O vereador André Fraga (PV) protocolou o Projeto de Lei (PL) 33/2024 que cria o programa “Cuidar de Quem Cuida” com o objetivo de oferecer suporte às famílias de pessoas deficientes e/ou idosos acamados. O projeto foi apresentado à Câmara Municipal no Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo.
A ideia é que o programa ofereça auxílio financeiro, com recursos municipais, de um salário mínimo por mês às mães ou cuidadores cadastrados no Cadastro Único (CadÚnico). O Cuidar de Quem Cuida deve ser administrado pela Secretaria de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer (Sempre), que já atua nesta área.
“Temos um contexto muito específico de pessoas que têm alguma deficiência e, geralmente, elas são cuidadas por mulheres que abdicam de suas próprias vidas. E elas precisam também de cuidados, como indica o nome do programa. Esse projeto é mais um complemento a outros benefícios concedidos, ajudando a fortalecer as famílias”, ressaltou o parlamentar.
O programa também visa disponibilizar suporte e amenizar cargas emocionais e financeiras, a partir do acompanhamento multiprofissional, que contará com terapeutas ocupacionais, psicólogos e outros profissionais da área de saúde. Eles realizarão visitas periódicas às residências das famílias com a finalidade de avaliação do quadro e as necessidades de forma adequada.
Para Eliana Ferreira, fundadora do grupo de apoio Mães Leoas, que fornece suporte emocional e profissional para mães cuidadoras, o programa pode ajudar no trabalho por elas realizados. “Abrimos mão de nós mesmas, do nosso autocuidado, da nossa saúde, porque não tem quem cuide dos nossos filhos”.
Já Ana Cléia dos Santos, mãe de Arthur, 8 anos, autista nível 3, e administradora do grupo Aliança Núcleo de mães de Filhos Autistas, diz que o projeto é uma bênção. “Há muito tempo que estamos querendo que a sociedade e o poder político se voltem para os cuidadores. Afinal de contas, nós abdicamos de muitas coisas, inclusive do próprio trabalho para poder cuidar dessas crianças e de qualquer outra pessoa que tem o TEA (Transtorno do Espectro Autista)”.
Nesse processo, algumas famílias já contam com a assistência do Benefício de Prestação Continuada (BPC), que não sofrerá interferência do “Cuidar de Quem Cuida”. No entanto, Daiane Costa Alves, que participa dos grupos Aliança e do Mães Leoas, lembra que não são todas as famílias que conseguem ser beneficiadas. “Vamos lutar para que o projeto entre em votação e esperamos que seja com vitória, pois tem pessoas com necessidades básicas deixadas de lado e precisando de ajuda”.
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