Por Zédejesusbarreto
O Vitória, em casa, voltou a vencer, convencendo, jogando com objetividade e aplicação – 3 x 0 sobre o ABC de Natal pela Copa do Nordeste, a torcida fazendo seu carnaval rubro-negro noite afora. O Leão se impôs desde o início, marcando bem no meio e espetando na frente, fazendo dois logo na primeira etapa, depois ampliando e administrando com competência até o final, sem dar chances ao time potiguar. Com 4 pontos, o Vitória é o segundo colocado em seu grupo.
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Em Teresina, à tarde, o Bahia/City de Rogério Ceni, com todos os titulares, enroscou-se com a chuva, o gramado enlameado, uma retranca tenaz do River do Piauí e levou aquele 1 x 0 ferrado, um verdadeiro ‘gude preso’, pois o gol saiu logo aos 7 minutos e o Tricolor tentou, tentou mas não conseguiu furar a defensiva piauiense. Dominou, assediou, meteu uma na trave, teve um gol anulado, mas patinou com a bola lenta, a grama alta, os escorregões, passes errados, erros defensivos e de finalização, assim perdendo uma invencibilidade de cinco jogos este ano sob comando de Ceni.
Alguns jogadores estiveram bem abaixo do normal, mas faz parte, Nordestão é uma competição difícil, traiçoeira. Cada jogo com suas circunstâncias e dificuldades. Ninguém é bobo. No mais, o River correu e brigou muito. E uma derrota às vezes cai bem, pra turma baixar a bolinha e sair do salto alto. Com três pontos, o Bahia caiu para o terceiro lugar em seu grupo.
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No Barradão
– Sábado de carnaval em Salvador, muita muvuca, noite limpa, arquibancadas meeiras.
– O Leão com um uniforme em vermelho predominante, detalhes em laranja, calções pretos. O ABC de Natal de branco total.
Com bola rolando …
– Na bola comprida alçada na área inimiga o Vitória começou na frente, buscando o gol, tentando impor seu ritmo. O ABC até tentou equilibrar, mas …
– Gol! 1 x 0, Vitória! Aos 21 minutos. Osvaldo, aproveitando-se de um chutão da defesa, pelo alto, a bola quicou, a defesa potiguar cochilou e Osvaldo esperto, pelo meio, ganhou na velocidade da dupla de zaga e desviou do goleiro que saia desesperado. Jogada ensaiada, objetiva.
– Com o gol, como é praxe, o Leão se encolheu, na moita, postando-se atrás para o bote no contragolpe. Daí, o time de Natal adiantou suas linhas e foi pra cima, equilibrando um pouco as ações. Mas o Leão deu o bote:
– Gol! 2 x 0 Vitória, aos 35 min. Chute da esquerda, por baixo, desvio de Alerrandro, o goleirão deu rebote e Caio Vinícius aproveitou a sobra; tentou duas vezes e empurrou para as redes, ampliando e sobrando em campo.
Aos 42’, Iury arrancou pela esquerda, levou a marcação e bateu cruzado, quase saiu o terceiro. Os potiguares sentiram a pancada, atordoados, o rubro-negro dominando, absoluto. Aos 50’, Muriel evitou um gol olímpico de Wallysson. Boa vantagem construída pelo Vitória no primeiro tempo.
Segunda etapa – O time potiguar, levando dois, foi pra cima, postura ofensiva, e o Leão, como gosta e sabe, marcando duro, defendendo-se sem oferecer espaços, segurando atrás, administrando e esperando o momento de contragolpear na velocidade, no erro do adversário, de chegar numa bola parada bem alçada.
– Aos 11’, após escanteio, Muriel salvou uma cabeçada certeira. Aos 20’, saída arrojada de Carlos Eduardo nos pés de Iury, evitando mais um. Aos 22’, Ze Hugo e Everaldo em campo. O Leão lendo e cozinhando o ABC com calma, sem pressa nem sufocos. Por volta dos 27’, pressão do Vitória, três defesas difíceis seguidas do goleirão Carlos Eduardo, evitando o pior.
– Gol! 3 x 0, aos 30’. Na cobrança do escanteio, da direita, Mateusinho bateu fechado, e William mergulhou no primeiro poste e desviou, matando o jogo, com competência, quebrando qualquer reação dos potiguares. Mas…
– Gol! 3 x 1 ABC, aos 35 min. Skilo, escorando na esquerda, nas costas de Zeca, um cruzamento que veio da direita, diminuindo.
Na resposta, Daniel Jr tocou pra Iury que bateu seco, buscando o canto, por baixo, passou perto. Aos 42’, Ze Hugo bateu colocado da esquerda passou a palmo do travessão. Aos 44’, Skilo quase diminuiu, de cara, a bola desviou a escanteio.
O Leão jogou para merecer o placar, deixar dúvidas.
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Ficha Técnica
– O Leão de Leo Condé: Muriel, Zeca, Camutanga, Wagner Leonardo e Lucas Esteves; William, Caio Vinicius e Mateusinho; Osvaldo, Alerrandro e Iury. (Ze Hugo, Everaldo, Daniel…
– O ABC do treinador Rafael Lacerda: Carlos Eduardo, Yuri Ferraz, Richardson, Tiago Spice e Romário; Vinícius, Randerson, Sammuel e Ruan; Wallysson e Daniel Cruz (Skilo).
– No apito, o pernambucano Nairon Pereira de Lira.
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Tem Vi x Ba domingo pós-carnaval, pelo Baianão, no Barradão. Mas, antes, na noite de quarta-feira de cinzas, dia 14, às 21h30, o Leão encara a Juazeirense, no Adauto Moraes, pela 3ª rodada do Nordestão. Acredite.
