Por Silvana Coelho
A coisa mais certa no mundo é a mudança.
Quem é observador percebe que algumas mudanças são como mudanças de jogador em uma partida, onde as regras continuam as mesmas.
Tanto se falou da coisificação da mulher, como algo imposto a este gênero, de fora para dentro. E nesta discussão, a hegemonia masculina, principalmente quando associada ao poder econômico, é comumente citada como agente causador.
Nos anos 2020, no Brasil a hegemonia ainda é masculina, mas a cada dia se vê mais propagandas explorando e expondo o corpo masculino, como estímulo ao consumo de produtos.
Nas redes sociais abundam postagens de profissionais de dança rebolando com shorts sumários e colados ao corpo, para atrair alunos. Não parece razoável pensar esta coisificação masculina como algo imposto de fora para dentro.
Se antes a imagem do homem nas propagandas era associada ao sucesso profissional, hoje é também ao apelo sexual.
Claro que é possível homens desejarem ser vistos como objeto sexual. A mulher também.
É claro que as mulheres podem querer estar associadas ao reconhecimento profissional. E os homens também.
Tudo muda o tempo todo. Mas o que provoca esta mudança? Algum gênero, alguma raça precisa ser inferiorizada para que outra seja valorizada?
De fato, a coisificação de homens ou de mulheres é imposta, ou escolhida sem reflexão?
A reflexão que se convida a fazer é: tudo muda o tempo todo. Mas em que direção queremos ir?
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Ortodontista e Doutora em gestão