Por Zédejesusbarreto
Mais uma vez, de novo, novamente… O torcedor não aguenta mais isso. O time entrega jogos seguidos nos minutos finais, nos acréscimos, em falhas recorrentes – Cicinho sem pernas, o goleiro Marcos Felipe entregando.
Talvez o melhor jogo coletivo da equipe de Renato Paiva nos últimos tempos. Bem arrumado, volume de jogo, boa estratégia, raça … Foi já um pouco melhor na primeira etapa, fez 1 x 0 e dominou as ações no segundo tempo, mas.,. sempre acontece aquele erro fatal no finalzinho que põe tudo a perder. O torcedor vibrou, gostou mas saiu frustrado. Mais uma vez. Um empate amargo.
Um resultado muito melhor para os gaúchos, óbvio.
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Na Fonte Nova
– Noite frienta de terça-feira, lua cheia escapando bela aqui e ali entre nuvens invernosas, outro Bahia x Grêmio. Três dias depois do confronto de tricolores pelo Brasileirão Série A, 2 x 1 para os gaúchos diante de mais de 32 mil pessoas, com gol de desempate já nos acréscimos, deixando o torcedor baiano injuriado.
Mas, um público decente nas arquibancadas nesse segundo embate (38 mil presentes), o primeiro valendo vaga numa semifinal da competição, a torcida meio cabreira. A definição sai na próxima semana, o chamado jogo de volta, no Olímpico de Porto Alegre, a casa gremista (dia 12, uma quarta). O Bahia nunca chegou a uma semifinal; um bom desafio posto, pois.
– A equipe de Renato Paiva, o ‘portuga’ ora contestado pelo torcedor mais agoniado, com dois desfalques além dos machucados Thaciano e Mingotte de fora por já terem atuado por outros clubes na competição. O time em campo com mudanças pontuais, de camisetas em listras tricoloridas, calções azuis.
O Grêmio de Renato Portalupi é um time copeiro (tem seis títulos), mais encorpado e com melhor futebol coletivo, mais repertório. O astro uruguaio Suarez sentiu dores no joelho durante o aquecimento e não começou jogando. Os gaúchos em campo com uniforme branco.
– No mais, cada jogo tem sua história. Os atletas já se conhecem bem.
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Com bola rolando
– A torcida começou empolgada e o jogo bem ritmado. O Bahia assediava mas o primeiro chute foi do Grêmio, Cristaldo arriscou de fora, por cima, aos 5min. As duas equipes com bola no chão, trocando passes e com muita marcação, forçando o erro adversário. Equilibrado, limpo e bem jogado.
– Aos 12’, uma tentativa de Everaldo, da linha da grande área, por baixo e forte, a um metro da trave, fora. Vina, aos 20’, bateu firme da intermediária, rasteira, boa intervenção de Marcos Felipe. Os donos da casa até jogam mais no campo inimigo, mas os gaúchos quando chegam na frente finalizam mais, tentam definir, são mais objetivos.
– Aos 29’, a melhor oportunidade. Cauly tabelou pelo meio e encheu o pé da frente da área, pelo alto, o goleiro Brendo saltou bonito e espalmou a escanteio. Aos 34’, Kayky bateu fraco de canhota, nas mãos do goleiro. Aos 38’, Ademir arriscou, pra fora. Aos 46’, João Pedro levou a marcação de Kayky e Chavez, cortou pro meio e bateu, errou o alvo.
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Uma boa primeira etapa, bem parelha. Um Bahia bem arrumado, com padrão, bom volume, marcando bem, correndo, mas finalizando pouco e mal (apenas um chute perigoso de Cauly). O Grêmio bem postado, muito ciente de uma decisão com 180 minutos, em dois jogos, o segundo em Porto Alegre. Os goleiros trabalharam pouco.
No mais, ficava a pergunta na cabeça do torcedor: e o segundo tempo, o Bahia vai manter a pegada, a intensidade? Aguentaria o ritmo ou ia frouxar e entregar como na partida anterior?
