguindo quebrar o ritmo do adversário. Aos 27’, o time santista entrou tabelando, fácil, mas o chute de Jean Lucas saiu errado. Mais equilíbrio.
– Aos 34’, um chutaço de Yago, da intermediária, João Paulo saltou e espalmou, no ângulo, tinha endereço. Aos 39’, Everaldo ficou com a sobra de um erro da zaga santista, entrou de cara, Thaciano solto pedindo, o centroavante (?), lento, tentou o chute, travado, perdeu a chance clara. Aos 40’, foi a vez de Gilberto, livre na área, chutar pra fora. Aos 43’, o Tricolor entrou tabelando, Ademir de frente pegou mal na bola, outra chance desperdiçada. Aos 44’, o time peixeiro penetrou num contragolpe em velocidade, Lucas Lima deixou Lucas Braga de cara, Marcos Felipe saiu bem e abafou no chão, salvando.
Uma primeira etapa jogada em alta intensidade. O Bahia levou sufoco no começo mas terminou melhor, criou boas chances de gol. O Santos explorou a velocidade de seus jovens avantes, Soteldo arruaçando… e o Bahia com mais troca de passes. Jogo aberto e indefinido, bom de ver.
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Segundo tempo, as mesmas equipes em campo. Aos 5’, primeiro chute, Yago, de longe, por cima. O Tricolor com linhas mais avançadas, atuando mais no campo inimigo, tendo mais a bola, e o Peixe mais postado para o contragolpe, sempre perigoso.
– Gol! 1 x 0 Camil Cândido, chutaço de canhota, depois de boa trama tricolor, aos 14 minutos, abrindo o placar. O Bahia era melhor, então.
Por volta dos 20’, Juba em campo, no lugar de Ademir, exausto ou sentindo algum incômodo. Aos 25’, Rogério Ceni chamou Mingotti e Biel. A tentativa de manter a pegada, não dar espaço para reação do Santos. Saíram Everaldo (entrou?) e Ratão.
– Gol! 1 x 1 Santos. Falta cobrada por Soteldo, da intermediária, jogadinha ensaiada, testada de Joaquim (desmarcado) para o meio e Marcos Leonardo na pequena área estufou a rede. Desatenção total na zaga baiana, vacilão primeiro de Gilberto, depois… Vitor Hugo, paradão no meio, cochilo. Aos 28 minutos. Quando o Bahia parecia ter o controle das ações.
– O Santos começou a mastigar, ganhar tempo, fechadinho atrás, já parecia satisfeito com o empate. O Bahia tinha a bola, o domínio das ações, atacava mas finalizava pouco e mal. O torcedor inquieto. O árbitro acrescentou 7 minutos.
– Gol! Santos 2 x 1, de virada, aos 49 minutos. Escanteio da direita, bola alçada, a defesa pastou, fez linha de impedimento (mas Thaciano ficou plantado), Joaquim testou de novo e Furch, que tinha acabado de entrar, livre na pequena área, fuzilou. Calando as arquibancadas.
Inacreditável. Mais uma derrota com gol nos acréscimos, dois gols de bola parada, falhas bem conhecidas, recorrentes da zaga tricolor. Aos 52’, Biel teve uma chance, o goleiro santista salvou. Fim de papo, vaias da torcida. Má sorte ou incompetência (?), de novo.
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Destaques
– Boas defesas do goleiro Marcos Felipe, a aplicação e raça de Kanu, a qualidade de C. Cândido, a boa volta de Acevedo, Yago… Gilberto irreconhecível, Thaciano sem pernas, Vitor Hugo não pode ser titular, Everaldo não existe. Ratão de centroavante, urgente.
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Ficha técnica
– O Bahia escalado pelo treinador Rogério Ceni: Marcos Felipe, Gilberto, Kanu, Vitor Hugo e Camilo Cândido; Acevedo, Thaciano e Yago (Mugni); Ademir (Juba), Everaldo (Mingotti) e Ratão (Biel).
– O Santos do ‘interino’ Marcelo Fernandes: João Paulo, Basso, Joaquim e Dodô; Lucas Braga, Rincón, Jean Lucas, Lucas Lima (Nonato) e Kevyson (Caiçara); M. Leonardo (Dodi) e Soteldo (Furch). Num 3-5-2.
– Arbitragem catarinense, Ramon Abatti no apito, com VAR. Sem problemas.
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Pela rodada 25 o Bahia encara o Flamengo, no Maracanã; o jogo acontece num sábado, dia 30, às 16h.
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Foto: EC Bahia