O Brasil entrou no quinto dia consecutivo de valorização da moeda norte-americana, que encerrou no patamar mais alto desde 23 de março do ano anterior. Somente nos últimos cinco dias, a divisa acumulou um aumento de 5,23%, sem que o Banco Central tenha intervindo no câmbio através de operações de swap (venda de dólares no mercado futuro).

O mercado de ações também vivenciou um dia marcado pela tensão. O índice Ibovespa, da B3, encerrou aos 124.389 pontos, apresentando uma queda de 0,75%. Este indicador atinge seu nível mais baixo desde 13 de novembro, e em 2024 já registra uma retração de 7,3%.

Tanto fatores internos quanto externos influenciaram o cenário do mercado financeiro nesta segunda-feira. No âmbito doméstico, a alteração da meta fiscal para 2025, com a manutenção do déficit primário zero em vez do superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano, foi recebida de forma desfavorável pelos investidores.

Entretanto, os principais impulsionadores das turbulências foram fatores externos. O agravamento das tensões entre Irã e Israel, juntamente com o aquecimento da economia norte-americana, resultaram em uma valorização do dólar em escala global. Embora a construção de moradias nos Estados Unidos tenha apresentado desaceleração, as recentes declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano), Jerome Powell, causaram agitação. Nesta terça-feira, Powell expressou que os dados recentes de inflação diminuem a confiança na possibilidade de o Fed iniciar um ciclo de redução das taxas de juros.

Taxas elevadas em economias desenvolvidas estimulam a saída de capitais de países emergentes, como é o caso do Brasil. Em relação ao petróleo, a cotação do barril do tipo Brent, utilizado nas negociações internacionais, registrou uma queda de 0,43%, alcançando US$ 89,99, apesar do ataque iraniano a Israel.