Por Marcelo Pockye
Pousamos numa Barcelona ensolarada. Meu primeiro desejo era passar no Camp Nou e perguntar pro professor se teria uma chance de fazer o ataque do Barça junto com Lewandowski e Yamal, uma vez que o Messi foi ganhar em dólar na terra do Imbecil Alaranjado. Mas, pensei bem e desisti.
Algo me chamou a atenção logo de cara: Barcelona é bem mais djpockyana que Lisboa. O que ouvi no Uber e no hotel soou bem melhor nos meus sensíveis ouvidos. Em Lisboa, a coisa estava difícil.
‘Estoy sturricato in this porra’. Comecei a mostrar ao europeu que dá para misturar várias línguas nas frases e se fazer entender.
Iniciadas as incursões, visitei um casarão projetado e decorado por um gênio. A menina que recebia os visitantes na entrada me deixou uns 15 minutos na fila debaixo de um baita sol, dando razão a minha reclamação poliglota.
Mais tarde, adentramos numa igrejona de 172 metros, também arquitetada dentro da mente daquele citado gênio. Coisa de deixar católico babando mais que buldogue depois que come maçã. Majestosa é pouco, imponente, lindíssima.
Ouvi de um grupo de asiáticos (um porrilhão na cidade) logo a minha frente na entrada da super capela um murmurar: ‘Uó! Uó! Uó!’.
A cidade realmente respira cultura. Fora desse imenso templo, várias apresentações musicais na praça em frente. Em especial para mim, um casal que tocava maravilhosamente jazz e bossa nova com uma guitarra e um saxofone. Por mim, eu ficava ali fora mesmo.
Bunda no ônibus para uma incursão no interior, fizemos um bate e volta que durou um dia inteiro. Para começar, me bati com um mosteiro (igreja também) numa altitude de 1.236 metros, algo realmente indescritível. Você literalmente fica nas nuvens em todos os sentidos. Depois, mais duas cidades Peido Sem Cheiro, sendo uma fortificada e com um rio e outra litorânea.
O guia explicando tudo em inglês e também num espanhol acelerado. Eu, fazendo cara de inteligente, fingindo entender tudo: ‘Yeah, yeah!’, ‘Si, si!’.
Finalizamos as visitações num imenso parque com o nome de um mecenas que apoiava aquele gênio anteriormente citado. O cara realmente era o cara. Tomamos um baita golpe no último restaurante em que sentamos, mas levamos na galhofa. Barcelona não merece ser lembrada por isso. A vida de imigrantes, com certeza, não é nada fácil por aqui.
Saímos agora em busca do Real Madrid.
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Escritor, advogado e DJ