Éuma responsabilidade estratégica do Governo estar atento para dar suporte a todas as engrenagens do agronegócio, setor considerado indispensável para o crescimento do país. Esse foi o tom da mensagem do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura da 17ª edição da Bahia Farm Show, na cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), nesta terça, 6/6. O evento é a maior feira agrícola e de negócios do Norte e Nordeste.
“É obrigação do Estado criar as condições de ajudar. Porque dizer ‘eu não preciso do governo’ é mentira. O pequeno precisa, o grande precisa e o médio precisa. Se não é o Estado colocar dinheiro, muitas vezes o agronegócio não estaria do tamanho que está, para financiar as máquinas, financiar a safra, garantir as exportações”, disse o presidente.
Em janeiro, o BNDES liberou R$ 2,9 bilhões, rapidamente tomados. Veja a força do setor: criamos uma linha de crédito dolarizada, 7,59% de juros, abaixo das taxas do Plano Safra e R$ 2 bilhões em um dia foram tomados
Para Lula, não há necessidade de existir rivalidade entre produtores de manufaturados e de commodities. “O Brasil precisa da agricultura e da indústria. Outra polêmica que acho maluca é entre o pequeno e o grande agricultor. Não tem que existir preconceito, o Brasil precisa dos dois”, citou.
Como exemplo, o presidente lembrou de uma iniciativa promovida em 2008 para o setor agropecuário que teve impacto no setor automotivo. “Quando a agricultura vai bem, a indústria de máquinas vai bem. Quando criamos o Mais Alimentos, em 2008, só de trator de 80 cavalos vendemos 80 mil. Deus queira que a gente produza muito mais, que a gente venda mais, que a gente exporte mais, porque tudo isso é riqueza para o país”.
SUSTENTABILIDADE — Lula reforçou que o aumento da produção não deve ser confundido com desrespeito ao meio ambiente. Ele destacou que o Brasil tem milhões de hectares de terras degradadas que podem ser usadas para cultivo. Como havia feito na segunda-feira, durante evento do Dia Mundial do Meio Ambiente, Lula ressaltou que haverá rigor com quem descumprir regras. “Quem quiser agir como bandido e for desmatar, vai ter que sofrer as penas da lei, porque a gente vai preservar esse país”.
Além da primeira-dama, Janja Lula da Silva, uma comitiva composta por vários ministros, entre eles Carlos Fávaro, da Agricultura e Pecuária, e Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, acompanhou o presidente Lula na Bahia Farm Show. Também estiveram presentes o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, o prefeito de Luiz Eduardo Magalhães, Júnior Marabá, além parlamentares e representantes do setor agropecuário do estado.
CRÉDITO — Segundo o ministro Carlos Fávaro, o país está vivendo uma fase de muito incentivo, com a retomada de programas de crédito na agropecuária. “Em janeiro, o BNDES liberou R$ 2,9 bilhões, rapidamente tomados. Veja a força do setor: criamos uma linha de crédito dolarizada, 7,59% de juros, abaixo das taxas do Plano Safra e R$ 2 bilhões em um dia foram tomados”, destacou.
Fávaro ressaltou que maio de 2023 foi mês de maior investimento da história do Banco do Brasil na agropecuária: R$ 15 bilhões. “É um conjunto de ações que vão fazer esse agro cada vez mais forte, que gera emprego e oportunidades ao povo brasileiro”, completou o ministro da Agricultura e Pecuária.
BNDES — O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai oferecer mais R$ 7,6 bilhões para investimentos em sustentabilidade, ampliação da capacidade de armazenagem e segurança alimentar.
Com isso, o BNDES já anunciou, apenas no primeiro semestre, aproximadamente R$ 11 bilhões ao setor agropecuário. São diversas soluções financeiras, tanto no campo dos Programas Agropecuários do Governo Federal (PAGF), quanto no âmbito do BNDES Crédito Rural, com recursos disponibilizados de maneira perene, ao longo do ano.
O Governo também ofertou R$ 3,6 bilhões para o Plano Safra (Safrinha) e R$ 4 bilhões em linha de financiamento em dólar para investimentos no Crédito Rural – para a construção e ampliação de armazéns, obras de irrigação, formação e recuperação de pastagens, geração e distribuição de energia de fontes renováveis e regularização ambiental da propriedade.