Por Zédejesusbarreto
Na Fonte Nova, noite alta carnavalesca, o Bahia ‘lavou a égua’, como se dizia, e enfiou 5 x 0 no Itabuna e poderia ter sido mais, tal o volume de jogo e as oportunidades de gol criadas pelo time de Ceni, absoluto em campo. Tanto que poderíamos estacar o goleiro Jorge como um dos melhores em campo, evitando uma goleada maior. Com o resultado, o Tricolor assumiu a liderança isolada do Baianão.
Em Jacobina, o Vitória só empatou com os donos da casa, num joguinho morno e sem emoção na primeira etapa. No segundo tempo o Leão encurralou, assediou, tentou, teve o domínio, cansou de alçar bola na área adversária, perdeu até pênalti … mas não saiu do zero. Com 10 pontos, o Leão ocupa a terceira posição na tabela de classificação.
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A classificação
– Bahia líder com 13 pontos; Juazeirense (11 pontos); Vitória, Jequié e Barcelona(10 pontos)
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Na Fonte Nova
– Público mais que razoável, levando-se em conta que a cidade já fervilha o Carnaval. O Bahia, de olho na liderança, com a beca tricolorida e o Itabuna todo de branco. Destaque para estreia do zagueiro (ex-Botafogo) Cuesta.
Com a bola rolando…
– Primeira chegada do Tricolor aos 8’, boa jogada de fundo de Cicinho, rolando prá trás, mas Yago pegou muito embaixo da bola, por cima. Os donos da casa com o controle das ações, posse de bola, mas nenhum trabalho ofereceu ao goleiro Jorge até os 25 min. O Itabuna fechadinho atrás, marcando, dificultando, matando as jogadas com faltas, daí…
– Gol! 1 x 0 Bahia, aos 26 min. Yago Felipe bateu falta frontal, próxima da meia lua, acertou o canto. Fazia tempo que o Bahia não fazia gol de falta. Belo gol.
Aos 29’, boa trama ofensiva, Ratão serviu Everaldo, que bateu de chicotada, de prima, por cima. Aos 31’, cabeçada de Ratão, pelo alto, defesa de Jorge (choque de cabeças entre o atacante e o lateral Carlinhos). Aos 44’, cruzamento de Ademir da esquerda, Ratão subiu e testou no travessão, a bola quicou, pererecou mas ninguém conseguiu empurrar. Logo depois, chute Ryan cruzado, no chão, Jorge catou no rodapé. Aos 46’, Yago disparou de fora da área, passou rente.
Primeira etapa de domínio do Tricolor, com posse de bola e volume de jogo, chances criadas. O Itabuna pouco chegou na intermediária adversária, nem chutou. Mas um placar murcho, 1 x 0.
Logo no retorno, aos 20”, Ademir rolou para Everaldo que mediu o canto e bateu colocado, Jorge se espichou e espalmou no chão. Aos 3’, Ratão tentou, a bola desviou a escanteio. O mesmo perfil da primeira etapa; o Bahia com suas linhas adiantadas, no campo adversário e o Itabuna atrás, resistindo, sem repertório ofensivo. Aos 8’, Jean Lucas tentou duas vezes, de frente, errou o alvo. Aos 11’, troca de passes e Jean Lucas ficou de cara, o goleiro arrojou-se e salvou. Aos 15’ foi a vez de Cauly, que também parou no goleiro.
– Gol! 2 x 0 Yago, completando de cara, limpo, após uma bela jogada de Cicinho pela direita. Aos 17 min.
– Gol! 3 x 0 Bahia, Ademir, enfim. Recebeu em profundidade, encarou o goleiro e desviou por baixo, aos 20min.
Ceni, com o placar mais elástico, lançou Sydney e Biel – saíram Caio e Everaldo. Mas o ímpeto foi mantido, sem baixar o ritmo.
– Gol! 4 x 0, Cauly, aos 23min, completando de frente um passe açucarado de Biel.
– Gol! 5 x 0 Gabriel Xavier, de cabeça, escorando um ótimo escanteio de Juba, uma marrada, aos 31min.
Aos 35’, Cauly tabelou com Thaciano que chegou a se livrar do goleiro mas a bola bateu na trave; na sequência, Biel tentou mas parou no bom goleiro Jorge. Aos 37’, Cauly bateu colocado, de chapa, defesaça de Jorge, espalmando. Aos 45’, Juba acertou uma bomba de canhota balançando o travessão itabunense.
