Histórias românticas, hilárias, tristes, bizarras….rola de tudo nos bancos de passageiros do transporte por aplicativo. É praticamente um divã de analista. E como não ficar ligado, se muitas vezes o motorista é transformado em terapeuta, confidente, cúmplice, parceiro, amigo de infância, confidente…??? Até parteiro de mulher virgem, se duvidar. E é justamente essa rotina, nada monótona, que a jornalista baiana Joana D´Arck narra em seu segundo livro de contos, “Vida que segue”, no prelo pela editora Telha.
Com a ideia na cabeça, Joana criou sua personagem fictícia, a motorista de Uber, e partiu para a coleta de histórias reais, algumas nem tanto, contadas por profissionais do ramo. Nas conversas ela ouviu relatos inusitados, desde o esquecimento de um bebê no banco traseiro, até o de uma lata de leite recheada de maconha. Cenas de ciúmes são comuns, assim como os riscos de assalto e outras aventuras.
Autora de “Entrelinhas e afetos”, livro inspirado na vida de dona Elza, sua mãe, hoje com 92 anos de idade, a jornalista preferiu optar, nesse segundo “filho”, por um artifício que lhe permitisse, também, abordar temas como machismo, preconceito, traição, mercado de trabalho, relações familiares e a violência nossa de cada dia. As virtudes e fragilidades humanas, reveladas pelos passageiros entre uma corrida e outra. O fascínio da obra é justamente fazer o leitor se reconhecer em determinadas situações, ou projetar o dia a dia de amigos, inimigos e familiares.
https://www.instagram.com/p/CsgwBX3gQyA/?igshid=MTc4MmM1YmI2Ng==
Do Pilha Pura