Por Victor Pinto
Uma grande dúvida paira sobre o cenário eleitoral de Feira de Santana: o deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) é ou não é uma linha auxiliar do ex-prefeito Zé Ronaldo (UB)? Ambos se colocam pré-candidatos à prefeitura da maior cidade do interior da Bahia. Pablo foi do PT e também já foi cabeça da gestão Colbert Martins (MDB), cuja aproximação, hoje, Zé quer passar longe perante a opinião pública feirense.
Pablo, atual presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança da Assembleia Legislativa, quis avançar pelos caminhos de ser o nome por si só do grupo, esbarrou com o ex-prefeito que insiste em retomar o Executivo local e chegou a colocar, até que se prove o contrário, seu time em campo para tentar esvaziar o recente evento do lançamento da pré-candidatura do deputado. O encontro, inclusive, repercutiu no meio político local.
O tucano, conforme os bastidores, foi sondado até pelo governo, diante da força que tem mostrado, mas está predestinado ao tudo ou nada desgarrado da dicotomia feirense do zenetismo de um lado e o zeronaldismo do outro se souber aproveitar essa oportunidade. Quer ser uma terceira via, por mais que renegue esse título, ou ser o peso de uma balança que pode definir o processo eleitoral, principalmente se o raio do segundo turno cair mais uma vez.
“Que a candidatura é pra valer, isso aí é fato. Isso é irreversível. Não existe a menor possibilidade de recuo. Vamos continuar dialogando com os partidos, com as lideranças políticas da cidade”, disse em entrevista à Tribuna na semana passada. Independente de ser irreversível ou não, o seu principal desafio nessa eleição será, de fato, provar sua independência no processo político.
Após ter sido vereador da cidade pelo PT, foi secretário de Prevenção à Violência de 2017 a 2019 na era ZR e depois de Desenvolvimento Social e de Agricultura com Colbert. Uma ligação forte com o núcleo da direita feirense. Da sua votação total em 2022, chegou a 42.635 votos na cidade, se elegeu com um total de 55.585 votos no estado da Bahia. Diante dos números, seria um player natural, assim como Zé Neto (PT), que só no município teve 62.915 votos para deputado federal.
Essa briga, para alguns, esconde uma tendência de enganar o petismo ou eleitores de tendência para o centro. Só o tempo vai mostrar isso. Na minha concepção, Pablo Roberto bagunça o coreto dos dois polos da política feirense e pode ser uma surpresa e vai depender da sua condução nas suas futuras composições.
SOBRE A TRIBUNA – Aproveitar o ensejo do artigo e fazer o registro dos parabéns ao jornal Tribuna da Bahia pelos 54 anos de circulação. Muito orgulho em fazer parte dessa trajetória bonita e escrever um pouco sobre política em suas páginas, desde a minha primeira matéria nos idos de 2013 como repórter da editoria até como colunista que ocupa o espaço na página 2 todas as segundas.
Sempre foi um sonho, desde a minha adolescência em C. do Coité, fazer parte desse contexto e me sinto realizado pessoal e profissionalmente por ajudar a escrever esse trajeto.
Apesar do advento da internet, até hoje amo, como um jovem senhor de 31 anos (risos), de pegar o jornal impresso de manhã cedo, assim que chega em minha casa, folhear as informações com uma boa xícara de café ao meu lado.
A Tribuna, diante das dificuldades, tem sobrevivido como uma guerreira do jornalismo. Os seus profissionais, pois sem eles as atualizações e a circulação não seriam possíveis, são os mais parabenizados por tudo! Vida longa!