Por Zédejesusbarreto
Choro das brasileiras e uma festa imensa das jamaicanas. Afinal, uma equipe arrumada com o esforço das próprias meninas de um país pequeno e pobre, e com a ajuda da família do músico, ‘pai’ do reggae, Bob Marley, está classificada de forma surpreendente, sem levar gols, derrubando a poderosa e muito mais cara, bem dotada seleção brasileira, que era tida como uma das favoritas.
Mas jogamos muito mal, não só contra a Jamaica, mas toda a Copa – bem abaixo do esperado. Sem chorumelas… as lições do futebol são lições de vida. Não merecemos, não jogamos, estamos desclassificadas.
Zero Brasil, Viva a Jamaica! Segue o baba.
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Na Austrália
– Grupo F, a seleção brasileira concluindo sua participação na primeira fase no torneio, contra a Jamaica, no Estádio Retangular de Melbourne, Austrália, necessitando de uma vitória para avançar na competição. Com um empate as Jamaicanas se classificariam.
– A Jamaica em campo com 4 pontos ganhos – empatou com a França na estreia e venceu o Panamá. Não levou gol. As jamaicanas já cruzaram o caminho das brasileiras na Copa do Mundo de 2019, na estreia das duas equipes na competição, quando o Brasil ganhou de 3 a 0, com três gols de Cristiane.
– O Brasil, nessa Copa da Oceania/ Austrália e Nova Zelândia, estreou vencendo bem o Panamá mas caiu, mais uma vez, para as robustas francesas (2 x 1).
– Relvado tapete, bom público, tempo limpo (noite de quarta por lá), as brasileiras com camisetas azuis e calções brancos, as jamaicanas de amarelo e verde.
– … e a presença de Marta, a rainha, escalada.
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– Com bola rolando …
Começo nervoso, o time brasileiro trabalhando mais as jogadas, atacando, as jovens jamaicanas rápidas, correndo muito, marcando e sem pressa.
– Tempo passando, as brasileiras rondando, chegando, mas finalizando pouco e sem precisão, muito ansiosas na busca do gol necessário, conduzindo demais a bola. A melhor chance brasileira foi criada aos 39’, numa boa troca de passes, a penetração de Ary Borges, o chute frontal e a ótima defesa, no chão da goleira Spencer.
A despeito da presença de Marta – fora de ritmo, distante de seus bons tempos -, o Brasil, afobado, produziu muito pouco, ofensivamente. Daí o zero no placar, da primeira etapa.
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Para a segunda etapa, a atacante Bia no lugar da meio-campista Ary. Era preciso golear, o time brasileiro postado à frente, mais intenso, tentando ‘amassar’. Uma Jamaica tranquila, à vontade na partida, resistindo bem, ainda sem levar gol na Copa.
As brasileiras não conseguiam penetrar, finalizar. Depois dos 30 min, Pia lançou Andressa, Geyse e Duda – ao tudo ou nada, desespero. Aos 35’, quase saiu o gol da Jamaica, numa arrancada de Shaw desde o meio campo; o chute, de frente, já na área brasileira, saiu forte e passou rente ao travessão de Lelê. Aos 45’, uma boa oportunidade na cobrança de uma falta na entrada da área jamaicana; bola nas mãos da goleira Spencer. A árbitra acrescentou 4 minutos ao tempo regulamentar. Aquela pressão final… mas nada aconteceu.
Voltamos precocemente pra casa. Triste, mas…
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Ficha Técnica:
– BRASIL: Lelê; Antônia, Lauren, Rafaelle e Tamires; Ary Borges, Kerolin, Luana e Adriana; Debinha e Marta. Técnica: Pia Sundhage.
– JAMAICA: Spencer; Cameron, Swaby, Chantelle. Wiltshire, e Blackwood; Sampson, Primus e Spence; Matthews, Shaw e Brown. Técnico: Lorne Donaldson.
– Árbitro: Esther Staubli (SUI)
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Curtas:
– As Canadenses, tidas como uma das grandes favoritas, estão fora.
– Classificadas até agora para as oitavas de final: Suíça, Noruega, Austrália, Nigéria, Japão, Espanha, Inglaterra, Dinamarca, Holanda, EUA, Suécia, Colômbia, África do Sul, França, Jamaica …
– No mais, uma melancólica despedida de Marta. É preciso saber a boa hora de parar.
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Foto: CBF