Por Zédejesusbarreto
O placar de 3 x 0 até foi pequeno, tal a superioridade do Corínthians em campo. Fez dois gols no primeiro tempo, aproveitando-se de erros bisonhos de passes e de marcação do Tricolor e, no segundo tempo, passeou, atropelou. Um Bahia perdido, sem pegada no meio de campo, com erros defensivos de várzea, alguns jogadores com atuações ridículas e, na frente, muito totó e pouca ofensividade. O goleiro corintiano quase não trabalhou.
Com o resultado, o Corínthians foi a 53 pontos, com oito triunfos seguidos, garantindo vaga na Copa do Brasil/2025 e, quem sabe, também uma vaga na pré-Libertadores de paroano. O último jogo do Timão é contra o Grêmio, em Porto Alegre. O Bahia ainda dormiu no 8º lugar com 50 pontos, mas a rodada segue, apenas começou, o Tricolor pode cair ainda mais, o Cruzeiro está na cola. O time pode ainda chegar a 53 pontos, caso vença o lanterna AthléticoGO, domingo, na Fonte Nova. Será?
No mais, entendemos que esse time de Ceni, pelo que jogou na segunda parte da competição não merece classificação nenhuma pra Libertadores; uma Sul-Americana já é bom demais. Outra, é bom que tudo isso aconteça e mostre que não temos um elenco qualificado pra nada. Não tempos goleiro, a zaga é de baba, não temos lateral esquerdo, nem um meio campo combativo, brigador e carecemos de ofensividade. É pouco?
A realidade nos mostra a necessidade de uma reformulação total no plantel, do gol ao ataque, com sangue novo, raça, combatividade, mais agressividade e poder de finalização. Dispensar uns 10, que pouco ou nada produzem. E Ceni fica? O torcedor anda tiririca com ele, mas não é só uma questão de treinador, é bem mais.
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Na Arena Itaquera/SP
– Penúltima rodada, confronto de duas equipes de massa, ambas com 50 pontos ganhos e disputando uma vaga na Pré-Libertadores/2025, o chamado ‘confronto direto’, clima de decisão.
– O Tricolor baiano, em momento de baixa produção técnica, treinador pressionado, vem de um triunfo fora de casa (1 x 2) contra Cuiabá. O Timão paulista em crescente, sob o comando do argentino Ramon Diaz, encaixando boa sequência de vitórias (sete) e jogando em casa, com o apoio da torcida.
– Dia chuvoso na capital paulista, noite frienta mas estiada, casa cheia, gramado sintético e molhado, bola rápida.
– O Corínthians completo, com seu uniforme principal, camisetas brancas com detalhes em preto, calções pretos; O Bahia com modificações do gol ao ataque, de camisetas tri-coloridas, calções brancos.
Com Bola rolando …
– Um começo muito estudado, as ações rolando pelas intermediárias, troca de passes, marcação, equilíbrio. O time da casa, aos poucos, com as iniciativas, atuando mais no campo defensivo baiano, o argentino Garro dando as cartas. Um Bahia acanhado na frente.
– Gol! 1 x 0 Corínthians, aos minutos. Memphis recebeu de Yuri nas costas de Kanu, bateu meio sem ângulo, a bola desviou em Kanu e encobriu o goleiro, muito mal colocado. Primeira chance, gol.
– Olhe o VAR! Aos 17’, Lucho recebeu em profundidade, encarou o goleiro e chutou enviesado para as redes, mas o VAR chamou e o gol foi anulado; o joelho de Lucho na frente da linha de defesa, no momento do passe.
– Aos 25’, Marcos Felipe saiu atarantado numa bola alçada da intermediária na área tricolor, chocou-se com Yuri Alberto e capotou, bateu a cabeça no chão e saiu, foi substituído por Adriel.
– Aos 28’, o Bahia entrou tramando bem pela direita, Árias disparou cruzado, a bola passou rente, quase saiu o empate. O Tricolor já chegava, mas o time paulista perigava mais, tinha mais profundidade, ganhava a disputa no meio-campo, favorecido pela marcação frouxa dos baianos. Aos 33’, novamente Lucho, chute por cima. Depois Thaciano, chute desviado.
– O Bahia parecia melhor, tinha mais a bola, trocava passes, assediava, mas pouco finalizava; o Corínthians mais plantado, marcando e saindo em contragolpes sempre perigosos. Aos 47’, Cauly tentou de fora, muito alto.
– Gol! 2 x 0, Yuri Alberto. Um passe errado de Caio Alexandre, no meio de campo, bola roubada e enfiada por Carillo nas costas de Kanu, o chute cruzado inapelável, ampliando. Quando o Bahia parecia ter o controle, todo avançado. Aos 47 min.
