O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta quarta-feira (23), por videoconferência, da reunião presidencial da Cúpula do Brics em Kazan, na Rússia.
Lula iria presencialmente ao evento, mas teve de cancelar a viagem internacional no último sábado (19), após cair no banheiro do Palácio da Alvorada, bater a nuca e precisar levar cinco pontos no ferimento.
O presidente brasileiro fez um discurso curto, de pouco mais de 7 minutos. Foi antecedido pelo presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, e seguido pelo presidente da Etiópia, Taye Atske Seto.
A reunião foi coordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no comando rotativo do bloco. Em 2025, esse comando será ocupado pelo Brasil.
No discurso, Lula recorreu a temas frequentes nas suas últimas participações em fóruns internacionais, incluindo:
- apelos contra a mudança climática;
- defesa da taxação dos “super-ricos” e do combate à fome;
- crítica às guerras entre Israel e grupos como Hamas e Hezbollah no Oriente Médio;
- a democratização do acesso às vacinas e à inteligência artificial;
- e a criação de uma “moeda comum” para transações entre países do Brics – que, assim, não precisariam usar o dólar para fazer comércio uns com os outros.
- Taxação dos super-ricos e combate à fome
Lula aproveitou o discurso no Brics para “divulgar” a pauta defendida pelo país à frente do G20 – grupo que reúne as principais economias do planeta.
O Brasil, na presidência rotativa do G20, colocou ênfase em temas como a taxação das grandes fortunas mundo afora e a criação de uma “aliança global” para acabar com a fome.
“Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20. Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas que são fundamentais para a redução das desigualdades, como a taxação dos super-ricos. Nossos países implementaram nas últimas décadas políticas sociais exitosas, que podem servir de exemplo para o resto do mundo.”
“A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já está em fase avançada de adesões. Convido todos a se somarem à iniciativa que nasceu no G20, mas está aberta a outros participantes”, disse.
Muitos insistem em dividir o mundo entre amigos e inimigos, mas os mais vulneráveis não estão interessados em dicotomias simplistas. O que eles querem é comida farta, trabalho digno, escolas e hospitais públicos de acesso universal e de qualidade. É o meio ambiente sadio, sem eventos climáticos que põe em risco sua sobrevivência. É uma vida de paz, sem armas que vitima inocentes.
Fonte: g1