Seis igrejas de Salvador estão interditadas após vistorias realizadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e Defesa Civil da cidade. A informação foi confirmada pelos órgãos nesta quinta-feira (13).
Além da Igreja de São Francisco, onde uma turista de 26 anos morreu após um desabamento, e da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, que foi fechada na quarta-feira (12), também foram interditadas:
Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrat;
Igreja dos Perdões;
Igreja de Nossa Senhora da Ajuda;
Igreja da Ordem Terceira do Carmo;
Igreja de São Miguel.
A ação é fruto de uma intensificação de visitas, realizada de forma preventiva após o acidente ocorrido na semana passada. Os agentes do Iphan na Bahia contam com apoio de uma força-tarefa com 15 servidores de outros estados.
Ao todo, a Bahia tem 184 bens tombados pelo órgão, sendo que 51 são igrejas. Delas, 30 estão na capital baiana. Pelo menos 12 já foram vistoriadas, conforme levantamento da TV Bahia.
“O Iphan sempre fiscalizou os bens tombados. Nós temos aí o incremento dessas ações em 2024. Fiscalizamos 2.395 bens. O que nós temos feito agora é integrar mais essas ações com a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, porque nós temos, em alguns desses bens, situações que carecem também da intervenção desses outros órgãos”, disse o presidente do Iphan, Leandro Grass.
Segundo Grass, ainda não há um balanço de todos os problemas encontrados nas igrejas vistoriadas, porém é possível detalhar o que normalmente é encontrado nesses lugares.
“No geral, o que nós podemos dizer que é uma realidade comum em vários centros históricos, em razão do modelo construtivo, dos tipos de material, muitos desses imóveis são feitos de madeira, madeira que está sendo corroído por cupins. Telhados que também tem uma estrutura de madeira passam por essa situação. Temos aí também, por falta de manutenção de muitos desses imóveis por parte dos proprietários, problemas de rachaduras, infiltração, mofo, excesso de sujeira”, disse.
Para que as igrejas possam reabrir, é preciso que todas as falhas apontadas na vistoria sejam corrigidas. Tarefa que, segundo o Iphan, é de responsabilidade dos proprietários. Porém, eles podem receber ajuda de custo.
“A legislação brasileira diz que os proprietários de imóveis tombados como bem cultural e que não têm condições financeiras de cuidar deles adequadamente, podem receber recurso público, mas não significa que vão”, explicou.
Por fim, Grass ressaltou que, apesar de participar das vistorias, as recomendações de fechamento dos templos não parte do órgão, assim como a autorização de reabertura.
“O Iphan vai com ela para que também atualize o seu banco de dados a respeito do estado dos bens, mas quem vai determinar o alto risco, com possibilidade de risco é a Defesa Civil da cidade”, afirmou.
No caso da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, segundo detalhou a paróquia, a interdição partiu da situação precária do teto do templo, que teve a construção concluída em 1743 e foi tombado em 1938.
O lugar é conhecido por abrigar a imagem do Bom Jesus dos Navegantes e a embarcação Galeota Gratidão do Povo, que faz o transporte durante a tradicional procissão marítima, em 1° de janeiro, na festa de Bom Jesus dos Navegantes.
Texto e foto do g1