Doença crônica que provoca dores intensas e incapacitantes, infertilidade, e que afeta significativamente a qualidade de vida das mulheres, a endometriose atinge cerca de 10% da população feminina mundial – ou seja, uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva possui endometriose. Entre os desafios enfrentados por quem tem a doença está a dificuldade do diagnóstico e a falta de oferta de tratamento no serviço público de saúde. Na Bahia, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID) oferecem atendimento gratuito para mulheres com endometriose na Clínica da Mulher Dona Dulcinha, unidade considerada referência em saúde da mulher, atuando na prevenção, controle e tratamento das mais diversas afecções ginecológicas. Diante da enorme fila de espera pelo tratamento da endometriose, e para que mais mulheres possam ter acesso ao serviço oferecido pelas Obras, a instituição do Anjo Bom vai realizar o Viva Dulce – evento beneficente que une música e jantar – com toda a renda direcionada para a ampliação do atendimento a pacientes portadoras da doença, incluindo assistência integral, cirurgias e a aquisição de novos equipamentos e insumos hospitalares.
Em sua quinta edição, o Viva Dulce acontecerá no dia 10 de outubro, às 20h, na Pupileira, e vai contar com show de Luiz Caldas e serviço all inclusive, do buffet Vini Figueira Gastronomia. Os ingressos para o Viva Dulce já podem ser adquiridos por meio da plataforma Sympla (https://bit.ly/vivadulce2024) ou na unidade da OSID localizada em Patamares (Av. Tamburugy, 88). A compra pode ser realizada através de cartão de crédito (com opção de parcelamento em até 3x) ou PIX. O evento conta com o apoio do Ecad – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. Com o Viva Dulce, a instituição fundada por Santa Dulce dos Pobres espera realizar mais de 5 mil atendimentos de endometriose ao longo de dois anos, incluindo mais de 140 cirurgias especializadas e assistência clínica multidisciplinar.
“O Viva Dulce vai trazer recursos para que a OSID tenha condições de oferecer mais cirurgias, inclusive para os casos mais complexos de endometriose profunda com envolvimento intestinal, e assim também diminuir a fila imensa de pacientes que estão aguardando há anos pelo procedimento. São mulheres que estão sofrendo com dor, com a infertilidade; mulheres que têm queda de rendimento no trabalho, que têm a qualidade de vida muito comprometida por causa da endometriose”, declara a coordenadora do Serviço de Ginecologia das Obras Sociais Irmã Dulce, Priscila Ritt. O atendimento integral, englobando, além de médicos e enfermeiros, os serviços de psicologia, nutrição e fisioterapia para as portadoras de endometriose, também será contemplado com os recursos do Viva Dulce. “A população feminina ainda encontra muita dificuldade para ter acesso a esse suporte, então o objetivo é que as Obras Sociais Irmã Dulce também possam disponibilizar essa atenção integral, envolvendo equipe multidisciplinar, o que é muito importante para o acompanhamento e melhores resultados para as pacientes com endometriose”, destaca a ginecologista.
Diagnóstico – A coordenadora do Serviço de Ginecologia da OSID explica que, apesar da alta prevalência da endometriose (que ocorre quando o tecido que reveste o útero por dentro – chamado de endométrio – se implanta e se desenvolve fora do útero), existe ainda uma dificuldade muito grande para se chegar ao diagnóstico da doença. No Brasil, o tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico final é em torno de 7 anos. “Essa longa demora está associada a vários fatores, desde a questão cultural da normalização da cólica menstrual pelas pessoas, inclusive pelos profissionais de saúde, até as limitações do sistema público de saúde. Com a atuação das redes sociais, o maior acesso à informação, e com pessoas públicas falando sobre a endometriose, a população passou a saber mais sobre o tema, e muitas pacientes já chegam trazendo a suspeita da doença. Mas a endometriose é um problema de saúde pública; a dificuldade para tratar essas pacientes é enorme, especialmente do ponto de vista cirúrgico. E essa é uma realidade mundial, não só do Brasil e da Bahia”, salienta Priscila.
Clínica da Mulher – A Clínica da Mulher Dona Dulcinha é a unidade das Obras Sociais Irmã Dulce totalmente voltada para a assistência à mulher. Por ano são realizados mais de 28 mil atendimentos e mais de 4 mil procedimentos ambulatoriais, dentre eles preventivos ginecológicos, biópsias, cirurgias de alta frequência no trato genital inferior, histeroscopias e estudos urodinâmicos – tudo de forma gratuita. A Clínica da Mulher conta com ambulatórios especializados de oncoginecologia, ginecologia endócrina, uroginecologia, patologia do trato genital inferior, endoscopia ginecológica, dor pélvica e endometriose. Ambulatórios de ginecologia cirúrgica também fazem parte do núcleo, com atuação no tratamento de patologias importantes, como miomas uterinos, endometriose e câncer ginecológico, somando mais de 1.200 cirurgias ginecológicas por ano. Para o atendimento diário das pacientes, a Clínica da Mulher da OSID conta com equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, auxiliares e assistentes administrativos.