O debate para a prefeitura de São Paulo, transmitido pela TV Cultura na noite de domingo, foi marcado por um episódio violento envolvendo os candidatos José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB), após uma série de provocações e ataques mútuos. Depois de ser provocado, Datena agrediu o adversário com uma cadeirada. O tucano foi expulso do debate enquanto o seu oponente deixou o programa e se dirigiu a um hospital. O debate continuou com a participação dos demais candidatos.
O ato de violência foi precedido por uma escalada. Marçal iniciou o debate com uma acusação de assédio sexual contra Datena. O apresentador de TV respondeu que o caso foi arquivado pelo Ministério Público por falta de provas, que era inocente e que sua sogra morreu em meio à repercussão do episódio. Ele cobrou uma retratação por parte do candidato do PRTB, o que não houve.
Além disso, Datena se recusou a formular uma pergunta para Marçal no primeiro bloco, alegando que o debate havia se transformado em um “programa para a internet” devido ao comportamento do coach. Datena chamou Marçal de “ladrãozinho de banco” em referência a uma condenação por furto qualificado em 2010.Marçal continuou provocando, mencionando o choro de Datena durante uma sabatina recente, quando o candidato do PSDB havia se emocionado com seu desempenho nas pesquisas.
No quarto bloco do debate, Marçal também recordou que Datena havia se aproximado de seu púlpito com a suposta intenção de agredi-lo em um debate anterior. “Você é um arregão. Você não é homem nem pra fazer isso”, disse. Foi quando o candidato do PSDB partiu para cima do coach e arremessou uma cadeira contra ele.
Após a agressão, Datena foi expulso do debate, e Marçal, que alegou se sentir mal após o ataque, foi levado ao hospital. Em declarações posteriores, Datena admitiu ter perdido a calma e alegou que sua reação foi uma resposta emocional descontrolada, reafirmando que nunca cometeu os atos dos quais foi acusado.
A assessoria de Marçal informou que ele foi levado “às pressas” para o Hospital Sírio-Libanês e criticou a continuidade do debate sem a presença do candidato agredido, mencionando possíveis fraturas e dificuldades respiratórias.
O incidente desviou a atenção do debate, que estava inicialmente focado em ataques a Marçal e ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Após a agressão, Guilherme Boulos (Psol), Tabata Amaral (PSB) e Marina Helena (Novo) lamentaram o ocorrido. Nunes, que estava focado em criticar Boulos por suas propostas sobre drogas, mencionou o episódio de agressão apenas em suas considerações finais.
Com a saída de Marçal, Nunes intensificou seus ataques a Boulos, acusando-o de apoiar a “liberação” das drogas e mencionando irregularidades na gestão. Boulos respondeu acusando Nunes de desviar recursos da educação infantil para a máfia das creches e sugeriu uma possível ligação com o PCC. Nunes rebateu com alegações de que Boulos usaria drogas.
Tabata Amaral criticou o tom do debate e expressou vergonha pela postura dos candidatos, enquanto Marina Helena, que já havia criticado Marçal durante o debate, descreveu as cenas como “deprimentes” e defendeu a escolha de candidatos com “maturidade”.
Fonte: Congresso em foco