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No Estádio Albertão
– Tarde de sábado abafada e quente em Terezina, céu nublado/chuvas. Arquibancadas com muito cimento às moscas, piso de grama alta, mastigado, escorregadio e pesado; bola mais lenta e quicante.
Os donos da casa de uniforme listrado (verticais) em preto, banco e vermelho … e o Tricolor da Boa Terra de camisetas brancas, calções azuis.
Com bola rolando …
– O Bahia começou valorizando bastante a posse de bola. Mas…
– Gol! 1 x 0 River, Chrislan, aos 7 min. Uma ótima jogada de fundo, pela direita, do serelepe Vivivo, em cima de David Duarte, o cruzamento saiu perfeito, pelo alto e Crislan livre, sem marcação na pequena área testou e abriu o placar.
Na primeira jogada ofensiva do time da casa, D. Duarte envolvido, goleirão plantado e Kanu/Gilberto sem ação na bola alta.
– O Bahia encontrava muita dificuldade de evoluir com a bola no chão, o River fechadinho e perigosíssimo nos contragolpes em velocidade, aos chutões, e aproveitando-se bem dos vacilos de marcação e erros defensivos baianos. O Tricolor tinha a bola, cercava, atacava mas não conseguia finalizar. A chuva chegou mais forte, o gramado foi ficando mais enlameado, melhor pros da casa, na pegada e na correria
– Aos 24’, Everaldo perdeu um boa chance, atrasado e sem gana na pequena área inimiga, deu o goleiro, mais esperto. Aos 26’, Pará bateu falta de longe, acertou o travessão de Marcos Felipe, já vencido. Chegamos aos 35’ e o Tricolor no totó, mas sem finalizar. Aos 44’, escanteio da direita, David Duarte subiu só e testou pra baixo, na trave.
E só. Num primeiro tempo em que o Bahia foi dono da bola mas pouco finalizou, enroscou-se com o relvado pesado e levou gol (1 x 0). Precisava mudar a postura, impor mais dinâmica, marcar melhor no meio campo e chutar de longe.
Segunda etapa – A chuva maneirou, serenou. Ceni mexeu: Jean Lucas em campo, saiu Biel, Thaciano foi jogar mais avançado. Aos 2’, Juba mandou bala, de muito longe, o goleiro espalmou e salvou na forquilha. Aos 8’, boa jogada da esquerda, e a furada de Everaldo na tentativa do chute, a bola quicou e ele chutou vento. Aos 11’, Thaciano recebeu na área de Éverton mas bateu travado. Pressão tricolor. O River inteiro atrás, suportando. Caio Alexandre em campo, aos 17min (saiu Yago).
– Aos 18’, até aconteceu um gol do Bahia, numa meia-bicicleta de Thaciano, mas o árbitro anulou (impedimento ou jogo perigoso?) e os tricolores chiaram muito. Não tem VAR nessa fase do Nordestão.
– O tempo foi passando e os piauienses a travar, cair, dar bicões, ganhar tempo. Cauly, aos 27’, chutou por cima. Aos 30’, Gilberto fez boa jogada, meteu na cabeça de Everaldo, o goleiro catou a testada no rodapé. Aos 33’, Ceni pôs Ademir, Ratão e Cicinho em campo (saíram Gilberto, Thaciano e Juba). O técnico foi pro tudo ou nada. Domínio, assédio tricolor mas nada de gol, a defensiva do River em dia de graça.
– Aos 36’, num contragolpe, olhe o perigo, o River desperdiçou duas chances seguidas de ampliar – uma defesaça de Marcos Felipe e, no rebote, bola pra fora. Aquele cerco final, sete minutos de acréscimos, invasão de campo por um torcedor inflamado, mais chuva, faltas seguidas, um lamaçal nas duas áreas e acabou-se a invencibilidade da equipe de Ceni. O Bahia mais uma vez derrotado pelo River do Piauí (perdeu também de 1 x 0 pela Copa do Brasil, em 2020) no mesmo gramado.
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Ficha Técnica
– O River/PI do treinador Fabiano Soares: Joanderson, Vivico, Lucas Mingotti, Leandro Amaro e Izaldo; Darlan, Chrislan, Escuro e Iago; F Pará e Wesley Souza.
– O Bahia de Rogério Ceni: Marcos Felipe, Gilberto, Kanu, David Duarte e Juba; Thaciano, Yago, Cauly e Everton Ribeiro; Biel (Jean Lucas) e Everaldo.
– Arbitragem alagoana, com Denis da Silva Sertafim no apito.
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O Bahia volta a jogar no domingo depois do carnaval, no Barradão, pelo Campeonato Baiano, o primeiro clássico do ano, contra o Vitória.
Antes, pelo Nordestão, enfrenta o América de Natal, na Fonte Nova, 3ª rodada, na quinta-feira, dia 15, às 20h.
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– Está confirmadae regularizada a contratação do centroavante colombiano Óscar Estupiñam, 27 anos, em condições de jogo. O atacante fez 12 jogos pela seleção colombiana, quase todos no ano de 2022.
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– No outro jogo da tarde, Botafogo/PB 1 x 0 Juazeirense.
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Curtinhas:
– Costa do Marfim x Nigéria fazem a final da Copa Africana de Nações neste domingo, às 17h (hora de Brasília), no estádio olímpico Ebimpé, em Abidjã, Costa do Marfim.
– A Seleção Brasileira sub-20 venceu a Venezuela (2 x 1), com gol de desempate no finalzinho, e ganhou sobrevida, com chance ainda de classificação para as Olimpíadas de Paris; basta vencer o jogo que falta, contra a Argentina. Vai ser uma guerra porque a Argentina também precisa do resultado para se classificar. O Paraguai, que faz a derradeira contra a Venezuela, também está na fita.
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É Carnaval, cidade! Acorda pra ver.