Basicamente só uma equipe jogou na segunda etapa, um massacre. Show de bola, o torcedor nas alturas!
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– Bahia de Rogério Ceni: Adriel; Cicinho, Gabriel Xavier, Cuesta (estreante), Ryan; Yago Felipe (Juba), Jean Lucas (Thaciano), Caio Alexandre (Sydnei); Ademir, Everaldo (Biel) e Ratão (Cauly).
– Itabuna: Jorge; Carlinhos, Johnatan, Diego Augusto, Gabriel, Vinicius, Jussimar, Vidal; Guilherme, Lulinha, Reinaldo e Romário. Técnico: Maico Franco. (Caetano, Silvano, Tsumita, Maykon, Joadson)
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No fim de semana o Tricolor viaja ao Piauí, pega o River, em Teresina, pelo Nordestão.
No domingo depois do Carnaval tem o Vi x Ba no Barradão, pelo Baianão.
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Em Jacobina
Estádio José Rocha, piso verdinho, luz de boate, casa modesta mas cheia. O Leão, em 4º lugar, almejando a liderança; o time de casa, de branco, sonhando com um triunfo e possível entrada no Grupo dos quatro primeiros.
– Com bola rolando …
Muita disputa, entradas duras, chutões, bolas esticadas, correra. As duas equipes chegando em bolas paradas (faltas e escanteios), pouca criatividade ofensiva. Tentativas de longe e bolas alçadas. Varou os 30 minutos e os goleiros sem trabalho.
Uma primeira etapa sofrível, sem melhores momentos, só briga pela bola, pegada.
Depois de uma sacudidela nos vestiários, o Leão voltou para o segundo tempo mais aceso, buscando o gol. Logo aos 3 minutos, Zeca Cruzou e Lucas Esteves na área não aproveitou. Aos 7’, Osvaldo recebeu em profundidade, caindo pela esquerda, e mandou bala; a bola passou a palmo do travessão. Aos 8’, chute frontal perigoso de Dudu, o goleiro Nilton catou no rodapé. Outro Vitória, atuando inteiro no campo inimigo. Aos 15’, na pressão, bola alçada, chutes seguidos, o goleiro Nilton trabalhando bem, evitando o gol.
– Antes dos 20’, o treinador Alex Alves trocou dois, na tentativa de reequilibrar as ações, sair do sufoco. Só aos 20’ o ‘Jegue da Chapada’ ameaçou, um chute de Lima, livre, da meia lua, fora do alvo. Aos 26’, o árbitro viu (?) pênalti de Jaques em Ze Hugo, pura malandragem.
– Alerrandro bateu forte, por baixo, buscando o canto, mas o goleiro Nilton adivinhou, caiu certeiro, defendeu, deu rebote mas a zaga se safou. Pênalti desperdiçado. A pressão rubro-negra continuou. O jacobina não oferecia muito perigo nos raros contragolpes, arriscava chutes de longa distância, sem êxito, mas suportava bem atrás; até porque, com tempo passando, o Rubro-negro se limitava aos cruzamentos pelo alto na área adversária. Aos 46, contragolpe pela esquerda, chute rasteiro, Muriel catou.
Aos 47’, Mateusinho bateu cruzado, rasteiro, raspou o pé do poste de Nilton. Na sequência, a torcida comemorou um gol do jacobina, num chute rasteiro da meia lua, no canto… e o árbitro anulou, viu uma falta do atacante baixinho no grandalhão Camutanga, que cortou mal a bola pelo alto, ensejando o chute. Chiadeira geral dos jacobinenses em campo e nas arquibancadas, mas… Deu empate, nem de todo mal.
O goleiro Nilton foi o destaque, com boas defesas.
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– O Vitória, de uniforme costumeiro rubro-negro, força máxima, titulares escalados por Leo Condé: Muriel, Zeca (Cáceres), Camutanga, Wagner Leonardo e Lucas Esteves (Everaldo); Dudu, Willian Oliveira (C Vinícius)e Matheusinho; Osvaldo (Caio Dantas), Iury Castilho (Zé Hugo) e Alerrandro
– Emerson Ricardo no apito. Inseguro, conversa demais, para demais o jogo. Pênaltis discutíveis, gol anulado…
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O Vitória joga no fim de semana no Barradão, valendo pelo Nordestão, contra o ABC de Natal.
