Mercenários russos rebeldes avançam em direção a Moscou

No momento você está vendo Mercenários russos rebeldes avançam em direção a Moscou

Depois de assumir o controle de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, o grupo paramilitar Wagner segue em direção a Moscou na tarde deste sábado (24). Os moradores da região de Lipetsk, a 450 km de Moscou, são convocados a permanecer em suas casas. Saiba como começou o conflito e confira minuto a minuto as últimas atualizações da escalada bélica na Rússia.

Os pontos principais do conflito deflagrado neste sábado (24):
Em uma série de mensagens de áudio, o líder do grupo Wagner, Evgeny Prigozhin, convocou uma revolta contra a liderança russa. Ele acusou o exército russo de bombardear os acampamentos militares do grupo.

Alegando estar liderando uma “marcha pela justiça” e não um “golpe militar”, Evgeny Prigozhin disse que estava “pronto para morrer” com seus 25.000 homens para “libertar o povo russo”.
O governador da região de Voronezh relatou combates das tropas russas. No início da manhã de hoje, o chefe do grupo mercenário Wagner havia anunciado que suas forças, até então posicionadas na Ucrânia, haviam cruzado a fronteira e entrado em Rostov, onde fica o quartel-general do comando sul do exército russo, de onde são coordenadas as operações militares na Ucrânia.

A Procuradoria Geral da Rússia anunciou a abertura de uma investigação contra Yevgeny Prigozhin por “motim armado”.

Em um discurso à nação, o presidente russo Vladimir Putin prometeu que não permitiria uma “guerra civil” e pediu “unidade”. Descrevendo a rebelião de Wagner como uma “ameaça mortal”, ele acusou Yevgeny Prigozhin de ter “traído” a Rússia por meio do que chamou de “ambições desproporcionais”.
Confira os últimos acontecimentos no horário brasileiro:
11h01: A Letônia anuncia que está intensificando a segurança em suas fronteiras

“A Letônia está monitorando de perto os acontecimentos na Rússia (…). A segurança na fronteira foi reforçada”, anunciou o presidente eleito da Letônia, Edgars Rinkevics, no Twitter, acrescentando que a emissão de vistos e a entrada de russos foram suspensas.

10h53: Combatentes do Grupo Wagner chegam à região de Lipetsk

9h47: Kremlin diz que tem o apoio do presidente turco Erdogan

Em um comunicado à imprensa, a presidência russa afirma que Vladimir Putin recebeu o “apoio total” de seu colega turco Recep Tayyip Erdogan durante uma conversa telefônica sobre a rebelião armada do grupo Wagner.

9h45: Ramzan Kadyrov anuncia que está enviando seus homens para as “áreas de tensão”

Vídeo relacionado: Líder do Wagner promete ‘ir até o fim’ contra comando militar russo (Dailymotion)

“Os combatentes do Ministério da Defesa e da Guarda Nacional Chechena já foram para as zonas de tensão. Faremos tudo para preservar a unidade da Rússia e proteger sua condição de Estado”, declarou o presidente checheno Ramzan Kadyrov no Telegram, cujos homens foram muito ativos na ofensiva russa na Ucrânia.

9h36: Os chefes da diplomacia do G7 se reúnem

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, diz que os ministros de relações exteriores do G7 realizaram uma “conversa”. Não foram divulgados detalhes sobre o conteúdo dessas conversas. Washington simplesmente indicou que os Estados Unidos permaneceriam em “estreita coordenação” com seus aliados após essa troca inicial, ao mesmo tempo em que especificou que essa rebelião não havia alterado seu apoio à Ucrânia.

9h20: A rebelião na Rússia é uma “oportunidade”, diz Ucrânia

Ao invadir a Ucrânia, a Rússia deu início a um processo que levará à sua própria destruição, de acordo com a vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Ganna Maliar, no Telegram: “O que isso significa para nós? Uma janela de oportunidade”, acrescenta ela, assegurando que a Ucrânia continua a trabalhar para a “vitória”.

9h05: Chefe do grupo Wagner afirma ter tomado o quartel-general militar em Rostov “sem que um tiro fosse disparado”

“Por que o país está nos apoiando? Porque estamos marchando por justiça”, disse o líder da Wagner, acusado de “traição” por Vladimir Putin, em uma mensagem de áudio no Telegram. “Entramos em Rostov e, sem disparar um único tiro, tomamos o prédio da sede”, acrescentou Evgeny Prigozhin.

8h54: Putin está no Kremlin, garante porta-voz

“O presidente está trabalhando no Kremlin”, garantiu Dmitri Peskov, citado pela agência estatal russa Ria Novosti, que o questionou sobre rumores nas redes sociais afirmando que ele havia deixado Moscou por causa da rebelião do grupo Wagner.

8h15: Moradores da região de Lipetsk são convocados a permanecer em suas casas

“A fim de garantir a ordem e a segurança dos cidadãos na região de Lipetsk, a sede operacional (regional) está pedindo aos residentes que não saiam de suas casas, a menos que seja necessário, e que se abstenham de viajar em veículos particulares”, diz a conta do Telegram das autoridades da região, localizada
7h18: Para Volodymyr Zelensky, fraqueza da Rússia é “óbvia”

Em sua primeira reação aos eventos na Rússia, o presidente ucraniano considera que o motim do grupo Wagner ilustra a fraqueza “total” da Rússia, mergulhada no “mal e no caos”. Qualquer um que “escolhe o caminho do mal está se autodestruindo”, diz Volodymyr Zelensky, zombando da atitude de Vladimir Putin de “enviar centenas de milhares de pessoas para a guerra apenas para se barricar na região de Moscou para se proteger daqueles que ele mesmo armou”.

7h07: Patriarca Kirill clama por “unidade”

“Qualquer tentativa de semear a discórdia no país é o maior dos crimes que não pode ser justificado”, diz o chefe da Igreja Ortodoxa na Rússia e um aliado do presidente Vladimir Putin. “Peço àqueles que pegaram em armas para usá-las contra seus irmãos que reconsiderem” sua escolha, acrescenta ele, dizendo que “apóia os esforços de Vladimir Putin para evitar distúrbios” na Rússia.

7h03: A União Europeia “monitora de perto a situação”, e primeiro-ministro britânico pede que todas as partes sejam “responsáveis”

No Twitter, o presidente do Conselho Europeu Charles Michel disse que está “monitorando de perto a situação na Rússia” e que está “em contato com os líderes europeus e parceiros do G7” depois que o grupo Wagner se rebelou. “Esse é claramente um problema interno da Rússia. Nosso apoio à Ucrânia e a Volodymyr Zelensky é inabalável”, declarou.

Do RFI e MSN