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Em dois erros de passes, duas entregadas pelo meio de campo, o Corínthians não perdoou, fez 2 x 0, desceu para os vestiários no intervalo com uma vantagem substancial. Foi mais objetivo, marcou melhor, não errou, soube se aproveitar dos vacilos defensivos do Tricolor. O Bahia jogava até bonito com a bola nos pés, troca de passes, evoluind bem, mas … finalizava pouco (só Lucho chutou na direção do gol paulista). E sem a bola o Bahia é lastimável, não marca, não tem pegada, deixa o adversário jogar à vontade. Os erros de passes, os vacilos são fatais – um de Thaciano/Juba, outro de Caio Alexandre. Ora, com atacantes da qualidade de Yuri, de Memphis não se pode errar tanto. Se era difícil, ficou mais ainda.
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Segunda parte – Ceni lançou Ademir e Jean Lucas – tirou Thaciano, que nada fez e Arias. Aos 45 segundos, Gabriel Xavier atrapalhou-se com a bola e Bidu, livre e de cara perdeu. Aos 6’, depois de outras ratadas defensivas, Yuri bateu de frente, Adriel espalmou bem. Aos 8’, primeira tentativa com Caio Alexandre, por cima. Aos 13 minutos e o Bahia quase nada fez. Aos 14’, cruzamento, Gabriel Xavier cortou e a bola foi no travessão.
– Gol! Memphis bateu falta da lateral esquerda, com força, a barreira abriu, o goleiro Adriel aceitou. Aos 18min.
– Então, trama macabra, Ceni põe Biel e Gilberto, saem Caio e Everton Ribeiro. Aos 20’, confusão geral depois de uma falta no ataque, de Lucho. Encardiu. Desnecessária a reação dos corintianos.
– Aos 28’, Biel tenta uma jogada individual na área paulista, a bola bate no braço do zagueiro e ele para no lance, pedindo pênalti. O árbitro nem tchum pra ele. Aos 29’, depois de uma deixada displicente de Cauly, o Timão encaixou contragolpe e Depay bateu colocado para boa espalmada de Adriel. Aos 32’, Lucho, mais uma vez, tentou de fora e errou o alvo.
– Aos 33’, após uma falta não marcada pelo árbitro, lá no ataque, os paulistas agradeceram e encaixaram contragolpe, a zaga baiana aberta, Romero desperdiçou a chance de ampliar. Aos 35’, nova entregada da defesa, Adriel salvou e Romero desperdiçou o rebote. O Corínthians administrava e penetrava nos erros do adversário, à vontade. Aos 45’, Coronado foi avançando, avançando pela esquerda, ninguém encostou e ele bateu forte, por cima, Adriel voou e espalmou, evitando mais um. Aos 47’, um chute de longe de Jean Lucas, nas mãos de Hugo. Aos 48’, Talles ajeitou na frente da meia lua, a defesa baiana olhando, e mandou, errou o alvo.
Um chocolate paulista, eis a verdade, o Bahia não jogou nada na segunda etapa, totalmente envolvido. Pelo que aconteceu (ou não aconteceu), os 3 x 0 foi pouco.
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Destaques
Não temos goleiro. Uma partida lastimável de Gabriel Xavier, mais uma. Meio campo não viu a bola e não marcou. Talvez Lucho, pela garra, nada mais. Temos treinador, ainda?
No Corínthians, a determinação da equipe, entrou pra vencer, ganhou as divididas, os rebotes, tudo. Garro comandou o meio de campo, passeou. Yuri e Memphis destroçaram a defensiva baiana.
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Ficha técnica
– O Corínthians de Ramon Diaz: Hugo, Matheuzinho, André Ramalho, Gustavo Henrique e Bidu; Ranielle, Bidon, Carillo e Garro; Memphis Depay e Yuri Alberto. (Coronado, Romero, Talles, Martinez, Alex Santana)
– O Bahia escalado por Rogério Ceni: Marcos Felipe (Adriel), Arias, Gabriel Xavier, Kanu e Juba; Acevedo, Caio Alexandre (Jean Lucas), Éverton Ribeiro (Gilberto) e Cauly (Ademir); Thaciano(Biel) e Lucho Rodriguez (Everaldo).
– No apito, o carioca Bruno Arleu Araújo. Caseiro, duplos critério. Enrolado, envolvido, sem autoridade.
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O Tricolor encerra a temporada (38ª rodada) no domingo à tarde, contra o já rebaixado Atlético GO, 16h, na Fonte Nova. A torcida vai pegar no pé.
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Nesta quarta à noite, pela 37ª rodada, Vitória x Grêmio, no Barradão, a torcida rubro-negra em estado de graça, o time já garantido na Série A e ganhando jogos seguidos. A rodada segue.
Foto: EC Bahia