A ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta segunda-feira (10) que enfrentou uma campanha sistemática de ataques misóginos ao longo de sua gestão à frente da pasta.
A declaração foi feita durante a cerimônia no Palácio do Planalto que oficializou a posse do novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
“Durante os 25 meses em que fui ministra, fui alvo de uma campanha sistemática e misógina que tentou desvalorizar meu trabalho, minha capacidade e minha idoneidade. Esse tipo de comportamento político não pode ser normalizado nem aceito”, afirmou Nísia.
Ela também defendeu uma mudança na forma como a política é conduzida no Brasil.
“Podemos e devemos construir uma nova política baseada no respeito e no diálogo, com foco em propostas que melhorem a vida da população”, ressaltou.
Além da posse de Padilha, a cerimônia também oficializou a nomeação de Gleisi Hoffmann como ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), cargo anteriormente ocupado por Padilha.
A saída de Nísia Trindade foi anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de fevereiro, como parte de uma reforma ministerial para fortalecer a base do governo no Congresso Nacional.
Com trajetória acadêmica e experiência na presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) entre 2017 e 2022, Nísia foi escolhida por Lula para comandar o Ministério da Saúde como um gesto de valorização da ciência e em oposição ao negacionismo do governo de Jair Bolsonaro.
No entanto, sua gestão enfrentou dificuldades na articulação política com o Congresso, um fator que pesou na decisão de sua saída. O Ministério da Saúde, que tem o maior orçamento da Esplanada, esteve no centro de pressões por liberação de recursos e emendas parlamentares.
A nomeação de Alexandre Padilha, que já ocupou o cargo durante o governo Dilma Rousseff, reforça a estratégia de Lula de apostar em nomes com maior habilidade de articulação política no Legislativo.
Com informações do g1/Foto: Ag. Brasil – José Cruz