Por Zédejesusbarreto
Fortaleza x CRB das Alagoas farão a final do Nordestão 2024. O sonho do Bahia de conquistar o penta da competição virou pesadelo na Fonte Nova lotada de tricolores com o empate de 0 x 0 com o CRB, o Galo da Pajuçara, de Maceió, no tempo normal de jogo. Na cobrança de penalidades, o CRB converteu 8 e os tricolores 7; Caio Alexandre bateu a oitava nas mãos do goleiro Matheus Albino, um dos destaques da partida – garantiu o zero no placar durante os 90 minutos e catou um pênalti. O goleiro Marcos Felipe, do Bahia, nem apareceu na foto em nenhuma das cobranças. O time alagoano veio retrancado e disposto a empatar, conseguiu, com garra e um pouco de sorte.
No jogo normal o Bahia teve o domínio das ações a maior parte do tempo, com mais posse de bola, acertou duas vezes o travessão alagoano, Cauly desperdiçou uma chance incrível, cara a cara, outras oportunidades claras de gol criadas mas a bola não entrou. O CRB soube se defender, marcou duro o campo inteiro, correu muito, travou, ensebou… e venceu no final, com competência.
O CRB, pois, está na final contra o forte Fortaleza que, na casa do adversário, goleou sem piedade o Sport do Recife por 4 x 1. O tricolor cearense é o grande favorito à conquista do troféu nordestino.
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E´ a segunda disputa de título que o Bahia de Ceni cai, fica de fora, nesta temporada: perdeu o Baianão para o Vitória e agora tropeça na semifinal para o aplicado CRB. Faltou o gol. Torcedor frustrado.
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A outra semifinal, em Pernambuco, São Lourenço das Matas:
- Sport 1 x 4 Fortaleza.
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Na Fonte Nova
- Boca de noite domingueira, tempo limpo, arquibancadas cheias (cerda de 40 mil presentes), clima de decisão – vale presença na final da Copa do Nordeste 2024, título e taça. O Bahia sonha com o quinto título da competição, o CRB chega pela primeira vez a uma semifinal, queria mais.
- O Bahia com seu uniforme tricolorido; o CRB, ‘Galo da Pajuçara’, de branco, com detalhes em vermelho.
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Com bola rolando …
- No começo, um CRB fechadinho atrás, apostando num erro do adversário e o Bahia cauteloso, sem pressa, valorizando a posse de bola. O primeiro chute perigoso foi dos visitantes, uma chutaço de longe de Leo Pereira, pelo alto, assustando. Os alagoanos marcam duro, defendem-se aos chutões mas mostram-se perigosos quando têm a bola, contra-atacam com objetividade. O Bahia lento, sem achar espaços para penetrações, pouco agressivo; algum assédio mas nenhuma finalização até os 30 min.
- Aos 31’, enfim, Jean Lucas pegou de prima um cruzamento da direita, a bola balançou o travessão de Matheus Albino, bateu em cima da linha e , na sequência, o meia do Bahia foi atropelado na área quando disputava a sobra – os tricolores pedindo pênalti. A chance real de gol, até então. Aos 35’, grande jogada de Juba pela esquerda, o goleiro salvou, Jean Lucas pegou o rebote e o chute passou rente ao poste direito alagoano. Pressão tricolor.
- Aos 41’, Caio Alexandre bateu cruzado, encobrindo o goleiro, a bola raspou o poste. Aos 42’, Ratão arriscou da entrada da área, firme, na rede por fora. Levando sufoco, os alagoanos começaram a travar, fazer faltas e cera, tentando quebrar o ímpeto baiano. Uma primeira etapa dura. Até os 30’, equilíbrio, o Bahia lento e o CRB no ferrolho estratégico, perigoso no contragolpe. Após os 30’, só deu Bahia; pressão total, bola no travessão, boas defesas do goleiro, arremates perigosos, o Tricolor inteiro próximo da área alagoana. Mas o gol não saiu. Jean Lucas o destaque. Segunda etapa – No intervalo, Ceni tirou Ratão e pôs Biel, mais leve e mais rápido. Daniel Paulista colocou o grandalhão Caio Cesar em campo, mais força de marcação e de arrancada. A mesma pegada. Aos 4’, Jean Lucas arrematou de longe acertando de novo o travessão do Galo alagoano. O CRB ainda marcando duro e trabalhando melhor a bola, incomodando também na frente. Os tricolores irritados com as decisões da arbitragem, invertendo faltas, favorecendo o time alagoano. O tempo passando, a torcida inquieta, o nervosismo tomando conta… O Bahia não conseguia criar nada na ofensiva.
- Aos 16 minutos, Everton Ribeiro enfiou pelo meio deixando Cauly de cara, ele desviou do goleiro mas a bola, caprichosa, passou rente ao rodapé de Matheus Albino. O Bahia reacendeu, voltou a pressionar na frente. Os alagoanos travando, mascando, gastando tempo, enervando, amornando e já apostando numa possível disputa de pênaltis, todo atrás. O árbitro deixando correr. O Tricolor com a bola, o domínio, atacando, mas… o ferrolho e a manha dos alagoanos prevalecendo. Aos 39’, cabeçada a queima-roupa de Santi Arias, defesaça do bom e sortudo Matheus Albino, salvando, espalmando. Aos 41’, Cauly cobrou falta, desviou, cobriu a trave. Ataque contra defesa. O CRB não queria mais jogo. E o árbitro acrescentou apenas 4 minutos, a despeito da cera dos alagoanos, sem deixar a bola rolar.
Dramático até o final. Deu empate, tudo o que os alagoanos queriam e lutaram com bravura pra isso. A decisão foi na cobrança de tiros livres diretos da marca do pênalti.
E deu CRB , 8 x 7 nas cobranças. Caio Alexandre perdeu o 8º e nosso goleiro não defendeu nenhum.
O Bahia fora da decisão do Nordestão. É o futebol
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Destaques
No Bahia, Jean Lucas o melhor. Bom jogo de Kanu, lampejos de Everton Ribeiro, Cauly (apesar do gol de cara que perdeu)…
No CRB, a aplicação na marcação, na defensiva, a estratégia, a força física. Individualmente, Leo Pereira, o que mais apareceu. O goleiro Matheus Albino foi fundamental, com boas defesa, a sorte em duas bolas no travessão chutadas por Jean Lucas e defendeu o pênalti que classificou a equipe para a final.
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Ficha Técnica
- O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe, Santi Arias (Everaldo), Gabriel Xavier, Kanu e Juba; Caio Alexandre, Jean Lucas, Éverton Ribeiro (Oscar Estupinam), Thaciano (Ademir) e Cauly; Ratão (Biel).
- O CRB de Daniel Paulista: Matheus Albino; Hereda, Saimon, Fábio Alemão e Matheus Ribeiro; Falcão, João Pedro e Gegê; Labandeira, Léo Pereira e Anselmo Ramon (Caio Cesar, Rômulo, Lucas, Mike).
- Arbitragem do sergipano Fábio Augusto Santos de Sá Jr., com auxílio do VAR (a sergipana Thayslane de Melo Costa).
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Na sequência …
O Bahia volta a jogar domingo, 2 de junho, na retomada da Série A, em Belo Horizonte, contra o Atlético, o Galo mineiro. Restam a Série A e a Copa do Brasil ao Bahia, ainda na temporada.
O Vitória recebe o Atlético de Goiás, no Barradão, apostando tudo num recomeço, um novo ciclo com o treinador Carpini, tem de voltar a vencer, sair da zona de baixo da tabela. Já.
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Foto: Letícia Martins/EC Bahia