O desabamento do teto da Igreja de São Francisco, na cidade de Salvador, Bahia, é um capítulo ainda mais triste na história das perdas do patrimônio cultural de Salvador. Não se trata, porém, de um fato isolado; trata-se antes de tudo, do sintoma de um mal maior: a falta de investimento e a falta de cuidado na memória e na história da cidade.
A Igreja de São Francisco, conforme se pode ver, famosa pela arquitetura barroca e pela decoração rica, é um marco da identidade cultural de Salvador. A perda do teto da Igreja de São Francisco equivale, portanto, à perda de um pedaço importante dessa identidade; do mesmo modo, serve como um alerta para a urgência de ações no sentido de preservar o patrimônio histórico e cultural da cidade.
Assim como a Igreja de São Francisco, vários outros prédios de importância histórica e cultural ao longo dos anos em Salvador foram destruídos, seja por conta de desabamentos, incêndios, ou demolições. A não conservação e o não investimento nos prédios são aspectos que atuam na perda da memória da cidade e na perda do que ela possui de riqueza cultural.
Frente situação, é urgente a união da sociedade civil, do poder público e das instituições de fato responsáveis pela preservação do patrimônio histórico e cultural de Salvador. É preciso, em face do que ocorreu com São Francisco, investir em projetos de restauração e conservação, além de conscientizar a população da importância em proteger a memória da cidade.
A tragédia da Igreja de São Francisco deve servir de advertência para que outras perdas não ocorram. É tempo de agir, é tempo de garantir que as próximas gerações possam ter acesso à História e à Cultura de Salvador. Enquanto isso fica a pergunta: neste caso, isoladamente, a culpa é da Ordem de São Francisco que não preservou? Qual o papel da Arquidiocese de Salvador? Qual a culpa do Iphan que não vistoriou? A Igreja Católica, sem querer ser cruel, é uma instituição riquíssima.