O preço do populismo terceiro-mundista

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Por Joaci Góes

À querida afilhada Priscila Sales!

A destinação de 30 bilhões de Reais, como medida inicial para socorrer as pequenas e médias empresas afetadas pelo tarifaço americano sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos, representa a ponta do iceberg do tamanho do prejuízo ocasionado ao Brasil pela incontinência verbal do presidente Lula, ao dirigir suas gratuitas ofensas ao Presidente Trump e à hegemonia do dólar nas trocas mundiais, de um modo absolutamente inédito na experiência diplomática brasileira. Não fosse o Brasil, ainda, uma rutilante República de Bananas, o preço a pagar por tamanha falta de decoro seria o impeachment do presidente, iniciativa para a qual o Senado Brasileiro, mesmo que majoritariamente integrado por gente de boa qualidade, não alcança, na atual legislatura, o quórum mínimo de dois terços para consumá-lo.

Para que se tenha uma ideia do que este primeiro montante representa, com 30 bilhões de Reais constroem-se 300 mil casas populares, aptas a abrigar 1.500.000 (um milhão e quinhentas mil pessoas), que passariam a usufruir de segurança e saneamento básico, elementos essenciais para elevar sua longevidade dos atuais 54 anos para 79 anos, conforme pesquisa da Oxfam, maior ONG do Planeta, segundo pesquisa disponível na Internet sob o título “A distância que nos une”. Reitere-se que metade da população brasileira não tem acesso a saneamento básico de qualidade, fato que compromete o desenvolvimento intelectual dos que nascem sem acesso a esse benefício tão essencial, além de reduzir sua longevidade, ensejando, por essa via, a ação silenciosa de males algumas vezes mais letais do que a soma de algumas Covids 19.

Como o próprio Governo adianta, essa é uma primeira medida vestibular de muitas outras para contornar os efeitos tsunâmicos nascidos da invencível disposição de Lula para fazer, seja lá o que for, que resulte em benefício de sua vasta e incontrolável ambição pelo poder, ainda que seja fazer do Brasil um território arrasado, no velho estilo da vitória de Pirro, como deve ser o desfecho dessa irresponsável crise nascida do populismo terceiro-mundista que inspira, majoritariamente, a esquerda brasileira.

Ao perceber que o ressentido antiamericanismo, próprio dos povos subdesenvolvidos, ainda existente no Brasil, pode melhorar seus baixos níveis de aprovação e elevados índices de rejeição, Lula renovou suas ofensas ao imprevisível Presidente Norte-americano, desta vez recusando-se a entrar em contato com ele, mesmo sabendo, pelas reiteradas e privadas advertências de nossa diplomacia e experts econômicos, que as possibilidades de não sairmos mal desse embate são iguais a zero. Paralelamente a isso, a crise com os Estados Unidos trouxe o benefício adicional de lançar para um segundo plano o assalto aos velhinhos do INSS, como se a devolução, pelo Estado, do dinheiro deles roubado, resolvesse o problema, garantindo a impunidade dos que cometeram esse que está sendo classificado entre os mais despudorados na história dos crimes contra a bolsa popular. A ajuda por parte da mídia lubrificada com polpudas verbas publicitárias, ao selecionar, a dedos, o noticiário com que engabelar a patuleia ignara, faz o resto, para que tudo permaneça “como dantes no Quartel de Abrantes”.

Como o lema presidencial de Lula, in pectore, repete a mensagem de Madame de Pompadour ao seu amante Luis XV, diante da iminência da derrota francesa para as tropas de Frederico, o Grande, da Prússia, em novembro de 1757, “Après nous, le déluge” (Depois de nós, o dilúvio), as iniciativas para definir eventuais substitutos ao seu nome, para concorrer às eleições de 2026, são consideradas obscenas.

O desfecho não pode ser outro: educação, saúde, infraestrutura e segurança, de péssima qualidade, entre as piores do Continente, sobretudo na Bahia onde acabamos de conquistar mais um título: o do estado brasileiro com a presença operacional do maior número de organizações criminosas, 25, vindo Pernambuco em segundo lugar, 18. Por isso diz-se que, majoritariamente, o eleitorado baiano é como mulher de malandro: quanto mais apanha, mais gosta.