Engano, Auto engano e o Anel de Giges

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Por Cláudia Menezes

Retornamos após um breve recesso para tratarmos de alguns aspectos que podem ser interessantes e importantes para uns e desinteressante e sem importância para os demais. Sem perder de vista que a despeito do que pensamos somos também o que lemos, o que vivenciamos, tudo aquilo que aprendemos, que nos ensinaram, a época que vivemos com seus valores, normas e conflitos. Já tiveram a sensação de terem sido enganados? Isso é fácil de identificar.

Exemplos: um determinado produto vendido como original, mas completamente fora dos padrões conhecidos daquela marca, as promessas em época de política completamente estapafúrdias. É desagradável, incomoda, as vezes até irrita, mas e quando vocês se auto enganam? Já pararam para refletir sobre isso… racionalizar ou negar um fato ou evento para que possa caber no que se consegue dar conta, ou no que se planejou, imaginou… nos auto enganamos com mais frequência que imaginamos, por que mentimos para nós mesmos? E seguimos validando essas mentiras com justificações ilógicas e parciais…. Uma forma de coexistir com fatos, comportamentos e eventos insuportáveis. Sem resumo nós nos iludimos. Um mecanismo inconsciente do cérebro para auto proteção.

E o Anel de Giges? Um mito sobre um artefato mítico e mágico mencionado por Platão, no segundo livro de A República, que concede ao seu portador o poder de se tornar invisível. O que isso tem haver com o auto engano? O que você seria capaz de fazer caso pudesse ficar impune? Na ilusão de que ninguém saberia? Quanto de você se sustentaria, se manteria intacto ou inabalável diante do poder do anel. O quanto você racionalizaria do seu comportamento para utilizar o anel Giges?
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Médica sanitarista e psicanalista