Por Zédejesusbarreto
Um placar mínimo (1 x 0) um futebol até competitivo mas que não encanta, com pouca criatividade na ofensiva, algumas atuações individuais abaixo do esperado mas valeu pelo triunfo. Primeiro porque os três pontos puseram o Brasil mais confortável na zona de classificação, agora em 4º lugar; depois porque o time voltou a vencer na competição, vinha de três resultados seguidos negativos. Isso faz recuperar a confiança.
Foi uma partida dura, o time equatoriano chega junto, pega forte, dificultou bastante. E o Brasil com um sistema de jogo muito burocrático, pouco criativo, previsível, nenhuma boa jogada ensaiada, pouca agressividade, falta a busca do drible pelos lados, a bola de linha de fundo. Carecemos de laterais mais ofensivos e de um meio-campista de passe precioso. Podemos, devemos jogar mais bola.
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No Couto Pereira/Curitiba
– Noite fria na capital paranaense, 16 graus, sétima rodada da competição classificatória para a Copa do Mundo 2026/na América do Norte. Casa cheia. Ótimo relvado.
– O primeiro jogo do técnico Dorival Jr à frente da seleção em jogo pela competição. O treinador do Equador é também um estreante. As duas equipes precisando vencer; o Brasil com 7 pontos apenas, em 6º lugar, vindo de três inacreditáveis derrotas seguidas; o Equador com 8 pontos, em 5º (começou a competição com três pontos a menos, punição da Conmebol por conta de utilização de atleta irregular).
– O Brasil com seu uniforme um, camisa amarelinha, canarinho, calções azuis; o Equador inteiro de vermelho.
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Com bola rolando …
– Como era de se esperar, a seleção brasileira tomando as iniciativas, tentando se impor, e os equatorianos marcando duro, em cima, mordendo. Aos 11’, Rodrygo bateu falta da intermediária, o goleiro Galindez rebateu. Muito corpo-a-corpo, ritmo travado. O Brasil tinha mais posse de bola, atuava mais no campo adversário mas criava pouco na frente. Duas finalizações frustradas apenas até os 25 min.
– Gol! Brasil 1 x 0, Rodrygo, aos 29 minutos, batendo de fora da área, acertando o canto, por baixo, completando uma boa troca de passes dos canarinhos.
O gol não mudou o panorama, os equatorianos continuaram fechadinhos, atrás, não saíram pro jogo. Aos 37’, tentaram pela primeira vez num chute de longe, forte mas sem direção. Aos 48’, Álison e Gabriel Magalhaes evitaram o empate aos 48’, após duas tentativas de Sarmiento, de cara com o gol.
– O Brasil dominante na primeira etapa, com posse de bola, iniciativas… mas poucas finalizações. Defesa e goleiro com pouco trabalho, os visitantes mais ocupados em marcar, se defender. Como destaque maior, Rodrygo, o mais lúcido, movimentando-se, chamando a responsabilidade, fez o gol. Vini Jr preso na esquerda, aceitou a marcação. Na direita, Luis Henrique sem brilho, trombando mais que jogando. Nossos laterais são limitados e o meio-campo briga muito e cria pouco.
Segunda etapa – Duas substituições e um Equador mais ousado, no recomeço. O jogo ficava mais franco, mais aberto, com mais espaços para manobras, mas continuávamos sem criatividade, sem o passe em profundidade, sem jogadas de linha de fundo ou jogadas ensaiadas. Um time muito burocrático.
– Como nada acontecia, Dorival Jr pôs em campo o garoto Estevão, 16 anos, e o meia Gerson ; saíram Luis Henrique (tímido) e Bruno Guimarães (pouco apareceu). Uma segunda etapa bem mais equilibrada. Aos 19’, ufa!, primeiro chute de Vini Jr, da esquerda, por baixo, nas mãos do goleiro. Resposta do Equador, já incomodando também na frente. Aos 27’, Estevão deu uma casquinha de cabeça e deixou Vini Jr de cara; ele tentou driblar o goleiro mas bateu na rede, por fora. Antes dos 30’, Wendell substituiu Arana (sentindo desconforto nos quadris) e o veterano Lucas Moura no lugar de Paquetá.
A defesa teve algum trabalho no final, quando o Equador foi pro tudo ou nada.
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Destaques
Dos que entraram na segunda etapa, Estevão produziu muito mais que Luis Henrique, mais lépido, ousado. Boa atuação de André, Gabriel Magalhães, seguro. Vini Jr um pouco mais solto na segunda etapa, mesmo assim bem abaixo do que pode; Rodrygo caiu no segundo tempo. Gerson e Lucas Mouras entraram perdidões.
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Ficha Técnica
– O Brasil escalado por Dorival Jr: Alisson, Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Guilherme Arana; André, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Luiz Henrique, Rodrygo e Vini Júnior. (Gerson, Estevão, Wendell, Lucas Moura, J Gomes)
– O Equador do técnico estreante, Sebastián Beccacece: Galindez; Félix Torres, Pacho, Hincapié e Pervis Estupiñán; Alan Franco, Moisés Caicedo, Sarmiento, Enner Valencia, Rodríguez. (Cruezo, Paez, Mercado, Yeboah, Medina)
– No apito, Fecundo Tello, argentino
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Na próxima rodada, semana entrante, terça-feira à noite, o Brasil joga contra o Paraguai, em Assumpção. Historicamente um confronto duro, os paraguaios empataram com o Uruguai em Montevidéu.
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Os demais jogos da rodada:
– A Argentina, atual campeã do mundo, mesmo sem Messi e Di maria, atropelou o Chile (3 x 0) em Buenos Aires. A Bolívia valeu-se da altitude de La Paz e enfiou uma goleada de (4 x 0) na Venezuela. O Uruguai, na festa de despedida do ídolo/centroavante Luizito Suarez, só empatou sem gols com o Paraguai; Suarez chegou a acertar um chute na trave, no primeiro tempo. E o Perú, em Lima, vencendo a Colômbia, 1 x 0.
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Com os resultados, fica assim a classificação:
– Argentina lidera com folga, 18 pontos ganhos; Uruguai (14); Colômbia (13); Brasil (10)
Venezuela (9); Equador (8); Paraguai e Bolívia (6); Chile (5); o Peru (também 5 pontos).
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Foto: CBF/Rafael Ribeiro