Por Lilian Andrade
Impressionante as mazelas do serviço público em Salvador!!! Porque as coisas só funcionam quando a gente “roda uma baiana”? Semana passada, exatamente na sexta-feira, dia 8, fui até o Vale dos Barris em busca da Transalvador para refazer (segunda via) os cartões a que tenho direito: idoso e PDL, uma vez que os originais “desapareceram” do automóvel. E decidi ir “in loco” depois de várias tentativas através do site que não funcionaram e dos telefones, que não atenderam. Através do site, nem os telefones informados funcionam: ninguém atende. E ao chegar no Vale dos Barris, descobri que a Trabnnsalvador mudou de endereço – o que também não é informado no bendito site.
Pois bem, cheguei no novo endereço, que fica na rua Miguel Calmon, por volta das 13hs e… pasmem!!!! Somente um funcionário para atender multas. Fui informada que a funcionária responsável pela execução dos cartões “foi almoçar e retornava 13h30” resolvi esperar… qual nada, no horário informado ninguém chegou; retornei ao balcão e aí fui informada que a (i)rresponsável não retornaria nem havia funcionário para me atender. Perguntei pelo responsável pelo setor, também não retornaria (!!!). Aí, no bom baianês, dei pra ruim.
Como é que é? Não tem ninguém pra atender, não tem um telefone pra me comunicar!!! Como é que esse departamento funciona??? É só departamento de arrecadação de multas? É esse o atendimento pra idoso? É esse o atendimento para Pessoa com Dificuldade de Locomoção? Foi pra isso que o prefeito quis ser reeleito? As repartições públicas não funcionam na sexta-feira, à tarde? Nesse interim, o funcionário das multas me disse: se a Sra. quiser registre uma queixa na ouvidoria, e me informou um número. Liguei e comecei a registrar minha queixa; poucos momentos depois, uma outra funcionária (que não se identificou nem disse a que veio) chegou com um celular dizendo que “o chefe” queria falar comigo.
Atendi ao telefonema, depois de finalizar a queixa na ouvidoria e expliquei a minha situação ao “chefe” que me ouviu e me atendeu prontamente, no final da tarde recebi os cartões por e-mail.
Aí fica a pergunta: por que o cidadão precisa se estressar? Reclamar? Sair de casa com toda a dificuldade (no meu caso) pra reivindicar um direito legítimo? Por que não treinar seus funcionários para um atendimento decente? Sem parecer que estão a nos fazer um favor? Por que os sites da prefeitura não funcionam? A resposta me veio de um cidadão que estava na fila para reclamar uma multa indevida: “Aqui só funciona esse guichê que é o de arrecadação das multas, o esquema é esse: é só venha a nós, ao vosso reino… NADA”
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Geógrafa, jornalista, escritora e ex-secretária de Turismo do Município de Lençóis