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Renato Paiva teve de mexer no time, e logo no meio de campo, saiu o mais lúcido e criativo da equipe – Cauly, com desconforto muscular na coxa – e entrou Mugni, que tem características diferentes. O Tricolor baiano voltou aceso.
– Gol! 1 x 0 Bahia, logo aos 2 minutos. Everaldo, completando na área, de frente, de canhota e de prima, uma boa trama coletiva em contragolpe pelo lado esquerdo.
Um gol, nessas circunstâncias, tente a mudar todo o panorama da partida. O Grêmio teria de ir pra cima, sair pro jogo. Aos 14’, Mugni bateu escanteio fechado, da direita e Everaldo testou livre, antes da zaga, pra fora. O Bahia melhor até os 20min, brigando, o jogo ficou mais pegado, os sulistas chegando mais forte nas divididas e pressionando a arbitragem e coma linhas avançadas.
– Aos 28’, Ademir fez boa jogada individual pela direita, livrou-se da marcação e bateu de frente, por cima. Chance perdida. Na sequência, Mugni bateu escanteio fechado e o goleiro Brendo salvou, de pé.
Renato Gaúcho trocou três/quatro, aos 30’, pondo sangue novo, tentando reequilibrar – Ferreirinha, André, Nathan e Cuiabano em campo. Pra cima do Bahia, era a ordem do banco. Renato Paiva colocou o garoto Ryan em campo – saiu Ademir, mortinho – tentando fechar o lado esquerdo.
– O Tricolor gaúcho buscando sufocar o Bahia na reta final, todo à frente. Aos 40’, Renato Paiva lançou Diego Rosa e Everton. Aos 46’, bom contragolpe pela direita, Mugni limpou e bateu de canhota para defesa segura de Brendo. Ora variar …
Aos 50’, trama pela esquerda, cruzamento rasteiro de Reinaldo, livre, o goleiro Marcos Felipe foi na bola e errou, deu um tapinha, não cortou…
– Gol! 1 x 1 Cuiabano, livre, só empurrou na pequena área o presente do goleiro baiano.
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Destaques
– Gabriel Xavier, eficiente; Acevedo incansável; o primeiro tempo de Cauly; Everaldo (pelo gol e movimentação) e Mugni. Cicinho fez bom primeiro tempo e cansou, entregou no final. O goleiro Marcos Felipe falhou feio no gol, de novo.
No Grêmio, a postura, a força mental, o coletivo, acreditou até o fim.
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Ficha Técnica
– Bahia: Marcos Felipe, Kanu, Gabriel Xavier e Rezende; Cicinho, Acevedo, Cauly e Chavez; Ademir (Ryan), Everaldo (Éverton) e Kayky (Diego Rosa).
– Grêmio: Brendo, Uvini, Bruno Alves e Kannemann; João Pedro, Villasanti, Carballo e Reinaldo; Bitello, Vina e Cristaldo. (Nathan, André, Ferreirinha e Cuiabano, Gustavo Martins)
– Arbitragem de Santa Catarina (vizinhos dos gaúchos), com VAR; Ramon Abatti no apito.
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O Tricolor baiano volta a campo no sábado, dia 8, às 16h, pela 14ª rodada da Série A do Brasileirão; encara o Cuiabá, na Arena Pantanal. Lá, no fim de semana que passou, o Cuiabá trucidou o Santos, 3 x 0.
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Seleção Brasileira
O técnico Fernando Diniz, do Fluminense, foi anunciado pela CBF como o novo treinador da Seleção Brasileira até o meado do ano que vem, quando deve chegar o italiano Ancelotti, atualmente no Real Madrid. Diniz continua como treinador do Flu, vai dobrar.
Estranho, porque o modelo de jogo dos times que Fernando Diniz treina (no tic-tac) não é o mesmo das equipes do veterano professor Ancelotti, mais pragmático e objetivo. Vão trocar figurinhas?
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Feliz ‘Volta da Cabocla’, para todos.
Foto EC Bahia