Por Zédejesusbarreto
Por conta de ser um amistoso às vésperas de uma competição importante, alguns jogadores temem se machucar, do calor no Texas e das dimensões reduzidas do campo de jogo, não foi uma partida de boa técnica, mas de pegada forte e foi decidida no talento individual. O Brasil chegou a fazer um placar de 2 x 0 (gols no início da cada etapa) mas relaxou, desconcentrou e os mexicanos, na briga, empataram já no final do tempo regulamentar. Daí, apareceu o talento de Vini Jr, fazendo um cruzamento perfeito e a presença decisiva do iluminado garoto Endrick, aos 50 minutos, testando com elegância, acertando o canto e dando o triunfo ao Brasil. Ganhar sempre é bom.
Dorival jr tem dado sorte com a garotada, até aqui.
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No Texas/EUA
– Estádio Kyle Field (mais de 100 mil lugares, cerca de 85 mil presentes), amistoso internacional preparatório para a Copa América, que começa no dia 20. Antes, o Brasil fará outro amistoso, quarta-feira próxima, em Orlando contra os EUA, os donos da casa, às 20h. O Brasil estreia contra a Costa Rica, dia 24, São João. Depois enfrenta Colômbia e Paraguai, os adversários da primeira fase, classificatória. A seleção canarinho venceu a Copa América, pela última vez, em 2019.
O Brasil, depois dos insucessos nas copas de 2014 (a dos 7 x 1), no Brasil, a de 2018 na Rússia e a de 2022 no Catar, essas duas últimas sob comando de Tite que apostava tudo no talento de Neymar, agora sob o comando técnico de Dorival Jr aposta na renovação, numa nova geração – Vini Jr, Rodrygo, Endrick, Savinho, Beraldo… Mas, nesse amistoso o treinador optou por uma equipe mista, algumas ‘estrelas’ de fora, dando oportunidade a alguns mais desconhecidos de mostrar serviço.
– A Copa América é um teste, uma competição com adversários tradicionais e duros, como Argentina, Uruguai, Equador e a própria Colômbia, nossa adversária na primeira fase. Bom lembrar que a próxima Copa do Mundo, já com 48 equipes (um absurdo!) acontecerá em estádios dos EUA, México e Canadá, numa época de calor intenso por lá.
– Tempo quente no Texas, verão no hemisfério norte (mais de 30 graus), gramado tapete, rápido, mas com dimensões reduzidas (um absurdo a FIFA permitir isso), arquibancadas quase tomadas; o Brasil com a amarelinha e os mexicanos com um uniforme estampado vermelho e verde escuro, detalhes brancos, criativo, vistoso.
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Com bola rolando
– Antes de fechar o primeiro minuto, numa arrancada de Andreas pela direita, cruzamento no chão e Martinelli quase chegou na bola, na pequena área, para finalizar. Muito corrido.
– Gol! 1 x 0, Andreas Pereira. Os brasileiros entraram trançando pelo meio, Andreas limpos de dois na meia lua e bateu seco, colocado, rasteiro, no canto. Aos 4min.
Jogo fica duro, faltoso, muito corpo a corpo, até pelas dimensões reduzidas do gramado;, a canarinho melhor, com mais volume de jogo e posse de bola. Aos 19’, Álisson espalmou por baixo um chutaço de longe, perigoso. Aos 21’, o mesmo Álisson quase entregou, numa saída de bola errada com os pés. Os mexicanos, na raça, brigando muito, marcando, dificultando, conseguiram equilibrar as ações. O Brasil parou de criar jogadas ofensivas. Aos 41’, em outra saída errada da defensiva brasileira, quase o México empatou.
O campo de jogo, 5 metros mais curto e 4m mais estreito, dificulta as tramas, o domínio, a condução da bola, a jogada individual; o jogo fica elétrico, meio maluco, com muito pega-pega, trombadas, chutões… Os americanos devem gostar disso. O Brasil começou melhor, sufocando, mas aos poucos os mexicanos ajustaram a marcação e ganharam o meio de campo, com mais apetite nas divididas. Um jogo fraco tecnicamente. Mas fomos pra merenda, no intervalo, com a vantagem no placar, mínima.
