Por Cláudia Menezes
incrível como atualmente somos submetidos a uma enormidade de informações com imagens das mais variadas, desde de cena de felicidade da mãe que reencontra o filho que saiu de casa há mais de 15 anos e foi localizado em outro país, a cenas de explosões, bombardeios, sequestros, execuções e mortes das mais diversas. Marina Colasanti já dizia: “- Eu sei que a gente acostuma, mas não devia”,
Não quero julgar o mérito e nem a motivação, no entanto me questiono porque o bebe Reborn causa uma comoção nacional e a morte de uma criança esquecida dentro do carro não?!
Estamos tão entorpecidos, naturalizamos tanto as diversas violências cotidianas e não nos apercebemos disso. Vivemos numa realidade em que no Brasil em geral, sem distinção de Estados ou Municipios, crianças e adolescentes são vitimas de paneleiros, aumentou o numero de tentativas de auto extermínio e auto mutilação nesse grupo. Pouco se fala sobre o tema e em geral as discussões são restritas “A força tarefa” que englobam diversos atores dentre os quais: as forças policiais, algumas Escolas, alguns Professores e organizações sociais.
Nos mais diversos recônditos do Mundo atentados se sobrepõe, feminicídio, transfobia, queimam se vivos moradores de rua, mas o problema é o Bebe Reborn? Bebe esse que conseguiu tornar se temática nacional. Discussão acalorada nos mais diversos fóruns com defensores ferrenhos e detratores convictos…
A pergunta que se faz: O que isso diz sobre cada um e sobre todos nós? Seletivamente escolhemos um ângulo (tema) para nos debruçarmos? Só enxergamos o que queremos? Perdemos a visão panorâmica ou não queremos ver?
Os tempos modernos trazem novos dilemas e paradigmas que precisar-se-á enfrentar…
Deixo uma reflexão e a Ética?
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Médica sanitarista e psicanalista