França vence Brasil a cabeçadas, lidera grupo e se classifica

Por Zédejesusbarreto
Prevaleceu a altura, o porte físico das europeias. Com dois gols de cabeça, bolas aéreas, as francesas venceram mais uma das brasileiras (2 x 1) e estão praticamente classificadas no Grupo, com antecedência (4 pontos), para as oitavas de final – pegam no jogo derradeiro da fase classificatória o fraco Panamá. Ao Brasil, com três pontos, resta vencer na rodada final a seleção da Jamaica, que ainda joga na rodada contra o Panamá.

  Sem lamentações, as Francesas souberam usar a superioridade atlética em campo e venceram, têm cacife, comemoraram bastante e mantiveram a freguesia. O fato é que as nossas meninas continuam sem conseguir ganhar das francesas. Encaram mas não vencem.

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 Na Austrália

 – Segunda rodada do grupo F, segundo jogo do Brasil na Copa da Oceania – Austrália e Nova Zelândia. O Brasil estreou com uma goleada sobre o Panamá, líder da chave e um triunfo já garantia as comandadas brasileiras de Pia Sundhage nas oitavas de final do torneio, com uma rodada de antecedência. Mas … 

 – O ‘grilo’ é que o Brasil jamais venceu a França. Em 12 jogos disputados só conseguiu cinco empates. Nas oitavas da Copa de 2019, a França (com prorrogação e tudo) venceu por 2 x 1, nos eliminando da competição. Clima de vingança e quebra de tabu em jogo.

 – O confronto em Lang Park, Brisbane, Austrália (já noite de sábado por lá). Arquibancadas quase tomadas (quase 50 mil presentes e muito amarelo), relvado de primeira, a seleção canarinha de camisetas amarelas, a França, Les Bleus, de azul.  Dois belíssimos hinos, cantados.

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Com bola rolando… 

– Início nervoso, bola queimando, passes errados e muito corpo-a-corpo, correria. Rivalidade à mostra. As francesas marcando alto, pegando duro, dificultando a saída de bola defensiva brasileira. Aos 12’, primeira boa defesa de Lelê, salvando no rodapé uma cabeçada de Le Sommer. Aos 15’, Adriana bateu falta frontal, fora.

– Gol! 1 x 0 França, aos 17 minutos. Jogada aérea, duas cabeçadas na área brasileira, Diani e Le Sommer acertando o canto, abrindo o placar. 

  Prevalecendo a maior estatura e capacidade atlética das europeias. Ganham na velocidade e as divididas. Aos 22’, após uma vacilada defensiva francesa, Adriana ficou de cara, na área inimiga, mas finalizou mal, por cima, desperdiçando boa chance de empatar. Aos 31’, Diani ficou de cara, Lelê saiu bem e salvou.

Com mais pegada e intensidade de jogo, chegando sempre antes, atacando, as francesas desceram pra merenda, no intervalo, à frente (1 x 0). O Brasil deu pouco trabalho à goleira Magnin. Não conseguimos explorar a mobilidade das nossas atacantes, rápidas. França superior, pois.    

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 O Brasil voltou com as linhas mais avançadas, outra postura, mas o time azul continuava pegando, competindo forte, sem dar espaços, mordendo, ganhando no corpo, atuando em bloco. Daí …

– Gol! 1 x 1, Debinha, aos 12 minutos. Enfim, penetramos trocando passes rápidos, pelo chão, na habilidade; Debinha encarou a goleira e bateu no canto, empatando. Estamos vivas, no jogo.

 Um Brasil bem melhor, mais solto na segunda etapa. Aos 20’, Becho chutou forte, de frente, Lelê espalmou por cima. A França reagiu, voltou a atacar, levando perigo nas bolas alçadas na área brasileira. Mais franco, aberto. Aos 27’, Debinha cobrou falta da esquerda, rasante, Kerolin desviou, por cima. Aos 30’, chute enviesado de Bacha, na rede por fora. Aos 33’, tentativa de Luana, desviou na zaga.

 – Gol! 2 x 1 França, aos 37 minutos. Renard, a grandalhona capitã francesa, escorando de cabeça, livre, fechando da esquerda, um escanteio alçado largo da direita. Falha de marcação, desatenção, e o predomínio francês nas bolas altas.

  As brasileiras sentiram o golpe, mesmo com as mudanças de Pia (a treinadora) não conseguiram reagir. A arbitragem, muito boa, acrescentou sete minutos ao tempo normal de jogo. Resta brigar pela classificação no jogo contra a Jamaica. É vencer ou vencer.

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Ficha Técnica

– Brasil: Letícia, a Lelê, Antônia, Lauren, Rafaelle e Tamires; Luana, Ary Borges, Adriana e Kerolin; Debinha e Geyse (Bia).  (Ana Vitória, Marta e Mônica) Técnica: Pia Sundhage. 

– França: Magnin; Perisset, Lakrar, Renard e Karchaoui; Toletti, Geyoro, Dali (Garrec) e Bacha; Diani e Le Sommer (Becho). Técnico: Hervé Renard.

Árbitra: Kate Jacewicz (AUS)

  • Foto CBF