Na volta para a segunda etapa, as mesmas equipes. Com o tempo, o calor, o cansaço, a marcação ficando mais frouxa, aparecendo espaços para manobras coletivas.
– Gol! 2 x 0 Brasil, Martnelli. Grande arrancada de Yan Couto pela direita, cruzamento certeiro da linha de fundo, no chão, Martinelli escorou na pequena área, mais rápido que os zagueiros. Aos 9 minutos.
– Atenção! Aos 13 min o árbitro parou o jogo e os telões do estádio mostraram mensagens contra a homofobia (torcedores mexicanos teriam xingado o goleiro Álisson?). Padrão americano.
Depois desse inusitado, Dorival Jr pôs em campo Endrick, Paquetá e Pepê. Os mexicanos foram pra cima, perigando sobretudo por conta dos erros de Álisson e zagueiros na saída de bola defensiva.
– Gol! 2 x 1 México, Quiñones. Depois de uma pipocada de Paquetá, tirou o pezinho na dividida pela intermediária, o cruzamento da direita atravessou toda a área brasileira, por baixo, e Quiñones escorou do lado oposto, na vontade, atropelando Yan, entrando de bola e tudo, aos 26’.
Vini Jr e Bruno Guimarães em campo, antes dos 30’. Mais uma parada técnica para reidratação. Num ritmo mais quebrado, o jogo perdeu a qualidade, ficou bem aberto. Aos 41’, três ou quatro torcedores invadiram o campo e foram detidos pelos seguranças, na tora. Outra paralização na partida.
– Gol! 2 x 2 México, Martinez, aos 47 min. Escanteio, a defesa brasieira pregada, cabeçada, rebote de ÁLisson e Martinez acertou uma bomba, cruzada, empatando. – Gol! 3 x 2 Brasil, Endrick, aos 49’, escorando de cabeça, consciente, um cruzamento largo de Vini Jr, da esquerda. Deu Brasil, mais justo, pelo talento individual.
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Destaques
– Bremer, na zaga; Yan melhor que Arana; Ederson e Andreas no meio de campo, Martinelli. Álisson continua assustando, Paquetá entrou desligado. Vini Jr querendo dar espetáculo, individualismo e o lance do gol de Endrick, o menino iluminado. Uma equipe sem pegada, displicente na segunda etapa.
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Ficha Técnica
– A seleção brasileira escalada por Dorival Jr : Álisson, Yan Couto, Bremmer, Militão e Arana; Éderson (João Gomes) , Douglas Luiz (Bruno Guimarães) e Andreas (Paquetá); Savinho (Vini Jr), Evanilson (Endrick) e Martinelli (Pepê).
– O México do treinador Jaime Lozano: Julio Gonzalez, Reyes, Vasquez, Arteaga; Edson Alvarez, Romo, Antuna e Carlos Rodrigues; Quiñones e Giménez. (Veiga, Cortizo, Martinez, Huerta…)
– Arbitragem de Lukasz Szpala /EUA.
OBS: os campos de jogo da Copa América terão essa dimensão, mais reduzida, do Kyle Field. Não dá pra entender. O jogo fica mais feio, mais brigado que jogado.
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Cá entre nós …
– Há 10 jogos sem vencer, o Vitória volta a campo, pela Série A, na próxima terça-feira, às 19h, na serra gaúcha; enfrenta o Juventude, no estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul. É vencer ou vencer a primeira e tentar escapar da zona de baixo da tabela, esse é o objetivo.
– O Bahia, também pela 8ª rodada da Série A, recebe o Fortaleza, quinta-feira, 21h30, na Fonte Nova. O time está na vice-liderança da competição e não vai contar com o meia Thaciano, artilheiro da equipe, suspenso.
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E neste domingo, dia 8, à tarde, tem a final da Copa do Nordeste, o Nordestão, com o CRB de Alagoas recebendo o Fortaleza no Rei Pelé, em Maceió. O Leão cearense venceu o primeiro confronto (2 x 0), em Fortaleza. Joga com boa vantagem, pois.
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Foto: CBF