Por Marcelo Pockye
De um determinado tempo para cá, a nossa ‘inteligência’, nossa cultura futebolística, vem, sem nenhuma razão plausível, matando essa posição, desde a base.
Já vi a nossa Confederação máxima do esporte escolher um técnico porque esse se vestia bem e se comportava igualmente a um técnico alemão que assim se apresentava. Ora, se esse técnico era um ex jogador, vestia paletó e gravata na beira do campo e foi campeão de uma Copa do Mundo, por que não fazer EXATAMENTE a mesma coisa?
Vi também essa Confederação achar que, como por total incompetência administrativa dela, nossa concentração de uma Copa do Mundo ser uma total bagunça, uma ‘zona’, um carnaval, seria o melhor ter como técnico para a próxima Copa uma pessoa – óbvio, também sem nenhuma experiência como técnico – que ‘colocaria ordem na casa’, um turrão, um xerife, um guerreiro. Lembro do assistente dele declarar, antes da Copa, que ‘iríamos para uma guerra’.
Por pura coincidência, esses dois técnicos não lograram sucesso como tais. Um até virou comentarista de uma rede de televisão pela sua elegância no falar. Chique.
Começamos também a imitar – sem nenhum pudor – TUDO (formações táticas) que as equipes/seleções europeias fazem. Futebol ‘muderno’.
Sou de um tempo em que botávamos ‘os gringos na roda’. Hoje, não gostamos muito de posse de bola, somos mais ‘eficientes’. É só consultar nossos scouts e nossos coaches. Futebol ‘muderno’. O mais engraçado disso é saber que o melhor técnico do mundo tem como base estrutural a nossa seleção de 1982.
Outra coisa, agora fora da questão técnica: por que só aqui no Brasil, temos jogos às 22:00? Quanto tempo ainda ficaremos reféns das idiotices das novelas para assistir uma partida de futebol?
Queria também entender qual seria a função das nossas Federações estaduais além de ser cabide de emprego e fazer campeonatos ridículos.
CBF, chega, né? ‘Cheguei, Brasil’
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Cronista, DJ e advogado