Considerações sobre as campanhas da dupla BaVi até aqui

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Por Zedejesusbarreto
Diante de tantas resenhas negativas sobre o trabalho do treinador português Renato Paiva, sobretudo depois de derrotas como a que aconteceu na Vila Belmiro (3 x 0 Santos), vale algumas reflexões futeboleiras. O torcedor imagina que por ser SAF/City, de uma hora pra outra o Bahia se tornaria uma grande equipe, imbatível… Não é bem assim.

Avaliando a derrota, pés no chão, o que temos?

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  • Um goleiro não mais que bom; aceitável porque melhor que os outros do elenco. Mas muito longe de ser um goleiraaaço, um Courtois.
  • Cicinho sem pernas, sem tempo de bola, não funciona como ala. Marca mal, sem velocidade, e não apoia. Daí Jacaré ter despontado como ala; e Jacaré é apenas um bom jogador, aplicado, destemido. O menino André, esperança, está servido à seleção sub-20.
  • Vitor Hugo não pode jogar como terceiro zagueiro pela esquerda, apesar de canhoto. Não tem velocidade. Tem característica de homem de sobra, atrás. Como Rezende fez falta no jogo contra o Santos!
  • O garoto equatoriano Chavez inibiu-se, sumiu em campo depois que levou um cartão amarelo sem sentido (sacanagem do soprador de apito) logo a um minuto de jogo, num lance de disputa normal pelo alto no meio de campo. Talentoso, habilidoso, mas ainda verde, vacilão. Matheus Bahia, tão criticado, andou até fazendo bons jogos.
  • O treinador, contra o Santos, por motivos alegados de desgaste físico de titulares, escalou apenas Acevedo e Thaciano como meio-campistas e entregou a intermediária aos santistas; a meninada da Vila, então, saúde sobrando, deitou e rolou. Um começo arrasador, com 10 minutos 2 x 0. Quem perde o duelo no meio campo geralmente perde o jogo.
  • Ademir é esforçado mas erra muito, sobretudo quando volta para marcar, compor o meio de campo. É jogador de velocidade na frente, de puxada de contragolpe, apenas. E precisa treinar, caprichar nas finalizações.
  • Arthur Sales não tem cacoete de um centroavante. É jogador de beirada e … olhe lá.
  • Dependemos de Biel, ousado, corredor, brigão, finalizador. A melhor contratação do Bahia, até aqui.
  • Cauly é um bom meia, pratica futebol coletivo, muito útil, tem alguns lampejos, mas está longe de ser um craque, tipo Douglas, Bobô …
  • Nosso centroavante Everaldo até tem boa técnica, desloca-se bem, mas falta velocidade, gana de gol, arranque… Ou seja, temos um time, uma equipe (?) limitada, mediana. E para um campeonato como o brasileiro, longo (38 rodadas), cansativo, cheio de viagens (aeroporto, aviões, hotéis), pouco tempo de treinamento, desgastante… é preciso ter mais que um time, é preciso elenco. E qualidade. Com o que temos, a perspectiva é lutar, e muito, para se manter na Série A, não cair… de novo.

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A boa fase do Leão

O Vitória, 15 pontos em cinco jogos, nenhum gol sofrido, 13 gols feitos, liderança da Série B, é uma grata surpresa. Está jogando bem, encaixado no modelo pegado da segundona, aplicado coletivamente, sobrando fisicamente e com sorte. O gol que abriu a porteira contra o Ceará foi um frangaço, um peru do bom goleiro Richard, do Vovô – o time cearense ainda comemorando o título da Copa do Nordeste. O Leão soube aproveitar.

  • O bom trabalho de Leo Condé se deve sobretudo aos 40 dias de pré-temporada que teve, antes de começar a Série B. Planejou bem, saiu na frente. A turma rubro-negra está voando em campo, marcando forte, mantendo ritmo e intensidade o jogo inteiro. O time tem um contragolpe veloz e fatal.
  • Um bom goleiro, seguro, o Arcanjo. O lateral Zeca está correndo e jogando como nos bons tempos. O quatro-zagueiro Wagner deu consistência, pegada e liderança na defensiva. Um meio de campo brigador, incansável e dois pontas velozes, em forma – Osvaldo e Ze Hugo. Um feijão-com-arroz básico, bem temperado. Eficiência, competitividade, vontade. É um começo avassalador, até surpreendente do Rubro-negro, rumo à Série A em 2024, se mantiver a pegada. Vamos ver a continuidade, com o desgaste natural da jornada longa, com as viagens contínuas, as mudanças forçadas na equipe … Por enquanto, é só vibrar, comemorar e sonhar … não faz mal.

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O fim de semana promete. O Bahia recebe o ‘poderoso’ Flamengo, sábado, na Fonte Nova, casa cheia.

O Vitória pega o tinhoso Atlético GO no Barradão, torcida inflamada.

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Foto: EC Bahia