Pocotó Ibérico: Parte 1 – Lisboa e arredores. Vim pegar nosso ouro de volta

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Por Marcelo Pockye

Louças lavadas, malas (finalmente) fechadas, partimos eu e Miloca em direção à Península Ibérica da Oropa. O susto das notícias do apagão no início da semana não nos desanimou. Rolou um ‘porra, que porra……’, sim, mas nada de recuo num momento histórico desse, brava gente.

Para um vira latas – desculpem, identitários, melhor dizendo, um SRD! – como eu que não dorme em avião, a coisa não começou bem. O comandante decolou às 23:45 de um dia desses. Apesar de no fone de ouvido estar rolando o melhor do incomparável DJ Pockye, o osso da bunda começou a moer durante a madrugada, não havia posição confortável para um desesperado zumbi bonzinho que observava aquele porrete de gente dormindo calmamente, até nas horas dos avisos de turbulência. ‘Piiiiiiim!!!’, ‘Cambada de filhos da puta sortudos!’.

Perder uma noite de sono numa idade quase avançada, sem ser na farra (quanta pretensão……), não é nada bom. O humor vai para o espaço. Para completar, enfrentamos uma fila quilométrica na Imigração, parecia que o mundo todo tinha chegado em Portugal naquele dia.

O check in da hospedagem só iniciava às 15:00, vai entender um troço desse. Resultado: no primeiro dia, o menino Marcelo voltou a ser neném e dormiu direto na primeira chance que apareceu todo embolado e embalado com o fuso de 4 horas. Confuso.

Iniciados os trabalhos turísticos, vale ressaltar algo, para mim, muito importante. Eu carregava comigo a impressão errônea do português mal humorado por essência. Turrão, sem graça, extremamente reto em tudo. Essa impressão foi por água abaixo com um motorista de táxi piadista, dois garçons mais ‘antigos’ de uma leiteria simplesmente impagáveis, mais um guia inteligentíssimo, sem bairrismos e nenhuma dose de hipocrisia histórica. A cidade, num geral, recebe muito bem.

Lisboa, ao ser visitada, exige um certo preparo físico do turista. Suas inclinações implicam em subidas e descidas repentinas e inesperadas. Em alguns passeios do tipo ‘bate e volta’, surgem também ladeiras imensas. Nós pegamos uma variação térmica estranha com calores e frios bruscos.
Conselho do tio Pocotó: um bom tênis de caminhada, muita água e bom humor nas empreitadas. Chega-se sempre com as costas e as batatas da pernas avariadas ao final do dia. Pelo menos, tem sido esse meu caso.

No hostel, nos bares e restaurantes, nos carros, nas ruas está acontecendo uma espécie de invasão de algo chamado reggaeton. Um ritmo meio hipnótico e, por óbvio, repetitivo. Em suma, uma porcaria.

Para quem se interessa em História e Arquitetura, Lisboa e cidades aos arredores são, como diziam os antigos da minha época, um prato cheio.
Outro fator muito bom é que estou fluente em português.

Terminada a missão por aqui, agora é partir para ‘bora Espanha, minha zorra!!!’
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Escritor, advogado e DJ