Morreu nesta terça-feira (7), aos 67 anos, o cantor e compositor Carlos Pitta, conhecido pelo sucesso Cometa Mambembe e outras canções que marcaram, notadamente, a cultura dos festejos juninos.. Pitta estava internado no Hospital Roberto Santos, em Salvador, e faleceu devido a complicações da diabetes.
A Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA) emitiu uma nota de pesar destacando sua contribuição à música popular e sua forte ligação com Feira de Santana, imortalizada em composições como Princesa Sertaneja. “A Bahia se despede de um ícone da música popular, uma referência cultural e artística que carregava o orgulho de sua terra natal”, diz um trecho da nota.
Carlos Pitta gravou 15 discos ao longo da carreira, explorando ritmos como o xote e o forró. Também participou de trabalhos de artistas consagrados, como Elba Ramalho, Alcione e Margareth Menezes.
Reconhecido por suas músicas carnavalescas, Pitta alcançou projeção internacional, apresentando-se em países como Alemanha, Bélgica, Itália, Estados Unidos e Suíça. Seu maior sucesso, Cometa Mambembe, foi regravado por diversos artistas, consolidando sua relevância no cenário musical brasileiro.
O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia – ALBA, deputado Adolfo Menezes, apresentou Moção de Pesar pelo passamento. “Meu abraço solidário às ex-companheiras Kátia e Morgana, aos filhos Clara, Ian e Nayana, ao neto Pedro, e a todos amigos, fãs e conterrâneos de Pitta, que muito embalou meus anos de juventude com o seu hit ‘Cometa Mambembe’, parceria com Edmundo Carôso e regravada por diversos artistas da MPB. Que Deus lhe dê o descanso eterno, porque a sua obra musical, como produtor, pesquisador, cantor e compositor já está eternizada”, declarou o chefe do Legislativo estadual.
Nascido em 3 de março de 1955 em Feira de Santana, estreou profissionalmente em 1979 com o álbum “Águas do São Francisco – Lendas”, pela gravadora Chantecler. Ao longo da sua carreira foram mais de 16 álbuns lançados, dividindo o palco em 40 anos de estrada com Gilberto Gil, Dominguinhos, Daniela Mercury, Caetano Veloso, Elba Ramalho, Margareth Menezes, Geraldo Azevedo, Belchior, Fagner, Edil Pacheco, Armandinho e o Trio Dodô & Osmar, Gereba, entre outros e outras artistas. Em depoimento registrado em 2023, Ivete Sangalo diz que Pitta foi quem lhe emprestou seu próprio instrumento para que ela pudesse avançar na carreira e iniciar apresentações em barzinhos.
A Cerimônia do Adeus a Carlos Pitta será realizada às 10h de amanhã, no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador.
PESQUISADOR
Estudante de Composição e Regência, pela Universidade Federal da Bahia, onde ingressou em 1975, Pitta foi também um grande pesquisador musical. Assinou as trilhas sonoras dos filmes “Boi Aruá”, de Chico Liberato; e “Ciganos do Nordeste”, com direção de Olney São Paulo. Em parceria com Dercio Marques, fez a direção artística de um disco fundamental para a história da MPB: “Na Quadrada das Águas Perdidas”, de Elomar, gravado em 1979.
Em 1986, em parceira com a poeta Myriam Fraga e o pintor Calasans Neto, lançou o disco “A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo”, com arranjos do maestro Lindemberg Cardoso e apresentação do escritor Jorge Amado. Em 1992, regravou, no álbum “Sete Luas”, a canção “Adeus, Mariana”, clássico do sanfoneiro gaúcho Pedro Raimundo. Em 1996, pelo selo Continental/Warner, lançou “Dançando Forró”, com músicas próprias e clássicos de Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro. Capitaneou o “Forró para o Mundo”, participando de grandes festivais mundiais de jazz, a exemplo de Montreaux, na Suiça, e Tübingen, na Alemanha.
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