O Plano de Reestruturação da Escola Politécnica (PREP) da UFBA enfrenta forte resistência interna. Segundo documento assinado por 95 do total de 189 docentes da Unidade, o processo que criou o PREP avançou sem o quórum exigido pelo regimento e sem estudos técnicos ou financeiros que justificassem a divisão.
O PREP prevê transformar a unidade em três estruturas administrativas, com o uso do prédio anexo para uma parcela da Politécnica, e não para toda a comunidade. Para os críticos, as votações ocorreram com maioria simples e com registros incompletos, o que compromete a transparência. Eles também afirmam que a falta de análise dos impactos trazidos para os cursos que permanecem no antigo prédio, colocam em risco o funcionamento e a sustentabilidade da escola.
Caso avance, o projeto privilegiará uma pequena parcela da EPUFBA em detrimento do todo, a exemplo dos cursos de graduação: do total de 13 cursos, apenas 5 deles utilizarão o novo prédio anexo, cujo término está previsto a ser concluído com verba do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do Governo Federal.
Há preocupação com o prédio principal, que já depende de recursos limitados, e com o uso do prédio anexo. Embora tenha sido concebido originalmente para atender a toda a comunidade acadêmica, em salas de aulas e seus mais diversos formatos, conforme estudo de viabilidade técnica e financeira realizado em 2019, a atual gestão tem intuito de destinar o prédio anexo apenas às duas novas unidades.
Estudantes também se mobilizaram contra o projeto, alegando que a reestruturação prejudica a coletividade, uma vez que a maioria dos estudantes de graduação continuariam no antigo prédio, que necessita urgentemente de reformas.
Os docentes e estudantes da EPUFBA pedem que o Conselho Universitário suspenda e reavalie o processo, com debate amplo, dados públicos, respeito às normas internas, sem um projeto excludente da comunidade acadêmica.
