Por Zédejesusbarreto
– Terça, 19, pelas 21h45, horário da ‘emissora’, um raro clássico sul-americano na nossa Fonte Nova = Brasil x Uruguai, valendo pontos pelo torneio eliminatório/ ou classificatório para a Copa do Mundo/2025, lá nas américas do norte.
Muita história e rivalidade em jogo, camisas pesadas. Vale pela 12ª rodada da competição que tem a Argentina, campeã do mundo e das américas na liderança, com 22 pontos ganhos. O Brasil é o quarto, com 17, atrás de Colômbia e do próprio Uruguai, ambos com 19 pontos.
– O Brasil vem um fiasco, o empate de 1 x 1 com Venezuela, fora de casa, fazendo um segundo tempo infame. O Uruguai, num jogo empolgante, esta semana venceu em casa a boa equipe da Colômbia pelo placar de 3 x 2, dois gols decisivos acontecidos já nos acréscimos. A Celeste Olímpica está renovada e tem como treinador o inquieto Bielsa, argentino de nascimento.
– A Seleção Brasileira está em Salvador desde sexta, descansando, passeando e treinando no Barradão. O meia Gerson, hoje indiscutivelmente titular e referência na equipe, não treinou no sábado, com dor de barriga – acarajé, moqueca, exagerou no dendê. No mais, as novidades dos laterais Dodô (estreante) e Alex Teles, substituindo os lesados Vanderson e Arana (como machuca esse moço).
– Danilo, validade vencida, deve voltar à lateral direita. Marquinhos, faz de conta, continua dando sustos na zaga e o lateral canhoto… ah, Abner. Precisamos de um apoiador frente de zaga mais rápido, mais pegador, não é o caso de Bruno Guimarães, que na Inglaterra joga mais avançado. Por que não voltar com o baiano André? Luiz Henrique e não Savinho. Não temos um bom centroavante (Pedro, machucado, só).
– Mano Menezes nada cria, não muda, não mexe, não ousa… nem nas convocações e muito menos nas escalações. Uma equipe previsível, com pouca intensidade, uns piscos de criatividade individual… e só.
No mais, Vini Jr precisa ‘vestir’ a camisa da seleção, mais bola, aplicação e menos presepadas.
– Uma expectativa de público – dia de terça, trampo, horário horrível, tarde da noite, e um certo desencanto com essa ‘seleção’ de Mano Menezes, sem bola e sem alma. Mas… não é todo dia que podemos ver de perto um Brasil x Uruguai. Viva a Fonte!
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Enquanto isso, na área doméstica…
– A dupla Ba x Vi, depois da folga, nos preparativos para a luta medonha por pontos na Série A. O Tricolor, numa queda abrupta de produção, ainda sonha com uma vaga na Libertadores, mas contentemo-nos com uma Sul-americana, de bom tamanho pro elenco que temos e pelo que (não) temos jogado. O torcedor anda indócil mas os donos do clube, o City Group, se dizem mais que satisfeitos com o desempenho de Ceni e sua turma.
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– O Rubro-negro, que vinha ganhando e dando estímulo ao torcedor, teve sua guia quebrada em casa, levando virada de 1 x 2 para o Corínthians e, pior, viu de perto a zona de degola, de novo. Está a um ponto somente da Z-4, após triunfos de rivais na parte de baixo da tabela. Tem dois confrontos fora, difíceis: um contra o concorrente Criciúma, na agonia (dia 20, quarta-feira, às 16h30, dia da chamada ‘consciência negra’); e o outro, na sequência, contra o líder Botafogo. Pedreiras.
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– Na quinta à noite, Fonte Nova, Bahia x Palmeiras, o time tricolor precisando dar uma resposta ao torcedor, há cinco jogos sem vencer e descendo a cada rodada na tabela de classificação, agora é o oitavo, atrás do Cruzeiro.
Não é tanto pelos resultados que o torcedor do Bahia se emputece com o time e o treinador; é sobretudo pelo futebol jogado, oscilante, sem pegada no meio, sem potencial de definição na frente e uma defesa/goleiro e zaga que não merece(m) confiança. Foi num foi… entregam a rapadura.
