Mais um ano perdido

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Por Joaci Góes
(Ao casal amigo Luciana e Deputado Elmar Nascimento)
Temos reiterado, à saciedade, que o atraso do Brasil, em geral, relativamente às suas grandes possibilidades de desenvolvimento, em razão de suas riquezas e potencialidades, resulta de sua pobreza em recursos humanos, aptos ao aproveitamento do que possui para satisfazer as enormes demandas do mundo moderno. Por isso, somos uma sociedade profundamente desigual, com grandes bolsões de miséria e pobreza, e não o que deveríamos ser: uma sociedade tão desenvolvida como as do Primeiro Mundo, a exemplo dos Estados Unidos, Canadá, Japão, Singapura, Coreia do Sul ou países europeus. A causa dessa pobreza em recursos humanos reside na má qualidade da educação que praticamos, comprometida com o viés ideológico gramsciano que se adonou das estruturas do ensino público, do fundamental ao superior.
Como a grande maioria do eleitorado brasileiro é composta por analfabetos, também funcionais, nossos representantes nas estruturas dos poderes veem se alternando entre estadistas e populistas, numa sucessão operacional que compromete a harmonia e continuidade de nosso desenvolvimento material e espiritual.
O ano que finda apresentou um dos piores resultados de nossa história, não integralmente percebido pela patuleia ignara, em razão da operação orquestrada dos centros de poder com uma mídia encarregada de fazer a lavagem cerebral, levando a crer no inacreditável, em troca de recursos públicos em volumes que batem todos os recordes de nossa prática. Apesar dessa conspiração contra o progresso nacional, é acentuadamente declinante a avaliação do Governo Federal, comprovando que nada conduz tão rapidamente ao fracasso quanto investir contra a natureza das coisas, como a grande Agatha Christie não cansava de repetir: “Os fatos; como são teimosos os fatos!”
O pior desse ano macabro para a liberdade política e a paz social, quando a violência institucional foi comandada pela cúpula do Poder Judiciário, tem sido o engajamento, ostensivamente partidário, de ministros da Suprema Côrte que de tão impopulares não se sentem seguros em tomar assento num avião de carreira, ir a um restaurante, teatro ou praias de grande frequência, receosos de serem abordados com expressões de calão, proibidas, até, em casas de tolerância. A situação é tão escrachada que um pária internacional como Nicholas Maduro, proibido de frequentar países sérios, mas que no Brasil é recebido com tapete vermelho, resolveu anexar as Guianas confiante no apoio que a Venezuela receberia da segunda mais poderosa força armada do continente, a brasileira, em razão das reiteradas demonstrações de indissolúvel aliança formulada pelos presidentes de ambos os países, em situações de elevado e irresponsável padrão etílico.
A imediata e vigorosa reação dos Estados Unidos às belicosas intenções do pária internacional que desgoverna a Venezuela resultou numa cisão na cúpula do Governo Brasileiro que levou o Ministro da Defesa, sintonizado com os comandantes das três armas, a declarar que pelo nosso território as tropas venezuelanas não passariam. Atitude que deixou o trêfego presidente brasileiro, com seu reiterado discurso de ódio, literalmente, pendurado na broxa. Como consequência imediata, é mais do que previsível a intensificação da conhecida retórica terceiro-mundista que atribui aos Estados Unidos a responsabilidade pelos males estruturais da desditosa América Latina.
Uma projeção de nosso futuro imediato, a partir do pobre desempenho no ano que se encerra, conduz à conclusão de que o Brasil continuará na contramão da História no curso dos próximos três anos, aprofundando, ainda mais, o descompasso entre o que somos e o que deveríamos ser.
Entre os fatos positivos que ocorreram na Bahia, merece destaque o evento proporcionado pela CBPM – Companhia Baiana de Recursos Minerais, na última segunda-feira, quando o Governador Jerônimo Rodrigues autorizou, formalmente, a exploração de alguns de nossos recursos minerais por conceituada empresa canadense para, via industrial, agregar valor às nossas matérias primas, elevando as taxas de emprego e renda que enriquecerão a Bahia.
Merecem aplausos, também, o Presidente da CBPM, Henrique Carballal e sua qualificada equipe que anunciam a decisão de elevar essa importante empresa pública ao patamar de sua merecida grandeza.