Nos últimos anos, muitos baianos têm buscado oportunidades de vivenciar o ensino norte-americano. Para aqueles que sonham em fazer faculdade, curso de inglês ou profissionalizante fora do Brasil, a Feira EducationUSA, organizada por uma rede oficial do governo dos Estados Unidos, pode servir de ponto de partida. Em sua terceira edição presencial em Salvador, o evento gratuito reunirá no mês de abril representantes de 16 instituições. Com o apoio de tradutores, os visitantes poderão conversar e tirar dúvidas relacionadas aos processos de candidatura e admissão.
O desejo de aprimorar a formação acadêmica e enriquecer o currículo não é compartilhado apenas entre os baianos. Não é à toa que, de acordo com levantamento feito pelo escritório de advocacia imigratória AG Immigration Group, com base em dados do Serviço de Imigração e Controle Alfandegário (ICE, na sigla em inglês), o Brasil já ocupa o quinto lugar entre os países que mais enviam estudantes intercambistas para universidades e escolas dos EUA. Apesar da preferência por conta da variedade de programas de estudos, segundo Magnólia Santos, orientadora EducationUSA na Associação Cultural Brasil-Estados Unidos (ACBEU), é preciso esclarecer algumas questões antes de iniciar a inscrição, sendo as principais:
Disponibilidade de bolsas
Em virtude da realidade financeira e dos altos custos, uma bolsa de estudo muitas vezes é crucial para bancar um curso no exterior. Contudo, mesmo com a oferta de boa parte das instituições, nem todos os estudantes aceitos para as vagas são contemplados e a porcentagem de desconto pode cobrir somente uma parte das mensalidades.
Por esses motivos, a orientadora recomenda a consulta nos sites oficiais das universidades. “Quanto mais você pesquisar, maiores serão as chances de elaborar uma lista que atenda às suas expectativas e possibilidades. Ficar atento ao oferecimento ou não de ajuda financeira também é um importante critério de escolha”, ressalta. Ela ainda acrescenta que a feira é mais uma alternativa para entrar em contato direto e perguntar especificamente sobre as bolsas disponíveis para os alunos internacionais.
Processo de candidatura
Ingressar em uma instituição estrangeira pode ser desafiador, uma vez que o processo costuma ser complexo e requer conhecimento em relação aos requisitos e etapas de cada opção. Ainda assim, conforme a profissional, geralmente os estudantes necessitam apresentar histórico escolar, nota em teste de proficiência na língua inglesa, cartas de recomendação, redação sobre si (declaração pessoal ou carta de motivação) e participação em atividades extracurriculares.
“Os períodos destinados às candidaturas também são muito parecidos para todas. Quem pretende estudar nos EUA em 2025, por exemplo, precisa se inscrever de agosto a dezembro deste ano. Depois do cumprimento das exigências, basta aguardar a divulgação dos resultados até abril. Já o início do ano letivo acontece em setembro”, explica.
Solicitação do visto
Todos que planejam integrar o dia a dia acadêmico dos EUA precisam obrigatoriamente de um visto de estudante. No entanto, para isso, primeiro deve ocorrer a admissão em uma instituição de ensino. Magnólia Santos lembra que, além da carta de aceitação, o pedido do visto depende do preenchimento de um formulário com informações pessoais e detalhes sobre o programa de estudos, pagamento das taxas determinadas e entrevista na embaixada ou consulado dos EUA.
Testes para comprovar boa proficiência em inglês
Outro ponto relevante é o nível de domínio da língua inglesa. Atualmente, o TOEFL é o teste mais comum, mas algumas instituições aceitam o IELTS e outras provas como o Duolingo English Test. “Todo aluno internacional precisa comprovar a proficiência. Como esses testes têm validade de dois anos, o indicado é fazer no tempo hábil”, alerta a orientadora.
Como funcionam as instituições nos EUA
Uma das características do ensino norte-americano é a possibilidade de fazer duas graduações ao mesmo tempo. Segundo a especialista, nos primeiros dois anos, os alunos podem se dedicar às disciplinas gerais que servem de base para todas as áreas de formação. Além disso, eles têm a oportunidade de optar pelo chamado double major (dupla certificação em áreas de formação principal) ou um major e um minor (certificações em uma área de formação principal e em uma área secundária). Esse diferencial permite o preparo profissional em áreas totalmente diferentes, como em saúde e educação, por exemplo.