Por Zulu Araújo
As prisões do Deputado Federal Chiquinho Brazão, do Conselheiro do Tribunal de Contas do R.J., Domingos Brazão e do ex Chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa, mandantes dos brutais assassinatos da Vereadora Marielle Franco/RJ e do seu motorista Anderson Gomes, revela que o Rio de Janeiro é um Estado em decomposição política.

Os três presos não só fazem parte da cúpula política do Rio, incluindo aí, pasmem, o Chefe da Polícia Civil, que planejou o assassinato, como também comandam, protegem e trabalham com as milícias no Estado, intimidando a tudo e a todos.

O requinte, a brutalidade, a frieza, assim como a obstrução da justiça realizada pelos mandantes, é algo assustador e possui alcance muito maior do que possamos imaginar. São parte de um sistema de negócios privados que se apropriam da coisa pública (terras) de forma aberta e escancarada.

É a necropolítica na veia!É doloroso ver um Estado como o Rio de Janeiro, referência cultural do Brasil e do mundo, estar sendo assaltado pela narcopolítica sem que suas lideranças locais adotem as providências necessárias.

O Brasil inteiro, em particular o Governo Federal, tem obrigação de dar um basta nesse estado de coisas. O Rio está se transformando num laboratório do crime organizado e exportando esse modus operandi para o resto do país. E as principais vítimas desse experimento do mal tem sido as populações negras e pobres da periferia, bem como seus representantes, como foi o caso da Vereadora Marielle Franco.

Vejam a gravidade do que está ocorrendo no Rio de Janeiro:

• Os 6 últimos ex-governadores do Estado, ou foram presos ou afastados (Wilson Witzel, Luiz Fernando Pezão, Sérgio Cabral, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho e Moreira Franco). A única liderança que saiu ilesa desse processo foi a Governadora Benedita da Silva – mulher negra e favelada.
• Quatro ex Chefes da Polícia Civil presos por corrupção, formação de quadrilha e contrabando (Álvaro Lins. Ricardo Hallack, Alan Turnowisky e Rivaldo Barbosa).
• Quatro desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho e cinco dos sete Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado presos por corrução. Assim como o Ex procurador Geral do Estado.
• Dez deputados estaduais presos por formação de quadrilha, corrupção e toda sorte de ilicitudes, além de dezenas de vereadores dos mais variados municípios, principalmente da capital, também presos e afastados dos cargos.

E para completar, recentemente, 19 policiais militares (quase um batalhão) foram presos por fazerem a segurança de um contraventor acusado de toda sorte de crimes. Esses policiais recebiam 207 mil reais por mês para tal serviço.

É muito crime para nenhuma resposta!
O sucesso do trabalho da Polícia Federal e do Ministério da Justiça no caso Marielle, é um indicativo de que o Brasil tem jeito. Desde que tenhamos um Governo Federal democrático e comprometido com os direitos humanos, e um aparelho de segurança sério e autônomo e uma sociedade civil organizada para assegurar que o Estado Democrático de Direito é para valer e não apenas uma figura de retorica.Toca a zabumba que a terra é nossa!