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– Deixo o recado do grande meia Modric, do Real, nos vestiários do Santiago Bernabeu, depois do uma derrota, sacudindo os brios de Mbappé, Vini Jr e cia:
“Ou todos corremos e jogamos em equipe ou não vamos a lugar nenhum. Queremos um time mais sólido e mais empenhado”.
Tá valendo pra Rogério Ceni e seus pupilos em campo.
– Ah, sim, em mais uma jogada de marketink, o Bahia estreia contra o _Palmeira, uma nova camisa, inspiração de Carlinhos Brown, com detalhes afro-timbaleiros, pelo mês da negritude. Que dê sorte. Axé!
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O time feminino do Esquadrão de Aço conquistou pela quinta vez seguida o título de Campeão Baiano. Na final, em Pituaçu, meteu 4 x 0 no rival rubro-negro. Já tinha ganho a primeira, lá, 1 x 0. Vale a comemoração.
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O tal Baianão
– Enquanto a dupla Ba Vi arranca os cabelos nessa reta final de Série A (são 38 rodadas, estamos a cumprir a 34ª) em busca de pontos, cada jogo uma decisão, os times baianos do interior que disputam o Baianão já estão em fase de composição de elenco e treinamentos; por isso chegam na competição correndo mais. As diretorias da dupla BA Vi já se pronunciaram. Vão disputar o Baianão com time B.
– O Baianão começa no dia 12 de janeiro, os atletas de Bahia e Vitória mal saídos das férias, em fase de apresentação, exames, formação de plantel, chegada de reforços e pré-temporada. A do Bahia, por exemplo, vai se dar na Espanha, em Girona, coisas do City, o dono.
Esperamos e trocemos muito para que aconteçam – melhores gramados, dignas acomodações para os atletas pelo interior, espetáculos limpos, sem violências (dentro e fora dos gramados) e arbitragens decentes, sem mutretas. Será possível?
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Série B / Salve o Santos
– Classificado com antecedência e já Campeão da Série B/2024, o Santos fez festa na trade do domingo, na Vila Belmiro lotada. Santos x CRB, 16h, cumprindo tabela. É a ressurreição, dizem os santistas, eternamente saudosos da Era Pelé.
Mesmo com o êxito, a comemorar, parte da torcida peixeira pede a saída do treinador Carille e a diretoria sonha com a volta de Neymar (agora com 33 anos e caindo aos pedaços) e também de Gabigol – é apostar em problemas, putz. Ave o Santos, pois!
– As três vagas restantes para o acesso à Série A são disputadas por Mirassol, Novorizontino, Sport, Ceará (que ainda joga pela 37ª rodada) e o Goiás. A rodada derradeira será decisiva, quente.
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– Fechando o barraco domingueiro
de Ruy Castro, publicado na Folha de 29 de julho 2024:
“O futebol brasileiro não é uma caixinha de surpresas. Quando um time pequeno (pequeno mesmo, sem essa de “baixo orçamento”) faz 1×0 contra um grande aos 10 do 1º tempo, pode-se garantir que seus 16 jogadores cairão no gramado até o fim da partida e levarão dois minutos cada para se recuperarem magicamente.
Se um jogador é tocado acima do umbigo pelo dedo mindinho do adversário, leva as duas mãos ao rosto, cai como se tivesse sido decapitado e rola quatro ou cinco vezes à espera da ambulância que precisará levá-lo ao pronto-socorro. Quando um jogador faz um gol, ajoelha-se de olhos fechados e aponta dois dedos para o céu, agradecendo a ajuda divina. Mas, quando esse mesmo jogador perde um gol feito, dentro da pequena área e sem goleiro, não dá uma banana para o céu e esbraveja com Quem de direito pelo fiasco.
Na cobrança de um pênalti, o jogador brasileiro, em vez de partir para a bola em linha reta e chutar forte, faz aquela volta para ficar de ladinho, executa um cômico tremelique com a bunda, dá uma paradinha a 1 metro da bola e só então chuta. Se o goleiro for esperto e esperar que o sujeito complete aquele bobo ritual, saberá para qual canto cair e fazer a defesa. Não admira o número de pênaltis perdidos ultimamente”.
Praticamos um futebol de presepeiros, dito.
Foto: CBF