Por Silvana Coelho

No mesmo dia, recebi mensagens opostas sobre a maturidade.

De uma amiga, recebi um vídeo, supostamente super motivacional, de uma idosa fazendo aula de dança de salão com um professor jovem. Confesso que acho chatérrimas a maioria destas aulas de dança de salão, onde os passinhos são os mesmos para qualquer ritmo, com pouquíssima variação.  Muito melhor se fosse dança livre! Cada corpo, ou corpos se expressando ao seu modo e prazer. Mas admito que decorar coreografia é também um estímulo aos neurônios!

Chegando à casa de minha filha, que acabou de ganhar filhos gêmeos, encontro a vizinha de 90 anos, que tinha ido fazer uma visita. Com uma postura corporal invejável, cabelinho branco e alma colorida e perfumada, a vizinha tinha uma conversa agradável e animada, contando suas experiências como avó, e o carnaval deste ano de 2025, que ela foi a um camarote, porque adora Bel Marques e a banda Chiclete com Banana. Só viaja para a paria após ver Bel na Avenida. Além de levar presentes cuidadosamente escolhidos e comprados por ela, falou que quando os meninos estivessem maiores, ela desceria com eles para a quadra para jogar futebol.

Fico pensando o que mantem esta mente pulsante, atual e alegre por tantos anos. E reflito   o estigma que se cria em torno dos prazeres das pessoas que vivem muitos anos.
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Ortodontista e Doutora em Gestão