Depois, pelo Baianão, tem o Vi Ba, também no Barradão, depois do carnaval.
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Em Alagoinhas
Antes, à tarde, Atlético 2 x 3 Juazeirense, no Carneirão, o mais bem cuidado estádio do Interior. Pouca gente nas arquibancadas e bom jogo. O ‘Cancão de Fogo’ do São Francisco começou sem tomar conhecimento do Carcará de Alagoinhas. O time da casa entrou sonolento, demorou a entrar no ritmo, daí…
– Gol! 1 x 0 Juá. O time de amarelo e vermelho do norte abriu o marcador logo aos 4 minutos, com o meia Pedro Henrique dando uma de centroavante; recebeu no chão, da direita, girou sobre a marcação e fuzilou o goleiro.
– Gol 2 x 0 Juá, aos 18 min; um repeteco do primeiro; jogada pela direita (Yan Augusto) e Pedro Henrique, camisa 10, dominou pelo meio, girou e bateu seco, de cara, ampliando.
Torcida da casa irritada, xingando, e o treinador logo fez duas substituições, aos 25 min, tentando mudar os rumos da partida. O Carcará foi pra cima, equilibrou, mas a moçada desceu pra merenda com os 2 x 0 cravados.
O Atlético voltou para a segunda etapa com mais duas modificações e outra postura, era preciso mudar os rumos e o placar adverso. Sangue novo também na Juá, duas caras novas em campo. Mais corrido e pegado.
– Gol! 1 x 2, Atlético, aos 4 min. Matheus Barbosa, estreante, depois de um rebote do goleiro, escorando na pequena área. Outro passe de Yan Augusto.
O time da casa voltou melhor e entrou no jogo. O Carcará aceso, bicando, e o Cancão de Fogo meio sonolento, sem apetite, se segurando apenas, acomodado com o placar. Deu-se mal.. Só aos 18’ a Juá deu o ar da graça e quase ampliou, bola chutada por Bruno Matos, na rede por fora.
_ Gol! 2 x 2 Atlético Alagoinhas, um frangaço do goleiro João Guilherme em chute de longe de Giancarlo, a bola passou por baixo das pernas e varou a linha de gol, o bandeira viu. Aos 26’.
Tudo igual. Outro jogo na segunda etapa. O empate parecia decretado, o Carcará era até mais agressivo, quando…
– Gol! 3 x 2, Juazeirense, aos 46min. Janeldo, escorando outro passe de Yan, matando o jogo num contragolpe pela esquerda, e colocando o Cancão na liderança (provisória). O Atlético é lanterna.
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Pré Olímpico/Venezuela
– A seleção brasileira, treinada(?) por Ramon Menezes, enfrenta a Venezuela (dona da casa) nesta quinta-feira, pelo quadrangular final da competição, com a obrigação de vencer, pois perdeu o primeiro jogo (1 x 0) para o Paraguai, jogando muto mal. Bom lembrar que já enfrentamos a Venezuela pela fase classificatória e perdemos feio por
3 x 1. Nosso derradeiro jogo é contra a Argentina, até agora, disparada, a melhor seleção do Pré-Olímpico. Só duas seleções se classificam e vão a Paris/Olimpíadas. Os argentinos, no seu primeiro jogo, terminaram empatando (2 x 2) com os venezuelanos. Antes de enfrentar o Brasil, encaram o Paraguai, encardido.
Se vencermos, temos chance, ainda. Jogo decisivo contra a Venezuela, pois. Mas, cá pra nós, não dá pra acreditar muito num time que tem Ramon Menezes com técnico e jogadores com esses nomes – John Kennedy, Endrick, Mycael, Andrey, Andrew, Patrick, Kaiki, Robert, Michel, Marlon, Ronald, Alexssander, Geovanni… é muito nutelismo! Um timinho de playground.
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Copa Africana
A seleção da Nigéria enfrenta Costa do Marfim, domingo, na final da Copa Africana de Nações. O time nigeriano bateu a África do Sul em cobranças de pênalti, depois do empate de 1 x 1 no tempo normal e prorrogação. Brilhou o goleiro da Nigéria, catando duas cobranças.
No outro jogo, Costa do Marfim 1 x 0 República Democrática do Congo. O jogo foi na casa do vencedor, torcida em peso empurrando e fazendo uma festa no final.
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Foto: EC Bahia